spot_imgspot_img
Florianópolis, 23 novembro 2024

Fotógrafa e artista visual de Florianópolis participa de exposição em Buenos Aires

VariedadesFotógrafa e artista visual de Florianópolis participa de exposição em Buenos Aires
spot_img
spot_img

Compartilhe

“Yo <3 Buenos Aires” estreia nesta sábado (26) e apresenta o resultado da residência artística de Maria Luiza Amorim na capital portenha

Selecionada para a residência artística na R.A.R.O, coletivo de Buenos Aires que desde 2014 gera espaços de reflexão e produção para artistas, curadores e gestores, a fotógrafa e artista visual Maria Luiza Amorim apresenta o resultado da pesquisa e do trabalho realizados durante a temporada argentina em exposição que estreia neste sábado (26). Intitulada “Yo <3 Buenos Aires”, a mostra será no Espacio Acoyte, em Villa Crespo, com obras da brasileira e de outros 10 artistas de países como Peru, Chile, Equador e Colômbia. A curadoria é assinada pela colombiana Violeta González Santos, que tem acompanhado o processo criativo dos artistas durante o período de residência. 

A pesquisa de Maria Luiza Amorim trata da mulher. O projeto que ela desenvolveu durante a residência foi batizado de “Sonhei que sonhávamos juntas” e utiliza a técnica de cianótipo. A artista estuda a mulher contemporânea, sua relação com a história e com os mitos que cercam sua atmosfera. Abrange temas do sexo feminino e da ancestralidade, e suas obras abraçam também a paisagem.

Em suas obras, a fotografia se configura como algo mutável, deixando espaço para invenções, sobreposições e também para entender desejos e sonhos. O processo de cianotipia faz parte do trabalho: a aparência de uma imagem borrada e desbotada que vai ganhando linhas e contornos é um processo que pode ocorrer tanto na memória quanto nos sonhos.

“O projeto originalmente tinha um formato, mas, chegando em Buenos Aires e nos ateliês que fiz parte durante o processo, tudo foi se transformando. Comecei gravando os sonhos recorrentes de pessoas que conheci no processo e, em sua grande maioria, eram sonhos que falavam sobre traumas, dores e o processo de se autoconhecer. A partir daí foram surgindo as ideias de fotos, e fui criando autorretratos e narrativas com base neles. Uma grande referência foi o Sidarta Ribeiro (neurocientista brasileiro). Depois disso, fui experimentar a técnica de cianotipia em seus diversos materiais, até chegar em algo que trouxesse a sensação de algo efêmero”, explica Maria Luiza. 

Conheça mais sobre o trabalho da fotógrafa e artista visual

Nascida em Florianópolis, a artista visual Maria Luiza da Cunha Amorim é graduada em Design pelo Instituto Federal de Santa Catarina (2018). Tem a fotografia como seu principal meio de expressão e a literatura, história e crendice popular como motores de produção, com interesse especial na criação de publicação de artistas. A atmosfera de sua poética abrange questões do sexo feminino, da ancestralidade e do imaginário que constitui essa figura, abrange também a paisagem em seus trabalhos recentes. 

Teve trabalhos expostos na Mostra Fotográfica Internacional “Mulheres Rurais em Ação” realizada no âmbito da Campanha Mulheres com Direitos XXVIII REAF Presidência Pro-Tempore do Paraguai no Mercosul (2018), exposição coletiva Corpografia NEFA (2019), residência artística Na Foto Cartografias Catarinense (2020), residência artistica NaCasa (2022) e residente R.A.R.O Buenos Aires (2022). 

A viagem da fotógrafa à capital da Argentina também foi possível graças à campanha de financiamento coletivo Malu na Residência Artística Internacional R.A.R.O, realizada no mês de setembro em parceria com o NEFA – Grupo de Estudos de Fotografia e Arte, que contou com apoio de empresas e profissionais de Florianópolis.

“Sempre tive o desejo de fazer uma residência artística em outro país, viver outra cultura. Conhecer artistas, lugares e técnicas diferentes é super enriquecedor. Buenos Aires é uma cidade com muita cultura, sempre tem alguma exposição acontecendo e há um incentivo bem grande para isso. Ver de perto esse movimento é muito rico e tudo que aprendi aqui pretendo levar para Floripa, fico feliz de poder retornar algo para minha cidade, mesmo sabendo que é um trabalho de formiguinha. Toda essa vivência também me permite enxergar meu trabalho de uma forma diferente e me abre muitas possibilidades”, finaliza a artista.
Saiba mais sobre o trabalho de Maria Luiza Amorim no Instagram.