Na manhã desta quarta-feira, 3, o setor de emergência do Hospital Regional de São José estava com 93 pacientes internados, sendo 14 em poltronas e 38 em macas nos corredores. Com esse número de pacientes, de acordo com os trabalhadores do local, torna-se impossível cumprir com o Plano de Cuidados individual dos pacientes e manter a administração pontual das medicações prescritas. O mais grave, a sobrecarga de trabalho aumenta a possibilidade de erros nesses procedimentos.
Atendendo a um reiterado pedido de providências por parte das trabalhadores, a direção do Hospital decidiu fechar emergencialmente as portas do setor. A triagem dos pacientes está sendo realizada agora fora da unidade, e recomenda-se que se busque outras unidades para atendimento durante esse período de fechamento.
De acordo com o Sindsaúde, sindicato que representa os trabalhadores da saúde no Estado, além da superlotação, não há sabonete líquido, papel toalha e tocas, itens fundamentais para práticas de higiene do setor. Além disso, trabalhadoras/es dão queixa de utensílios em mau funcionamento e de materiais de baixa qualidade, que impossibilitam “prestação de serviço adequada ao usuários” e expões pacientes a “riscos e eventos adversos”.
As/os trabalhadoras/es do setor já expuseram a gravidade da situação em reuniões anteriores com a direção do Hospital, muitas das quais acompanhadas também pelo Sindicato. Um dos encaminhamentos solicitados foi a realização de uma auditoria no setor para buscar medidas possíveis para amenizar a situação.
“Todos os profissionais que prestam assistência direta aos pacientes, têm se desdobrado para fazer o melhor e o possível para minimizar estes riscos, mas não há como garantir assistência digna, nem prever alguma ocorrência mais grave […] A convivência com este risco está se tornando insuportável”, relatam trabalhadoras/es em documento entregue à direção pedindo medidas emergenciais e que provocou o fechamento temporário das portas da emergência