A obra “Amor, Plástico e Barulho” será o filme de abertura da Mostra de Longas do 18º Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM), que acontece entre 23 e 30 de maio na Universidade Federal de Santa Catarina, com entrada gratuita.
Ao todo, serão exibidos nove longas convidados pela coordenação do FAM: quatro brasileiros, dois argentinos, um chileno, uma produção Uruguai/Portugal e outra Uruguai/Argentina.
Confira a grade de exibição:
Sexta, 23:
21h Amor, plástico e barulho
Sábado, 24:
21h – Matar a un hombre
Domingo, 25:
21h- El manto de Hiel
Segunda, 26:
21h- Diario de Darwin
Terça, 27:
21h- La paz
Quarta, 28:
21h- A oeste do fim do mundo
Quinta, 29:
El lugar del hijo (O Militante)
Sexta, 30:
1ª sessão (19h): Cidade de Deus: 10 anos depois
2ª sessão (21h30): Riocorrente
Sinopses:
(1) Amor, plástico e barulho
Amor, Plástico e Barulho, o primeiro longa de ficção da diretora Renata Pinheiro, depois de vários projetos multimídia, curtas e documentários, estreou internacionalmente em 27 e 28 de abril no prestigiado festival português Indie Lisboa, voltado ao cinema contemporâneo. A história se desenvolve no ambiente sensual, colorido e periférico da música brega do Recife, a partir de duas cantoras/dançarinas e suas ambições e conflitos: a veterana Jaqueline (Maeve Jinkings, atriz de O Som ao Redor) e a iniciante ascendente Shelly (Nash Laila). As duas mulheres buscam pela fama numa cidade que vive um boom desenvolvimentista e, ao mesmo tempo, sufoca o passado – lugar do brega do qual elas sobrevivem. O filme vem de um dos principais polos cinematográficos do país. Apenas em editais públicos de cinema, Pernambuco investe R$ 11,5 milhões por ano. Nos festivais nacionais, o filme vem arrebatando diversos prêmios: foi o Melhor Filme na Mostra do Filme Livre em fevereiro de 2014; Melhor Filme (Prêmio Abracine) e Melhor Atriz (Maeve Jinkings) no Festival Aruanda – PB em dezembro de 2013; Melhor Atriz (Maeve Jinkings), Melhor Atriz Coadjuvante (Nash Laila) e Melhor Direção de Arte (Dani Vilela) no Festival de Brasília em novembro de 2013; e Melhor Montagem (Eva Randoph) e Menção Honrosa para Maeve Jinkings no Janela Internacional de Cinema do Recife em outubro de 2013.
(2) Matar a un hombre
Com roteiro e direção de Alejandro Fernández Almendras, o chileno Matar a un hombre narra a história de Jorge, um pai de família, que é assaltado por um conhecido ladrão de bairro, ao votar do trabalho para casa. Seu filho decide encarar o ladrão, tentando recuperar o roubo, mas é gravemente ferido pelo assaltante. O bandido é condenado a uma pena muito pequena e ao sair da prisão começa a ameaçar e assediar a família de Jorge, sem que a polícia tome alguma medida. Baseado em uma história real, narra a tensão crescente entre um delinquente e seu vizinho, um trabalhador humilde e honrado que se vê envolto em uma situação insustentável.
(3) El manto de Hiel
El Manto de Hiel (Argentina, 2014) estreou em março no festival Pantalla Pinamar, na Argentina, e tem roteiro assinado pelo diretor Gustavo Corrado. Foi rodado no deserto andino da província de San Juan, e as locações incluíram uma mina abandonada. Na história, do gênero fantástico, um homem da cidade acidentalmente chega num povoado perdido no deserto, onde estranhos eventos climáticos acontecem. O vilarejo é habitado por uma população envelhecida, incluindo uma mulher que espera há 40 anos o retorno do marido. Este é o terceiro longa de Corrado como diretor e roteirista. Garua, de 2005, um filme sobre tango, foi melhor filme no Bogotá Film Festival de 2005. O outro, El Armário, estreou no International Film Festival Rotterdam de 1999.
(4) Rincón de Darwin
Rincón de Darwin, o primeiro longa do diretor uruguaio Diego Fernández, é uma produção de 2013 entre Portugal e Uruguai e conta a história de Gastón, um jovem que trabalha com computação que não consegue esquecer sua ex-namorada. Ele herda uma casa e viaja para vê-la com Américo (escrivão um pouco deprimido por estar envelhecendo). Eles contam com o serviço de Beto e sua velha caminhonete. A região onde o imóvel está localizado recebeu a visita do naturalista inglês Charles de Darwin, em 1833. Daí vem o nome do filme. É nessa paisagem que se desenvolvem os conflitos pessoais dos três.
(5) La Paz
Produção argentina de 2013 e dirigida por Santiago Loza, La Paz conta a história de Liso (Lisandro Rodríguez), que acaba de sair de um hospital psiquiátrico e vai morar com os pais. Infantilizado pela família, ele tenta retomar a vida, recuperar contatos, mas nada parece dar certo. Sua principal companhia passa a ser Sonia (Fidelia Batallanos Michel), empregada boliviana com quem inicia uma afetuosa relação.
(6) A Oeste do fim do mundo
Filme do diretor brasileiro Paulo Nascimento, A Oeste do fim do mundo passa na Argentina. Um velho posto de gasolina perdido na imensidão da antiga estrada transcontinental é o refúgio do introspectivo Leon (César Troncoso). De poucas palavras, poucos gestos e nenhum amigo, sua solidão só é quebrada por um ou outro caminhoneiro eventual que passa por ali para abastecer. Ou pelas visitas sempre bem humoradas do sarcástico Silas (Nelson Diniz), um motociclista com ares de hippie aposentado. O tempo passa devagar nas margens da velha estrada. Até o dia em que a enigmática e inesperada chegada de Ana (Fernanda Moro) transforma radicalmente o cotidiano de Leon e Silas. Aos pés da imponente Cordilheira dos Andes, segredos que pareciam estar bem enterrados vêm à tona, reabrindo antigas feridas e mudando para sempre a vida dos protagonistas.
(7) El Lugar de Hijo (O militante)
Coprodução Uruguai/Argentina, dirigida por Manuel Nieto. Um estudante de Montevidéu, em meio à grande mobilização estudantil e sindical que ocorreu no país em 2002, recebe a notícia que seu pai está morto. O filme trata do conflito de deixar os ideais da militância social e passar a administrar a herança deixada pelo pai. Foi a produção mais premiada no 35ª Festival de Nuevo Cine Latinoamericano de La Habana (melhor ficção, melhor fotografia e prêmio Fipresci, da Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica). Foi exibido também nos festivais de Toronto, Rotterdam e levou o prêmio especial da crítica na Mosta Internacional de Cinema São Paulo.
(8) Cidade de Deus
Cavi Borges, cineasta homenageado no FAM deste ano, traz Cidade de Deus – 10 anos depois, para encerrar o festival, documentário que retrata as transformações vividas pelos atores desde o lançamento do longa de ficção “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles, em 2002. Entre os entrevistados estão Douglas Silva (o fotógrafo no filme) e Alice Braga (a menina rica que visitava Cidade de Deus). O documentário estreou em março no Festival de Cinema de Nova Iorque e vai passar pelos principais festivais brasileiros ao longo do ano.
(9) Riocorrente
Riocorrente, de Paulo Sacramento, é o primeiro longa de ficção do diretor, lançado 10 anos após o premiado documentário O Prisioneiro da Grade de Ferro, rodado no presídio Carandiru. Apesar de ficção, Riocorrente tem um tom documental, roteiro do próprio Sacramento e grande impacto visual e sonoro, para fazer jus ao cotidiano vertiginoso da cidade de São Paulo, onde se passa a história. Envolve um triângulo amoroso entre Renata (Simone Iliescu), personagem da qual pouco se sabe, o jornalista Marcelo (Roberto Audio) e o ladrão de carros Carlos (Lee Taylor). Dois lados desse triângulo não se conhecem. Há também o menino de rua Exu (Vinícius dos Anjos), adotado informalmente por Carlos. O filme estreou no 46º Festival de Brasília em 2013, onde recebeu os prêmios de Melhor Fotografia (para Aloysio Raulino) e Melhor Montagem e foi o Melhor Filme Brasileiro segundo a Crítica (Abraccine) na 37ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Em janeiro iniciou sua carreira internacional, na competição oficial do Festival de Rotterdam. Riocorrente foi o penúltimo trabalho do prestigiado fotógrafo Aloysio Raulino, que morreu no ano passado. Ele e Sacramento já haviam trabalhado juntos em O Prisioneiro da Grade de Ferro, que levou o prêmio de melhor fotografia no Festival de Gramado de 2003.