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Florianópolis, 28 novembro 2024
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Florianópolis terá Festival Internacional de Arte e Cultura a partir de domingo

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A partir deste domingo, 4 e até quarta-feira, 7, Florianópolis será palco de programação cultural intensa e gratuita, com cerca de 70 atrações de música, dança, artes cênicas e visuais, audiovisual, design, moda, cultura popular, exposições e feiras, além de oficinas, encontros, palestras, workshops e rodas de conversa. O Festival Internacional de Arte e Cultura José Luiz Kinceler (FIK 2018), realização do Centro de Artes (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), será voltado ao público de todas as idades, oferecerá agenda específica direcionada a estudantes, profissionais, educadores e artistas e contará com convidados do Chile, Argentina, Uruguai e Peru. A abertura, dia 4, será marcada por shows musicais, com a apresentação de A Banda Mais Bonita da Cidade, de Curitiba, além de bandas locais formadas por alunos e egressos da Udesc. A programação ocorre na Udesc, no CIC e no TAC.

As atrações serão todas gratuitas, mas é necessário fazer inscrições (caso das oficinas) e retirar convites com antecedência para algumas delas. Para espetáculos, shows e concertos em espaços fechados, a retirada de ingresso deve ser feita no local, uma hora antes da apresentação; para exposições, apresentações artísticas em espaços abertos, rodas de conversa e palestras, não há necessidade de inscrição e nem de ingresso, basta comparecer. Confira como proceder em www.udesc.br/ceart/fik. E fique certo de que a amplitude do FIK 2018 exigirá um planejamento e atenção com relação aos dias, horários e locais.

SERVIÇO

O quê: Festival Internacional de Arte e Cultura José Luiz Kinceler (FIK 2018), realizado pela Udesc-Ceart.

Quando: Dia 4/2, 14h (credenciamento) e 17h (abertura oficial). A partir das 17h30, shows musicais. De 5 a 7, 8h30 às 20h

Onde: Udesc Ceart, av. Madre Benvenuta, 1907, bairro Itacorubi, tel.: (48) 3664-8376/8307/8350); Teatro Ademir Rosa, do Centro Integrado de Cultura, av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600, bairro Agronômica, tel. (48) 3664-2555; rua Eduardo Gonçalves D’Avila, em frente à Udesc; Teatro Álvaro de Carvalho (TAC), rua Mal. Guilherme, 26, Centro, tel.: (48) 3665-6400.

Quanto: Gratuito

SAIBA MAIS:

www.udesc.br/ceart/fik contém a agenda completa, com dias, horários e locais das atividades, além das orientações para a participação (formulários de inscrições e retirada de ingressos).

www.facebook.com/festivalFIK

www.instagram.com/fik.udesc/

KINCELER, O HOMENAGEADO

Desenhista, pintor, ceramista, escultor e professor de artes visuais, José Luiz Kinceler (1960-2015) terá homenagem especial, com o festival recebendo o seu nome. Graduado em arquitetura e urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (1984) e com doutorado em escultura na Universidad del País Vasco (2001), fez pós-doutorado em Arte Pública pela UFF-RJ (2010). Como professor atuou nos cursos de graduação e do Programa de pós-graduação em Artes Visuais do Centro de Artes da Udesc. Sua trajetória como artista teve como marca a ênfase em arte relacional em sua forma complexa, arte pública de novo gênero e processos criativos emergentes.

Natural de Curitiba (PR), morreu em junho de 2015 em Florianópolis, aos 54 anos, em decorrência de um AVC. Um dos pioneiros das Oficinas de Arte do Centro Integrado de Cultura (CIC), o nome dele também está fortemente ligado à formação de alunos nas décadas de 1980 e 1990 em aulas de escultura em cerâmica e bronze. Nome significativo da chamada Geração 80, integrou os emblemáticos grupos Nha-Ú e o Artmosfera. Seu currículo aponta exposições coletivas e individuais em Santa Catarina, no Brasil, nos Estados Unidos e na Argentina. Em 1996, criou o Monumento Integração Conesul, instalado no jardim do CIC, em Florianópolis.

 “Ele deu grande contribuição ao departamento, ao contestar o tradicional, pois pensava a arte na perspectiva relacional. Ele tem um legado por suas ideias e no campo da educação”, pontua Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva que, além professora da graduação e pós-graduação em Artes Visuais da Udesc, também foi colega de Kinceler na coordenação do programa de mestrado e doutorado em Artes Visuais, de 2011 a 2014.

A professora e doutora Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva, diretora do Ceart, diz que a iniciativa quer cumprir com os compromissos distribuição do acesso a arte e cultura como uma produção social da instituição de ensino, oferecer opções de formação cultural e entretenimento fora do calendário escolar, fortalecendo ações extensionistas. “As ações de extensão buscam inserção social, noções de pertencimento, valorização da produção artística da Udesc, diálogo com a comunidade, fruição estética, produção no campo do conhecimento das artes. O Centro de Artes será uma alternativa de ampliação de lazer cultural para moradores e turistas. A realização no recesso possibilita o acesso da comunidade aos espaços físicos do Ceart no período de férias”.

Outro aspecto levantado pelas organizadoras é o desejo de fortalecer laços com intelectuais de outros países e ajudar a internacionalizar os cursos de pós-graduação da Udesc. Formação de redes e vínculos estão na base do projeto.

O evento conta com o apoio da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Fundação Catarinense de Cultura, Prefeitura de Florianópolis, por meio da Fundação Franklin Cascaes, e do Sesc em Florianópolis.

PROGRAMAÇÃO

GEODÉSICA

Os paradigmas da arte contemporânea alargam a forma de ver e fazer artes visuais. O modo de apresentação do trabalho, as relações, os locais e o processo criativos são outros. Em vez do cubo branco, outras plataformas, desejos, inserções, conceitos. A noção do objeto propriamente dito pode ser transformada em favor do campo do convívio e das relações transdisciplinares. Por seu caráter e pelo nome do homenageado – José Kinceler – no Festival Internacional de Arte e Cultura, o espaço Geodésica assume papel significativo no evento que movimentará o Ceart. Nesse lugar, será possível conhecer melhor a vida a trajetória do artista e professor Kinceler (1960-2015) que terá três espaços permanentes.

Criado em 2011 pelo grupo de pesquisa Arte e Vida nos Limites da Representação (Udesc/CNPq), a Geodésica agrega artistas e estudantes de artes visuais, música, teatro, design e agroecologia interessados em ações capazes de gerar convívio e produção de sentidos a partir da experiência. Espaço de múltiplo uso, potencializa a troca de saberes, incentiva a criatividade de forma complexa e transdisciplinar, através de proposições colaborativas. Com caráter aberto, de “simultaneidade”, a tática artístico-pedagógica desenvolvida nos últimos anos pelo professor Kinceler junto ao Coletivo Geodésica, oferece a cada pessoa a possibilidade de, conforme seu desejo, transitar e participar ativamente das diferentes ações.

“Simultaneidades​ ​para​ ​Zé: Modelando​ ​o​ ​Real”, projeto proposto especialmente para o FIK 2018 pelo Coletivo Geodésica Cultural Itinerante, consiste em realizar uma exposição ativa sobre Kinceler. Pela primeira vez serão montadas duas estruturas geodésicas. A primeira, já instalada na Udesc Ceart, receberá a mostra com projetos de Kinceler com fotos, vídeos, objetos. Ao mesmo tempo, alguns de seus processos criativos serão ativados em oficinas, rodas de conversa, oficinas, mesa-redonda e proposições artísticas. Entre 5 e 6 de fevereiro as ações internas serão expandidas para o ambiente externo.

A exposição integra-se por projetos selecionados de Kinceler, “Espaço Heterotopia”, “Plataforma de Desejos” e “Mesa​ ​Simbólico-Imaginário”. Os projetos selecionados são: Linha do Tempo, Vinho Saber, Horta Vertical Saber, Revolução dos Baldinhos, Geodésica Cultural, Pós-Doutorado Rio, Casa Redonda, Tocata Aberta, Instrumentos Musicais de Cerâmica (Alaúde, Tambores, Moldes, Ocarinas). Cada projeto terá objetos, fotos impressas e digitais, textos impressos e digitais e vídeos (computadores com fones de ouvido). O “Espaço​ ​Heterotopia” convida à leitura de textos, referências, artigos, publicações de Kinceler e do Coletivo Geodésica Cultural Itinerante. Além de textos impressos, será disponibilizado um computador para acesso às aulas e projetos de Kinceler.  Já a “Plataforma​ ​de​ ​Desejos” convida à reflexão e participação com escrita, desenhos, proposições e ações de curto e longo prazo em relação à Geodésica. A “Mesa​ ​Simbólico-Imaginário” consiste na disponibilização de materiais como argila, lápis, folhas, revistas, com frases e palavras-chaves, para desencadear processos criativos, convívio, descontinuidade, colaborativo, relacional, transdisciplinaridade.

Uma série de oficinas ocorrerá nas Geodésicas, entre elas a da professora e artista Isabela​ ​Sielski. Ela propõe a dinâmica descontinuidades que consiste em uma prática criativa, que envolverá uma experiência pessoal e/ou coletiva, tendo como base as propostas abordadas por Kinceler em suas aulas. A descontinuidade trata de "[…] instalar um outro imaginário a partir de práticas artísticas, pautadas em desconstruir o que tenta se manter reificado por agendas de saber e poder que se instalam na convencionalidade”. “Práticas Colaborativas como Ação Política na Arte: o Legado de José Luiz Kinceler” será uma mesa-redonda, no dia 6, às 14h, com coordenação de Luiz Sérgio Oliveira (que orientou Kinceler no projeto de doutorado na UFF) e Lucas Sielski Kinceler. O professor doutor Oliveira também estará envolvido no mesmo dia com a oficina “Arte Pública em Processo”, que será ministrada de modo partilhado com Isabela Frade, professora doutora da UFRJ.

CONVIDADOS

O FIK terá oito convidados especiais, em diferentes áreas de atuação. São eles:

Julio Brum, músico uruguaio, gestor cultural e professor especializado em música infantil.  Compôs dezenas de discos com canções infantis, algumas premiadas pela Unesco e pela Associação Geral de Autores Uruguaios (Agadu), além de ter publicações e realizar conferências e oficinas sobre música popular e infantil em diferentes países. Fará palestra “A Criatividade e a Canção Infantil” e roda de conversa “Rádio e Ferramentas Colaborativas” (dia 5) e oficina “Escutar, Tocar, Criar” (dias 5 e 6).

Vanesa Galdeano e Anali Chanquia, argentinas, são criadoras do projeto de intervenção urbana Medianeras Murales. Vanesa é formada em arquitetura e licenciada em belas artes pela Universidade Nacional de Rosário. Realiza investigação e prática de arte musiva em Buenos Aires e é fundadora do Musivaria, oficina de mosaico veneziano. Também realizou dezenas de exposições individuais e coletivas. Anali é artista e licenciada em belas artes pela Universidade Nacional de Rosário. Em 2013, pintou murais no Equador, Estados Unidos e Rio de Janeiro. Com a iniciativa Medianeras Murales, ambas já trabalharam em países como Brasil, Argentina, México, Portugal, Alemanha e Tailândia. Serão as responsáveis pela oficina “Arte Urbana – Obra Coletiva Mural” (dias 5, 6 e 7).

Rafael Vivanco, designer e professor peruano, mestre em educação superior pela Universidade Ricardo Palma, doutorando em antropologia e diretor do Departamento de Design Gráfico na Universidade San Ignacio de Loyola. É editor criador das revistas “Bla Grafico”, “Zoo” e “Nativa”. Fará a oficina “Pesquisa em Design” (dias 5 e 6).

Claudia Echenique (chilena) e Verônica Fabrini (brasileira) dedicam-se ao estudo do teatro. Claudia é bacharel em teatro e especializada em direção teatral pela Pontifícia Universidade Católica do Chile (PUC/Chile), mestre em pensamento contemporâneo pela Universidade Diego Portales (UDP) e doutora em artes pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É especializada nas temáticas de teatro de rua, Shakespeare e direitos humanos, teatro contemporâneo e performance, teatro clássico e direção, tendo trabalhado em mais de 30 estreias no Brasil e no Chile. Já Verônica é bacharel em artes cênicas e mestre em artes pela Unicamp e doutora em artes cênicas pela Universidade de São Paulo (USP). Realizou pós-doutorado em filosofia na Universidade de Lisboa. É diretora artística e atriz-pesquisadora do grupo Boa Companhia e coordenadora do Rosa Dos Ventos, núcleo de criação, investigação artística e ação comunitária. Com ênfase em processos criativos, atua principalmente nos temas atuação, performance, dança, teatro gestual, dramaturgia de cena e dramaturgia de imagem. Serão responsáveis pela oficina “Teatro e Gênero” (dias 5 e 7) e pela conferência “Criando e Investigando as Artes da Cena em Parcerias e Redes Latino-americanas” (dia 6).

Marcelo Lazzaratto, ator e diretor formado pelo Departamento de Artes Cênicas da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA–USP), é professor doutor em interpretação teatral no Departamento de Artes Cênicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Criador e diretor da Cia. Elevador de Teatro Panorâmico, durante dez anos integrou como ator na Cia. Razões Inversas. Tem afinidade com temas como improvisação, direção teatral e interpretação teatral e dramaturgia cênica, além de ministrar aulas e oficinas. No FIK 2018, ministrará a oficina “Campo de Visão: Exercício e Linguagem Cênica” (de 5 a 7).

Osvaldo Gaona, designer gráfico e ilustrador mexicano, formado pela Benemérita Universidad Autónoma de Puebla (BUAP). É professor e diretor geral do Instituto de Estudos Superiores em Arquitetura e Desenho A. C. Já conquistou prêmios nacionais e internacionais, tendo trabalhos selecionados em bienais e concursos em países como Bolívia, Peru, Japão, Bélgica, Polônia, China, Zimbabwe, Estados Unidos, Ucrânia, Finlândia, Itália, Rússia, Irã e Eslováquia, além de obras aparecerem em livros e publicações internacionais. Fará a oficina “Gulliver e Lilliput” (dias 5 e 6).

FIK CRIANÇA

Entre os dias 5 e 7, entre 14h e 18h, serão oferecidas atividades artísticas para crianças entre 4 a 12 anos, divididas por faixa etária – oficinas de artes visuais, música, teatro, jogos, exibição de filmes, espetáculos de teatro e música, contação de histórias e exposições artísticas. As inscrições devem ser feitas pelo site http://www.udesc.br/ceart/fik/crianca, com o preenchimento do formulário on-line. São 20 vagas para cada faixa etária e seleção por ordem de inscrição. No ato de credenciamento, os pais ou responsáveis deverão apresentar-se munidos de documentos pessoais e da criança, para a assinatura do termo de compromisso. As crianças devem levar lanche de casa, devidamente identificados.

MÚSICA

O FIK 2018 quer também instaurar qualidade e beleza excepcionais, um balacobaco, segundo definição do dicionário. No dia da abertura, oferece no campus três shows e no encerramento outros dois. No dia 4, Kako de Oliveira e banda, seguido pela Parafuso Silvestre, fazem a partir das 17h30, o aquecimento do público para um fim de tarde especial que se encerrará com a apresentação de A Banda Mais Bonita da Cidade.

Com o propósito de valorizar criadores formados pela instituição, Kako de Oliveira e a Parafuso Silvestre contam com integrantes diplomados em música na Udesc Ceart. Paulistano radicado em Florianópolis desde 2008, Kako de Oliveira, que participou recentemente do “The Voice Brasil”, tem um poderoso timbre. Ele e sua banda fazem um trabalho autoral que valoriza o samba e a música popular brasileira. Já a Parafuso Silvestre integrada por Taro Löcherbach (voz e guitarra), Juarez Mendonça (bateria), Julio Victor (guitarra e baixo) e Bruno Arceno (guitarra e baixo) opta por outras sonoridades. Surgida em 2013 nos corredores da Udesc Ceart, experimentais e pesquisadores transita entre o rock alternativo, a trilha sonora e a canção pop. Em 2017, a banda lançou o EP "Contra o Corpo e Contra a Mente", a primeira parte de uma trilogia. Além de compor a história, as letras abordam questões universais, os dilemas contemporâneos da juventude e da vida urbana.

Célebre pela canção “Oração”, lançada no YouTube, A Banda Mais Bonita da Cidade vem de Curitiba (PR). Composto por Uyara Torrente no vocal, Vinícius Nisi no teclado, Marano no baixo, Luís Bourscheidt na bateria e Thiago Ramalho na guitarra, o grupo criado em 2009 valoriza os autores locais, faz pesquisa de compositores cujas músicas ganham novos e singulares arranjos. Considerada um fenômeno desde 2011 quando alcançou em três semanas cerca de 5 milhões de visualizações, hoje tem os álbuns gravados em estúdio – “A Banda Mais Bonita da Cidade” (2011), “O Mais Feliz da Vida” (13), “De Cima do Mundo Eu Vi o Tempo” (17) -; gravados ao vivo – “Ao Vivo no Cine Joia” (16) e o EP´s “Canções que Vão Morrer no Ar” (12). Com tudo isso na bagagem, fazem shows pelo Brasil e também em Portugal, França, Espanha, Argentina e Uruguai.

Já no dia 5, as atrações serão o show “No Dorso do Rinoceronte: Música Independente para Crianças Inteligentes”, o “Concerto Universitários Ceart/Udesc – Premiados 2017” e a apresentação do trabalho do maracatu Baque Mulher Florianópolis. Esse grupo é formado por 15 mulheres pesquisadoras do maracatu de baque virado, interessadas na partilha de experiências e em discussões sobre o feminismo e racismo. O movimento, surgido em Recife sob a coordenação da mestra Joana Cavalcante, tem hoje mais de 200 batuqueiras espalhadas em mais de 20 cidades do Brasil, na Argentina e Alemanha. No Teatro Álvaro de Carvalho (TAC), também no dia 5, às 20h, a atração será o Entrevero Instrumental. Arthur Boscato (violão), Diego Guerro (acordeom), Jota Barbosa (sax), Filipe Maliska (bateria) e Rodrigo Moreira (baixo) apresentam um trabalho autoral de música instrumental brasileira com grande influência dos ritmos do Sul do Brasil e da música contemporânea. Premiados, com uma trajetória consistente de participações em festivais e shows em mais de 60 cidades do país e turnê na França e Espanha. Seu último trabalho, “Estratossoma”, recebeu o Prêmio Elisabete Anderle e foi eleito um dos melhores álbuns instrumentais do ano segundo o crítico Antônio Carlos Miguel do G1.

No dia 6, haverá o ensaio aberto da Banda Vivar e o “Concerto de Música Experimental”, com Acácio Piedade. No encerramento, no dia 7, as sonoridades serão outras. Às 12h, haverá apresentação de “Mantras Revisitados – Coletivo Sonoro Los Chapatis” composto por Tatiana Rosa (harmonium e vocal). Às 19h, na festa de encerramento de rua (na frente da à Udesc), será a vez de Cores de Aidê, banda composta só por mulheres e um fenômeno musical na Ilha de Santa Catarina, foi criada em 2015, no Morro do Quilombo. O grupo percussivo mergulha no samba reggae com composições próprias, arranjos, coreografias e principalmente relações baseadas na liberdade e no respeito de etnias. A partir das 20h, show com a Bateria da União da Ilha da Magia. A história do grupo, carinhosamente chamado de UIM, começa em 1993 com um grupo de amigos da Lagoa da Conceição. Em 1996, eles criam uma bateria show que em pouco tempo passa a ser bem requisitada. Com a popularidade, em 2000 dá lugar ao Bloco Carnavalesco União da Ilha da Magia. Como tal, promove arrastões na Lagoa, envolve foliões. Em 2009, estreia como escola de samba. Em cinco anos, conquista dois vice- campeonatos e dois campeonatos. Hoje é bicampeã do Carnaval de Florianópolis com 2,8 mil integrantes.

TEATRO

Nove espetáculos teatrais estarão no FIK 2018. Espessa, a agenda atenderá crianças e interessados em estética teatral, discussões de gênero e questões contemporâneas. No dia 5, às 13h, no campus, “Mulheres Violentas” discute o drama da violência, os feminicídios. Definida como perfo-conferência, situa-se no artivismo, termo adotado para intervenções artísticas que buscam o tecido social com um discurso que aproxima arte e política. Direção e dramaturgia são de Claudia Echenique e atuação de Verônica Fabrini e Ló Guimarães. Às 12h, no hall do bloco Amarelo, será possível conferir “Ensaio Aberto: Sociedade dos Poetas Vivos”, um projeto que divulga poemas e poetas contemporâneos.

Ainda no mesmo dia, às 20h, o show performático “Insones” concebido na disciplina de direção teatral na Udesc. Dirigido por Adriano Medeiros e Gabriel Velasques, o trabalho aproxima teatro, música, artes visuais e história. O personagem, insone e exausto, traz à tona pensamentos fervilhantes.

 No dia 6, a agenda teatral começará às 17h, no campus, com “Guerreiras Donzelas” e segue com “O Auto da Compadecida”, às 20h, no Teatro Pedro Ivo. No mesmo horário, porém no campus, “E a Avenca Partiu”, projeto idealizado pela atriz e diretora Bruna Ferracioli, numa disciplina de interpretação teatral. O trabalho discute relacionamento abusivo e possibilidades de redescobertas a partir da livre adaptação do texto "Para uma Avença Partindo", de Caio Fernando Abreu.

Em “Guerreiras Donzelas”, as histórias de Joana D’Arc e Mulan são contadas por duas personagens/brincantes que estabelecem conexões com outras histórias de mulheres obrigadas a enfrentar a guerra. Texto e atuação são de Jussyanne Emidio e Luane Pedroso.

“O Auto da Compadecida” também tem origem em aulas do curso de Teatro da Udesc-Ceart. A união de estudantes resultou na Cia. Caras de Boneco, que estreou com o clássico de Ariano Suassuna. A obra mescla cultura popular, literatura de cordel, música e elementos circenses. A montagem dialoga com as propostas do autor na cenografia, no figurino e na música, com trilha sonora arranjada e orquestrada por integrantes da Orquestra Acadêmica Udesc. A direção de Paulo Balardim com a assistência de Vicente Concilio e preparação vocal de Daiane Dordete, todos professores da Udesc.

No dia 7, no campus, o teatro começará com “Transvydaji”, definida na sinopse como “performance degenerada cantada bamboleada anti macho heteronormativo, terrorixta de gênero”. No Brasil, que em ranking mundial mais mata transexuais e mais procura pornografia, a intenção é perguntar: “Cala ou grita? Vai fingir que nada acontece?”. Às 17h, hora de conferir “Quedelhe o Boi?”, do Pequeninus Grupo de Arte, que vem de Canelinha com teatro de bonecos e aposta no folguedo popular, no boi de mamão. Em tom cômico, o espetáculo discute maus tratos dos animais. Às 18h, será a vez de “Bela”.

FEIRAS

Pessoas interessadas em novos formatos de livros, publicações independentes e zines terão um prato feito com as feiras propostas pelo FIK. Flamboiã, Feira Livre de Arte Universitária (Flau) e Parque Gráfico são algumas das iniciativas realizadas em tendas dentro do campus. A 3ª Flau é uma feira artístico-cultural organizada por alunos da Udesc Ceart em parceria com o Centro Acadêmico de Artes Visuais. Expõe e comercializa a produção artística de alunos da Udesc Ceart, cria espaços de troca e integração com a comunidade. Reúne produções plásticas e visuais, artesanatos, quitutes, performances e apresentações musicais.

A Parque Gráfico, feira de arte impressa e publicações independentes existe desde 2016. No FIK 2018 começa uma nova proposta: a Parque Gráfico – Pocket Edition, que surge como um formato reduzido.

A Flamboiã agrega desde 2013 artistas, editoras e interessados em publicações de artista em diferentes linguagens e formatos. Dentro do FIK, o coletivo, que reúne Ana Camorlinga, Gabi Bresola e Marcos Walickosky, promove a Flamboiã Frete, feira volante na qual a curadoria promove a circulação e revenda das publicações em determinados lugares e eventos. Neste formato, abandona o espaço fixo para circular, fazendo frete.

Ainda terá a Feira das Rendeiras e a Feira dos Produtos do Saber, esse um projeto – conduzido pelo Ecomoda.

EXPOSIÇÕES

Vinte projetos de artes visuais estarão contemplados no FIK 2018. O projeto Geodésica abriga a mostra “Simultaneidades para Zé: Modelando​ ​o​ ​Real”, que ativa uma seleção de projetos de Kinceler, “Espaço Heterotopia”, “Plataforma de Desejos” e “Mesa​ ​Simbólico-Imaginário”.  Já “Boicote” e “n. 8112” serão no campus. A mostra “Boicote”, um trabalho de Amanda Caldeira Augusti, propõe a reflexão sobre a indústria da carne, sua insustentabilidade ambiental e dinâmica de poder na política do Brasil. “n. 8112”, de Bethânia Carolina Hardt, agrupa os relatos de quatro mulheres vítimas de assédio. Fragmentos de depoimentos são sobrepostos as imagens de seus olhos. Além disso, um cartaz em branco convida: "Vomite seus ‘Elogios’ e Abusos sem Medo de Julgamento" onde será possível relatar situações de assedio. Fora do campus, no centro da cidade, “Matizes do Tempo”, de Dirce Korbes, na Galeria Municipal Pedro Paulo Vecchietti, “Além da Aparência,” de Boris Kossoy, na Helena Fretta Galeria de Arte, e “Palavra-Alma”, de Ana Paula Soukef, no Memorial Meyer Filho.

Outras mostras estarão espalhadas pelo campus, ocupando paredes, halls, jardim. Banners, pinturas, instalações, fotografias – um acervo valioso criado por artistas significativos do circuito de Santa Catarina. As exposições “Alegria Tem Preço”, “Nosoutros”. “Translação”, “Cabeças”, “Estou Te Vendo”, “(In)corpóreo”, “O Eu e o Outro”, “Todos Somos Pagu”, “Escrita Privada”, “Epitáfios”, “VerAcidade” e “A Linha como Meio Entre uma Coisa e Outra” envolvem a produção de Marcelo Fernandes, Rogério Ferrari, Maria Luiza Sumienski, Eduardo Beltrame, Adriano Fernandes, Zeila Sardá, Marcus Dutra, Adriana Füchter, Ana Sabiá, Betinha Trevisan, Maria Helena Schwengber, Marina Bott Gonçalves, Luis Paganelli, Luciana Petrelli, Marcus Vinicius Dutra, Rosane Cechinel, Soninha Vil, Ricardo Ramos, Karol Satake, Lu Renata, Lena Peixer, Ana Camorlinga e Lucila Horn. No conjunto de suas configurações e pensamento estético, por sua diversidade em técnicas e abordagens, os trabalhos mudarão a paisagem interna e externa da instituição.

CINEMA

O FIK 2018 também ganhará amplitude no audiovisual, com a exibição de curtas-metragens e a Massunim: Mostra de Cinema de Alagoas que apresentará 12 filmes, uma mistura de documentários e obras ficcionais. A agenda imbrica arte e cinema, com diferentes abordagens, num entrecruzamento multidisciplinar de diversos campos de reflexão e pesquisa.  Entre as atrações estarão “A Escola Amaldiçoada”, “Espectros de Memória” e “O Casamento de Clarice e Bataille”.

 Realizado em 2017, “O Casamento de Clarice e Bataille”, tem 57 minutos e é dirigido por Aline Dias e Julia Amaral. O filme tem como ponto de partida o desejo de aproximação conceitual/ficcional entre os escritores Clarice Lispector e Georges Bataille. No filme, o casal constrói um espaço-tempo lento e introspectivo, imersos em gestos e ambientes domésticos.

OFICINAS

Serão oferecidas 28 oficinas que abrangem diferentes suportes do fazer artístico: letras e literatura, fotografia, gravura, arte digital, pesquisa em design, ilustração, desenho artístico, cerâmica (produção de engobes), aquarela, artesanato em fibra, textos teatrais, linguagem cênica, teatro e gênero, performance para pessoas trans e travestis, intervenção urbana, arte pública e grafite, criação musical, composição de música para crianças, dança, maracatu para mulheres, entre outros. Conforme o tema, serão direcionadas, para profissionais e acadêmicos ou abertas ao público em geral. Todas terão limites de participantes, por isso será necessário fazer inscrição prévia. A agenda completa, com dias, horas e locais, além dos formulários de inscrição e os materiais necessários (se houver) estão detalhados em http://www.udesc.br/ceart/fik.

Outras atividades

Os eventos relacionados à academia serão um dos pontos altos do FIK 2018. Seminário, conferência, palestras, encontros, rodas de conversa e residência artística vão explorar diferentes temas. São eles: seminário “Walter Benjamin – Educação, Arte e Política”; conferência “Criando e Investigando as Artes das Cenas em Parceria e Redes Latino-americanas”; encontros “Rede de Educadores em Museu (REM)” e “Aprodança – Palestra Bia Mattar e Mesa Redonda”; palestras “Educação Formal e não Formal” e “Criatividade e Canção Infantil”; rodas de conversa: “A Escultura Social na Prática Agroflorestal”, “Rádio e Ferramentas Colaborativas”, “Gênero, Educação, Ativismo e Arte – Resistência Cultural Feminista em Tempos Sombrios”, “Pesquisa em Arquivos de História da Arte” e “Residência Artística e Oficina de Cerâmica”.  O seminário exige inscrição prévia. Para as palestras, encontros e rodas de conversa, não há inscrição, basta comparecer ao local no horário agendado.