Representantes nacionais e internacionais de entidades do turismo GLBT se reuniram, neste ultimo sábado, durante o 6º Fórum Internacional de Turismo GLS, para discutir o potencial e desafios do segmento.O evento, que normalmente é realizado em São Paulo, aconteceu em Florianópolis, dentro da programação do Encontro Internacional de Turismo GLS.
O objetivo é fortalecer o turismo no setor a nível internacional, bem como promover a sensibilização de empresários e comunidade, discutindo e ampliando os negócios no segmento. Entre os debatedores estavam presentes embaixadores da IGLTA (International Gay & Lesbian Travel Association – Associação Mundial de Turismo Gay e Lésbico), com sede nos Estados Unidos e representantes por vários países, tendo mais de 1000 membros ao redor do mundo. O segmento movimenta por ano, no mundo, US$ 54 bilhões, fazendo de três a quatro viagens anuais e gastando 30% a mais do que o heterossexual.
César Maschamann, diretor da IGLCC (Associação Internacional das Câmaras de Comércio Gay e Lésbico) conta que o percentual de turistas gays no mundo é muito maior do que os heterossexuais. Segundo ele, as pesquisas revelam que no Brasil existem 11,4 milhões de gays, o que representa 6% da população. Nos Estados Unidos são 6,8 % da população, o que corresponde a 16 milhões que se nomeia da comunidade LGBT naquele país. “Sabemos que esse percentual é muito maior, por isso podemos concluir que as possibilidades para o segmento são muitas”, salientou.
Tom Nibbio, gerente de desenvolvimento de Parcerias da IGLTA explica que o operador de turismo e destinos turísticos não precisa trabalhar focando somente no público GLS, e sim em todos os públicos, mas se preparando para isso. “Não basta um adesivo na porta – temos que provar que estamos abertos ao público”. Na avaliação de Tom, entre os fatores que faz o turista GLS procurar determinado destino é o sentimento de ser bem vindo, as belezas e que o local tenha história e cultura.
Na avaliação de Alfredo Horácio Ferreyra, Embaixador da IGLTA da Argentina, o turista GLS marca tendências dentro do consumo e moda e, além disso, as pesquisas apontam como consumidores em potencial, com grande poder aquisitivo e que gostam de viajar. “Por isso é necessário negociar com os provedores desses serviços sempre destacando a importância do segmento”. Segundo Ferreyra, o Brasil, dentro dos países que trabalham com o turista GLS na América do sul, é o que possui o maior potencial. “O País é grande, possui diversificadas riquezas naturais e produtos turísticos e com grandes feiras e eventos de turismo. As possibilidades para o Brasil são infinitas e ilimitadas”, aconselha.
Ylan Chrem, embaixador da IGLTA, da América latina ressaltou sobre os desafios do segmento, como receber maior apoio do Governo e das feiras de turismo. “Além do mercado de turismo GLS ter que lidar com instabilidades econômicas e políticas e crises mundiais, o apoio dos governos e das feiras nem sempre ocorrem”, destacou Ylan.