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Florianópolis, 14 novembro 2024

Ingressos à venda para a 3ª edição do Fronteiras do Pensamento

EventosIngressos à venda para a 3ª edição do Fronteiras do Pensamento
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Estão à venda os ingressos para a 3ª edição do Fronteiras do Pensamento em Florianópolis. O evento ocorre nos dias 7,8 e 9 de outubro no Auditório da Fiesc. O preço por palestra é de R$40 e o passaporte para os três dias custa R$100. Os ingressos podem ser adquiridos pela Blueticket. Estudantes, professores e portadores de necessidades especiais têm direito à meia-entrada.

Os palestrantes desta edição são o economista e ex-prefeito de Bogotá Enrique Peñalosa, o físico Marcelo Gleiser e o psicanalista Contardo Calligaris e irão debater dilemas da contemporaneidade como mobilidade urbana, origens do universo e dos seres, além do comportamento humano na visão da psicanálise.

O Fronteiras do Pensamento é um projeto cultural múltiplo que aposta na liberdade de expressão intelectual e na educação de qualidade como ferramentas para o desenvolvimento. O evento reúne intelectuais renomados, nacionais e internacionais, que possuem abordagens singulares em suas áreas de conhecimento, provocando reflexão sobre tendências e ideias da atualidade.

Palestrantes

7 de outubro – Enrique Peñalosa
Quem abre o ciclo de palestras é o colombiano Enrique Peñalosa, com o tema “uma cidade mais sustentável”. Como prefeito de Bogotá, entre 1998 e 2001, Peñalosa implantou um sistema de transporte coletivo que hoje é considerado modelo. O ex-prefeito resolveu o problema do trânsito da cidade sem alargar avenidas, mas construindo 350 km de ciclovias e calçadas largas e com a proibição de que os carros estacionassem nas ruas.

A conversa com Peñalosa vem em um momento em que muito se discute o papel do transporte coletivo e da mobilidade urbana no país. Centro das atenções durante as manifestações de julho de 2013, os dois pontos são a especialidades do prefeito que considera o transporte coletivo mais importante que o privado, e segundo o qual carros estacionados na rua seriam um símbolo da falta de democracia e da desigualdade.

Durante seu mandato, Peñalosa desenvolveu grandes projetos como o banco de terras; o distrito dos parques (incluindo a Rede Bogotá de Ciclovias); o distrito de bibliotecas; o Transmilênio (sistema de transporte coletivo), além de construir e reconstruir mais 1.100 parques. Enrique preside atualmente o Institute for Transportation and Development Policy (ITDP), ONG norte-americana que presta assistência técnica no desenvolvimento de meios de transporte sustentáveis na Ásia, África e Américas. Estudou Economia e História na Duke University, na Carolina do Norte (EUA) e fez Doutorado em Administração Pública na Universidade de Paris II, França. Hoje, atua globalmente defendendo cidades sustentáveis tanto ambientalmente quanto socialmente.

8 de outubro – Contardo Calligaris
O psicanalista freudiano Contardo Calligaris é uma das caras marcadas quando o assunto são as complicações psíquicas do povo brasileiro. O psicanalista e escritor se tornou conhecido pela coluna que escreve desde 1999 no caderno Ilustrada, do jornal Folha de S. Paulo, em que analisa temas do cotidiano do Brasil. Nela, escreve sobre política, economia, cultura e comportamento, e sobre relacionamentos amorosos. Seus livros de destaque são Cartas a um jovem terapeuta, Conto do Amor e A mulher de vermelho e branco.

Tornou-se membro da Escola Freudiana de Paris em 1975. Durante esse período, frequentava as apresentações de casos de pacientes feitas por Jacques Lacan, psicanalista cujos estudos estão, hoje, muito em evidência. Calligaris é Doutor em Psicologia Clínica pela Universidade da Provença (França) e professor de Antropologia na Universidade da Califórnia em Berkeley (Estados Unidos), e de Estudos culturais na New School of New York.

9 de outubro – Marcelo Gleiser
Marcelo Gleiser vem a Florianópolis com o Fronteiras do Pensamento para ministrar palestra sobre “A origem do Universo”. Talvez o personagem científico mais conhecido do Brasil, Gleiser ganhou projeção por sua coluna na Folha de São Paulo, participação no Fantástico e em diversos programas de televisão ao redor do mundo.

Entre os assuntos comentados por Gleiser na atualidade está a sua ideia da simetria imperfeita. A publicação do seu livro “Criação Imperfeita” abre o debate sob uma ótica da estética da imperfeição e das assimetrias. Com isso, o físico demonstra sua preocupação em abandonar a ideia que vem desde a antiguidade de que há uma perfeição por trás das coisas, que, para ele, seria uma contaminação do pensamento religioso sobre o científico.

Na contramão, Gleiser diz que o sentido da vida é a imperfeição, que justifica e valoriza nossa existência. A ideia de Gleiser é que por trás dos processos da natureza, nota-se a importância da imperfeição. Isso porque o que é perfeito não muda. O desequilíbrio é necessário para as coisas acontecerem. Assim a mola propulsora da criatividade da natureza seria o desequilíbrio que vem da imperfeição que existe na natureza.

Um exemplo, segundo Gleiser, é a colisão do asteróide que foi responsável pela extinção dos dinossauros. No momento em que os dinossauros desapareceram, novas condições foram criadas para que os mamíferos se desenvolvessem, e consequentemente os humanos também.

Colunista da Folha de S. Paulo, Gleiser também é autor de "A Dança do Universo" e "O Fim da Terra e do Céu", ambos vencedores do prêmio Jabuti, e é conhecido por aproximar a física de leitores comuns. Gleiser também atua como professor titular de física e astronomia no Dartmouth College, nos Estados Unidos, e desde 2007, é membro da Academia Brasileira de Filosofia