Pela primeira vez, Florianópolis recebe no dia 16 de dezembro o Bariatric Channel, evento mundial de cirurgias revisionais bariátricas on-line. Cirurgiões bariátricos renomados transmitirão em tempo real, diretamente do Hospital de Caridade, oito cirurgias bariátricas revisionais e uma robótica, que serão acompanhadas por médicos de vários países.
O anfitrião do evento, Nicholas Kruel, não apenas lidera a organização local, mas também será o cirurgião responsável pela cirurgia robótica. “Tive a honra de realizar a primeira cirurgia bariátrica do mundo com a técnica Sleeve por meio do robô Versus. Poder contribuir compartilhando a experiência da robótica com colegas de várias partes do mundo será muito gratificante”, destaca.
Segundo o Atlas Mundial da Obesidade, produzido pela World Obesity Federation (WOF), a obesidade deve atingir 41% da população brasileira até 2035 com impacto econômico na saúde estimado em US$ 19,2 milhões, cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), o que reforça a importância da ampliação da cirurgia bariátrica como instrumento de tratamento da doença.
Cirurgias Revisionais
A cirurgia bariátrica é uma técnica muito eficiente para o emagrecimento, mas é considerado normal se o paciente recupera de 5 a 10% do peso eliminado em dois anos. No entanto, em alguns casos os pacientes podem sofrer efeitos indesejados no pós-cirúrgico, ou voltar a ganhar peso (acima de 20% do que foi reduzido), o que precisa ser investigado e pode indicar a necessidade de uma cirurgia revisional para identificar alguma situação anatômica na bariátrica.
As possibilidades do reganho de peso e dores podem ser na anastomose (junção do estômago com o intestino) que está muito aberta, estômago muito alongado, ou síndrome Candy Cane – permanência de uma alça cega aumentada em que se acumula alimento, mas apenas o exame poderá dar o correto diagnóstico.
Por ser um processo mais complexo do que a primeira cirurgia, em que serão dissecados tecido previamente manipulado e possivelmente repleto de aderências, a cirurgia revisional se torna mais delicada e por conta disso exige muita capacidade técnica do cirurgião e um apoio de uma equipe multidisciplinar qualificada.
Fotos: Rubens Flôres.