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Florianópolis, 23 novembro 2024

Gasolina e leite puxam nova deflação em agosto, mostra índice da Udesc Esag

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Preço do leite longa-vida caiu quase 15% no mês

Os preços dos produtos e serviços consumidos pelas famílias de Florianópolis tiveram nova deflação em agosto (-0,60%). É o segundo mês seguido em que a inflação é negativa, mas ela está em queda desde abril. O índice também baixou para 3,59% no acumulado deste ano e para 7,78% nos últimos 12 meses.

Entre os preços que mais puxaram a inflação para baixo em agosto estão os dos combustíveis para automóveis (-8,1%) e passagens aéreas (-13,3%). O leite longa-vida, que vinha acumulando altas nos últimos meses, também teve forte redução em agosto (-14,7%).

Os números são do Índice de Custo de Vida (ICV), calculado pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), por meio do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), com apoio da Fundação Esag (Fesag).

Alimentação

Os alimentos e bebidas são o grupo de preços que mais pesam no orçamento das famílias – e consequentemente, na composição do Índice de Custo de Vida. Em agosto, esse grupo teve queda (-0,62%), que só não foi maior porque as refeições feitas fora de casa tiveram leve alta (0,1%). Já os produtos comprados em feiras e supermercados ficaram mais baratos (-1,1%).

A maior queda foi entre os leites e derivados (-8,4%), puxada principalmente pelo leite longa-vida (-14,7%). Também houve queda dos preços de hortaliças e verduras (-4,7%), frutas (-4,2%), cereais, leguminosas e oleaginosas (-2,3%), óleos e gorduras (-2%) e tubérculos, raízes e legumes (-2%) – com destaque para a batata-inglesa (-9,4%).

Por outro lado, houve alta nos subgrupos de aves e ovos (5,2%), sal e condimentos (3,7%), bebidas e infusões (1,7%), enlatados e conservas (1,5%), farinhas, féculas e massas (0,8%), panificados (0,8%), carnes (0,5%), pescados (0,5%) e açúcares e derivados (0,2%).

Transportes

O grupo de itens pesquisados ligados aos transportes foi o que teve a maior redução (-2,76%). Os gastos com transporte são responsáveis em média por mais de 20% do orçamento das famílias (quase igual aos gastos com alimentação), o que aumenta seu peso na variação do índice. Em agosto, portanto, esses preços foram a principal causa da deflação.

Os preços ligados aos transportes continuaram caindo, mas a um ritmo menor que a forte redução do mês anterior. A variação desse grupo havia sido de -5,44% em julho (o dobro da queda de agosto). Os combustíveis para automóveis, que haviam caído 15% em julho, agora tiveram uma redução de pouco mais de 8%.

Além de transportes e alimentos, caíram os preços de artigos de residência (-0,87%) e vestuário (-0,78%), além de uma leve queda nos serviços de comunicação (-0,19%). Houve aumentos nos grupos de itens ligados a habitação (0,54%), saúde e cuidados pessoais (0,99%) e despesas pessoais (0,38%). Os itens de educação ficaram praticamente estáveis (0,09%).

Sobre o Índice de Custo de Vida

O ICV/Udesc Esag registra a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários-mínimos. Para o último boletim mensal, os dados foram coletados entre os dias 1º e 31 de agosto.

A metodologia é a mesma usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial para a meta de inflação nacional. Para o cálculo do ICV, a Udesc Esag conta com o apoio da Fundação Esag (Fesag) na atualização das ferramentas utilizadas.

Mais informações podem ser obtidas em udesc.br/esag/custodevida, onde é possível consultar os boletins mensais (desde 2010) e as séries históricas (desde junho de 1994) do ICV/Udesc Esag.