Profissionais de saúde e autoridades destacaram importância do trabalho em rede e integração de dados
Integrantes da Rede de Atenção Integral às Pessoas em Situação de Violência Sexual (Raivs) de Florianópolis lançaram, nesta segunda-feira, 13, a nova versão do protocolo para orientar as equipes de saúde no atendimento às vítimas de violência sexual. O lançamento foi realizado por integrantes da Raivs no auditório do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh) e contou com a presença de representantes de instituições de saúde, assistência social, educacionais e autoridades do poder público.
A pediatra do HU-UFSC e integrante da rede desde 2012, Vanessa Platt, explicou que esta é a quarta versão do protocolo (as outras edições são de 2000, 2010 e 2016) e, desde o primeiro lançamento, há 21 anos, este documento é uma referência municipal, estadual e nacional no acompanhamento às pessoas em situação de violência sexual, com destaque para a construção coletiva do material. “Esta articulação entre os diversos agentes é o grande impulsionador da rede”, destacou a médica.
Na prática, o protocolo orienta para o acompanhamento multiprofissional, intersetorial e longitudinal realizado pelas equipes de saúde, seja no âmbito hospitalar ou na Atenção Primária à Saúde e normatiza a atenção às pessoas em situação de violência sexual nos Serviços Especializados de Referência da Saúde nas primeiras 72 horas, bem como dá noções das competências da rede de atenção independente do tempo.
A secretária executiva da Raivs, Mariana Del Ri, detalhou as atividades da rede e explicou que o fluxo previsto no protocolo muda pouco em relação às versões anteriores – o que, segundo ela, é um ponto positivo pois é justificado pelas conquistas que foram sendo consolidadas ao longo dos anos – mas, entre as alterações está a atualização de exames laboratoriais para identificação de infecções sexualmente transmissíveis, a expressão e identificação por gênero e detalhamentos das ferramentas utilizadas pelos profissionais de saúde para acolhimento, atendimento e encaminhamento de vítimas de violência sexual, além dos contatos de todos os serviços e instituições envolvidos na rede.
O secretário municipal de Saúde de Florianópolis, Carlos Alberto Justo da Silva, destacou a importância dos trabalhos dos profissionais de saúde nesta área e reforçou a importância de integração dos dados entre as diversas instituições que atuam na rede. “O desafio de reforçar esta integração é grande, mas é fundamental para evitar que a vítima tenha de recontar sua história todas as vezes, reduzindo a possibilidade de revitimização”, afirmou o professor.
A superintendente do HU, Joanita Angela Gonzaga Del Moral, parabenizou os agentes envolvidos na defesa e acolhimento das vítimas de violência sexual e ressaltou a importância do trabalho em rede. “Trata-se de um tema muito sensível, mas a gente percebe o quanto é importante a atuação de todos, começando na família e na escola, passando por todas as instituições que têm de se intercomunicar para este importante trabalho”, explicou a dirigente.
Após a manifestações das autoridades e de representantes de instituições envolvidas com o trabalho da rede, foi assinado o protocolo e iniciada a última reunião do ano da Raivs-Florianópolis, que conta com representantes do Conselho Tutelar, Secretaria Municipal de Assistência Social, Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, Hospital Infantil Joana de Gusmão, Hospital Nereu Ramos, Maternidade Carmela Dutra, Secretaria do Estado da Segurança Pública (Delegacia de Proteção à Mulher, à Criança, ao Adolescente e ao Idoso e demais Delegacias de Polícia; Instituto Geral de Perícias), Universidade Federal de Santa Catarina, Hospital Universitário Ernani de São Thiago. Além das parcerias mais recentes: Secretaria Municipal de Educação, Sociedade Catarinense de Pediatria e Conselho Estadual de Direitos da Mulher de Santa Catarina.