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Florianópolis, 12 dezembro 2024
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Risco de extinção de populações de aves costeiras migratórias (limícolas) aumenta e efeitos devem se agravar em Santa Catarina

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De acordo com estudo apresentado recentemente na Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP16), realizado na Colômbia, 16 espécies foram reclassificadas e estão ameaçadas. Destas 10 passam pelo Estado catarinense.
As populações de aves costeiras migratórias, conhecidas também como limícolas, estão entrando em extinção ao redor do mundo, e a situação se agrava também para o Brasil, Estados e Municípios nos quais elas costumam utilizar em suas rotas de migração. Segundo um novo relatório da BirdLife International, 16 espécies dessas aves foram reclassificadas para categorias de ameaça mais elevadas. As principais causas incluem a perda e degradação de habitats, caça, mudanças climáticas e outras ações humanas desordenadas.

Essas aves percorrem longas distâncias em rotas já aparentemente conhecidas, que conectam os locais de reprodução no Hemisfério Norte às áreas de descanso e alimentação no Hemisfério Sul. No Brasil, as aves limícolas são uma presença importante e visível, especialmente em regiões litorâneas como o Estado de Santa Catarina, incluindo a cidade de Florianópolis.

Praias e estuários de Santa Catarina, e particularmente de Florianópolis, servem de ponto de descanso crucial para várias espécies de aves migratórias que seguem pela rota do Atlântico e por isso áreas protegidas são criadas para permitir que essas aves consigam manter suas estratégias de vida. De acordo com Andrei Roos, Analista Ambiental do /CEMAVE/ICMBio “As áreas de descanso e alimentação nesses locais são essenciais para a sobrevivência dessas aves, pois elas precisam de um refúgio seguro onde possam se alimentar e recuperar energias para a continuação de suas jornadas e por isso esses espaços devem ser monitorados e protegidos ao longo dos anos em um esforço conjunto entre o país, estados e municípios”.

Fabricio Almeida, Dr. em Biogeografia e presidente do Instituto APRENDER Ecologia, ressalta ainda que “o conhecimento e a conservação das aves costeiras no Brasil é, portanto, fundamental, não apenas para a preservação da biodiversidade e para manutenção de funções ecológicas essenciais, mas também para a qualidade de vida das populações humanas locais. Muitas das áreas de parada dessas aves migratórias são também importantes ecossistemas costeiros que suportam atividades humanas, como o turismo, o lazer e a pesquisa científica, gerando economia e bem estar as pessoas”.

A Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP16), que ocorreu recentemente em Cali na Colômbia, representou um momento chave para promover ações globais e frear a perda de biodiversidade até 2030. Especialistas destacaram que este é o momento de mobilizar esforços para proteger esses locais vitais e, assim, assegurar um futuro para as aves migratórias e também para milhões de pessoas que dependem desses ecossistemas costeiros.

A nova recategorização de ameaça da IUCN, desenvolvida e divulgada em conjunto com a BirdLife International para aves limícolas conta com 16 espécies, sendo que 11 visitam o Brasil, 10 passam pelo Estado de Santa Catarina e 9 por Florianópolis.

Abaixo estão listadas as espécies de ocorrência em SC e Florianópolis

  • Maçariquinho (Calidris minutilla) – mudança de categoria de: Pouco preocupante (LC) para Quase ameaçada (NT) / Registro em SC
  • Batuíra-de-axila-preta (Pluvialis squatarola) – mudança de categoria de: Pouco preocupante (LC) para Vulnerável (VU) / Registro em SC e FLN
  • Maçarico-de-bico-virado (Limosa haemastica) – mudança de categoria de: Pouco preocupante (LC) para Vulnerável (VU) / Registro em SC e FLN
  • Vira-Pedras (Arenaria interpres) – mudança de categoria de: Pouco preocupante (LC) para Quase ameaçada (NT) / Registro em SC e FLN
  • Maçarico-pernilongo (Calidris himantopus) – mudança de categoria de: Pouco preocupante (LC) para Quase ameaçada (NT) / Registro em SC e FLN
  • Maçarico-de-sobre-branco (Calidris fuscicollis) – mudança de categoria de: Pouco preocupante (LC) para Vulnerável (VU) / Registro em SC e FLN
  • Maçarico-acanelado (Calidris subruficollis) – mudança de categoria de: Pouco preocupante (LC) para Vulnerável (VU) / Registro em SC e FLN
  • Maçarico-de-costas-brancas (Limnodromus griseus) – mudança de categoria de: Pouco preocupante (LC) para Vulnerável (VU) / Registro em SC e FLN
  • Maçarico-de-perna-amarela (Tringa flavipes) – mudança de categoria de: Pouco preocupante (LC) para Vulnerável (VU) / Registro em SC e FLN
  • Maçarico-grande-de-perna-amarela (Tringa melanoleuca) – mudança de categoria de: Pouco preocupante (LC) para Quase ameaçada (NT) / Registro em SC e FLN

    Foto: Banco de imagens Canva