BRDE apresenta o festival internacional Visa pour L’Image.
Na celebração do Ano da França no Brasil, o Espaço Cultural Governador Celso Ramos –BRDE, em parceria com a Aliança Francesa de Florianópolis, traz à Capital duas mostras do festival francês de fotojornalismo Visa pour L’Image. As séries Juventude Dourada, de Marie-Paule Nègre e Não iremos mais à mina – os últimos mineiros de carvão, de Jacques Grison, apresentam temas contemporâneos, norteados pela estética francesa denominada “Novo Documentário”. A abertura é nesta segunda-feira, 10 de agosto, às 19 horas.
O festival Visa pour L’Image, criado nos anos 80 na cidade de Perpignan, na França, dedica-se, todos os anos a registrar os grandes acontecimentos do fotojornalismo mundial, através das lentes dos fotógrafos participantes. O Ministério da Cultura e da Comunicação daquele país acompanha o festival, e juntamente com a programação, oferece uma série de propostas fotográficas. Marie-Paule Nègre e Jacques Grison fazem parte desta nova geração selecionada pelo Ministério, que realizam seus trabalhos com um olhar diferente na forma e conteúdo.
Não iremos mais à mina – os últimos mineiros de carvão surpreende pela potência da cor, pelo jogo de profundidade. Descreve cada episódio desta última descida com o pudor e a reverência que devemos àqueles que jamais voltarão da mina. Juventude Dourada analisa e observa o cotidiano da juventude francesa em capítulos como baile de debutantes, reuniões no campo e eventos mundanos, questionando o luxo e as tradições fora de moda e tentando compreender esse mundo fechado sobre si mesmo.
Marie-Paule Nègre dedica atenção especial à vida dos demais, freqüentemente em situação de tensão. Certamente foi o que a levou e iniciar uma pesquisa profunda sobre a pobreza e a precariedade na França, tema que explorou durante mais de dez anos, geralmente em condições difíceis em que, acima de tudo, devia respeitar o Outro, cativá-lo. Este processo lento de conhecimento permitiu-lhe descobrir gestos, relações humanas, organização do espaço e luz próprios desses locais e pessoas. Concentra seu olhar sobre os locais, os objetos, os detalhes incongruentes reveladores de uma situação e a confirmação, na linha de Lewis Hine, que “a miséria não é um fato anódino, um simples acontecimento”. Assim, quando o Ministério da Cultura e da Comunicação decidiu lançar uma grande campanha fotográfica sobre a juventude na França – a bela idade – para celebrar a virada do ano 2000, pareceu muito pertinente solicitar-lhe que retratasse o tema da juventude dourada.
Jacques Grison- Nasceu em 1958, em Verdun, terra emblemática de sofrimento e de reclusão nas trincheiras da primeira Guerra Mundial. Começa seus estudos científicos antes de entrar para o Conservatório de Teatro de Nancy. Desse período, mantém um gosto acentuado pela pesquisa e a lógica científica, com nuances de fascinação pelas emoções humanas que se aprende a controlar ou a dissimular. É o que o leva a mudar e a tornar-se educador especializado em um hospital psiquiátrico, local onde se encontra a dor, o irracional e a violência de sentimentos. O Ministério da Cultura e da Comunicação considera particularmente interessante propor-lhe um projeto sobre o último dia de trabalho dos jovens na minas de Lorraine, de onde é originário. Grison conhece perfeitamente não só as tradições, os costumes e os ritos, mas também o companheirismo, as superstições e os perigos desse mundo fechado. Relata, com precisão e cumplicidade, esse último dia desde a aurora em todo o seu esplendor até o momento em que a lâmpada dos mineiros se apagará para sempre.
Exposição: Visa pour L’Image
Espaço Cultural Governador Celso Ramos – BRDE
Av. Hercílio Luz, 617, Centro – Florianópolis
Abertura: 10 de agosto, às 19h.
Visitação: 11 a 28 de agosto, das 9h às 21h, de segunda a sexta-feira.
Evento gratuito e aberto ao público