Com o foco no comportamento e psicologia canina, trabalho há 6 anos com o adestramentode cães, desenvolvendo atividades para facilitar e até mesmo criar harmonia em lares com um ou mais cães convivendo em harmonia junto à seus donos.
Trabalhando com o comportamento natural dos cães e a sua psicologia, fica mais fácil entender os motivos de suas atitudes e ações que deixam muitos donos de cabelo em pé, achando que seus cãezinhos tem algum desvio de conduta ou comportamento. O trabalho realizado não pode ser inspirado pela raça do cão, e sim no seu comportamento natural. As raças tem sim, predisposições a determinadas atividades, exercem funções “instintivas” adquiridas com a evolução de cada raça e as funções atribuídas as suas qualidades.
Alguns exemplos de trabalhos comportamentais indo contra todo conceito definido pelas raças, intrínsecos em nossa cultura, são cães de caça, faro, guarda, cães de raças grandes convivendo calmamente em apartamentos, cães como Labrador, Rotweiller, Pit Bull, vivendo em apartamentos são cada vez mais comum hoje em dia, e cães pequenos sendo usados como “alarmes” para cães maiores na vigilância de um terreno, ou segurança de casas. Muitos não acreditam quando mostro fotos da minha Pit Bull, comentando que moro em apartamento e não tem um único móvel roído ou arranhado por ela em seus 8 anos de vida. É mais uma prova que o trabalho focado no comportamento do cão trás resultados que outros métodos não alcançam, e possibilita trabalhar em diversas áreas e atividades, tais como obediência, companhia, proteção, guarda, socialização com outros cães, reabilitação e a educação do filhote. Os cães tem essa “consciência” de comportamento e não de força.
Um clássico exemplo disso, são cães como Pischer, Poodle,Beagle, convivendo com cães maiores e tendo acesso a parte interna de casa, “mandando”, comandando os cães maiores. Isso tem como espelho o comportamento e relação que adotamos com nossos animaizinhos. É muito mais fácil segurar um Poodle no colo do que um Labrador, para nós humanos, é somente preguiça, ou falta de força o motivo de não pegarmos o maior no colo, mas para eles, é a conquista de um espaço, da confiança do seu dono o “alfa” da matilha deles. E vale ressaltar que não se adestra um cão com menos de 6 meses, o máximo que se faz é educar, passar aos donos a maneira correta de lidar com o cãozinho pra que seja um cão educado, nesse período de 6 meses, primeiro que o cão não tem todas as vacinas e uma proteção eficaz contra doenças e pragas das ruas, depois que é nesse período que se forma todo o vínculo de “amizade”, toda a relação com a família e o comportamento do ambiente, casa, nesse período se estabelecem os medos, os traumas, os gostos, a “vocação” do filhote qualquer estranho alterando essa rotina pode trazer resultados contrários ao desejado no treinamento do cão.
Quando comento isso, muitas pessoas não acreditam que um Labrador possa fazer o trabalho de guarda, um Golden Retriever proteger o território, e cães como Rotweillers e Pit Bulls, trabalhando com crianças, sendo cães de companhia, tendo obediência exemplar, sem qualquer comportamento defensivo ou agressivo, mas o trabalho feito com o comportamento possibilita essa mudança de padrões, e possibilitando um lar harmonioso com donos felizes e cães extremamente comportados.