Dunas Ingleses-Santinho. Foto: Marcelo Maestrelli (CC By).Mosaicos do Norte da Ilha é uma iniciativa para a preservação de áreas de relevante interesse ecológico do Norte e parte do Leste da Ilha, como as dunas de Ingleses e Santinho, Lagoa do Jacaré, Morro dos Ingleses e Ilhas do Badejo e Mata-fome.
Lília Fulco, turismóloga atuante como técnica da Câmara de Turismo da FloripAmanhã, foi a representante da Associação na reunião que tratou do projeto Mosaicos do Norte da Ilha, na quarta-feira (22/04) na sede da FAPESC, em Florianópolis.
Participaram, além da FloripAmanhã e FAPESC – representada por Mauro Figueiredo e Adriana Dias – representantes das associações de moradores do norte da Ilha e instituições: Eloisa Mendonça (GPC), Estela Guimarães, Ana Paula Brandt, Ciro Couto e Renato Ferracioli (IAS), Alfeu dos Santos (Cachoeira), Paulo Spinelli (PDP Ingleses), Danilo Funke (FLORAM), Ana Cimardi (FATMA), Erico Porto Filho (UFSC), Lise Torok e Fermanda Muller (CCI).
No encontro, os profissionais presentes discutiram propostas para a criação de Unidades de Conservação na região.
Sobre as dunas dos Ingleses e Santinho, tombadas como Patrimônio Natural do Município, há a proposta de criação do Parque Natural Municipal das Dunas dos Ingleses e do Santinho, feita pelo Legislativo e que necessita ser complementada por estudo prévio, ampliada pelo estudo elaborado pelo Conselho Comunitário dos Ingleses, que acrescentaria à UC, a Lagoa do Jacaré, o Morro dos Ingleses e as Ilhas Badejo e Mata-Fome. O projeto foi encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente e segundo Fernanda Mueller, do CCI, “o projeto não recomenda do tipo de UC a ser implantada, somente justifica a importância da proteção”.
Sobre a criação de um corredor entre as dunas de Ingleses e Santinho, ficou definido que a proposta deve ser analisada criteriosamente pela FLORAM, inclusive devido à existência de projetos de construção já aprovados. “Evitar conflitos pode reduzir as barreiras para a criação das UC’s e do Mosaico”, diz Ana Cimardi, da FATMA.
Há uma outra proposta para ampliação do Parque Estadual do Rio Vermelho, fazendo limite com a RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) do Morro das Aranhas. Ana Cimardi menciona que o PERV terá recursos da venda dos pinus, havendo a possibilidade de aquisição destas áreas para integração ao Parque. Ciro Couto sugere como outra possibilidade “ampliar a RPPN para esta parte do morro, para o qual seria necessário o levantamento e contato com os proprietários atuais pela FATMA”.
Sobre a proposta de UC do Morro dos Ingleses, há três proprietários que, segundo Couto, têm interesse em transformar a área em RPPN. Há também a proposta de transformá-lo em Monumento Natural, já que esta modalidade aceita propriedade privada. Em reuniões futuras será discutida a possibilidade de indenizar os proprietários, tema levantado neste encontro.
O grupo concluiu que houve um avanço na discussão sobre as propostas. “As propostas devem evoluir individualmente, observando as questões fundiárias, limites, objetivos, tipo de UC”, observa o professor Érico Porto Filho, ressaltando que estas “devem ser factíveis para evitar conflitos que podem inviabilizar os projetos”.
Ficou definida a criação de um documento base com a descrição e justificativa das propostas, incluindo informações técnicas, sobre a questão fundiária e sócio-econômica, além da ampliação do grupo, com convite ao IPUF e Câmara de Vereadores.
A próxima reunião acontece no dia 07 de maio no auditório da FATMA (em caso de impossibilidade neste local, será realizado na FAPESC).