De 19 a 25 de maio, Florianópolis recebe o Festival Nacional do Conto, um projeto de difusão, discussão e fomento, que traz para Santa Catarina o debate sobre este gênero literário. A programação desta quarta edição do evento está concentrada no Teatro Sesc Prainha, na Travessa Syriaco Atherino, 100, no centro de Florianópolis, com entrada gratuita. O site oficial do evento é www.festivalnacionaldoconto.com.br.
O autor homenageado desta quarta edição é o escritor carioca Sérgio Sant’Anna, que iniciou sua carreira de escritor em 1969, com os contos de “O sobrevivente”, livro que o levou a participar do International Writing Program da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos. Teve obras traduzidas para o alemão e o italiano e adaptadas para o cinema. Recebeu quatro vezes o prêmio Jabuti, a mais recente pelos contos de “O voo da madrugada” (2003), que recebeu também o prêmio APCA e o segundo lugar no prêmio Portugal Telecom de literatura. Seu livro mais recente é “Páginas sem glória”, lançado em 2012 pela Companhia das Letras.
Programação do evento:
19 de maio – Segunda-feira
20h – Abertura oficial do 4º Festival Nacional do Conto: homenagem e bate-papo com Sérgio Sant’Anna (RJ). Mediação de Kelvin Falcão Klein.
Nasceu no Rio de Janeiro em 1941 e estreou na literatura em 1969, com “O Sobrevivente”, livro de contos que o credenciou para participar do International Writing Program da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos. Com dezessete livros, muitos prêmios e duas adaptações de seus livros para o cinema, Sérgio Sant’Anna é hoje um dos grandes escritores brasileiros em atividade, e sua prosa experimental e transgressiva é inspiração para diversas gerações de escritores e leitores. Embora já tenha publicado poesia, peças de teatro, novelas e romances, ele se considera um contista: “Me dou melhor com formas mais breves. Tenho muito mais tendência à narrativa curta do que ao romance. O conto me permite experimentar mais”. Dentre suas principais obras estão “Confissões de Ralfo” (1975), “O concerto de João Gilberto no Rio de Janeiro (1982), “A senhorita Simpson” (1989), “O monstro” (contos) e “O voo da madrugada” (contos, 2003), dentre outros.
20 de maio – Terça-feira
20h – Breves mitologias, com Altair Martins (RS), Rafael Gallo (SP), Sérgio Medeiros (SC) e Péricles Prade (SC). Mediação de Katherine Funke.
Quatro escritores numa conversa franca sobre a mitologia que cerca os processos criativos do conto. Altair Martins, vencedor dos prêmios Moacyr Scliar e Açorianos (“Enquanto água”, contos) e São Paulo de Literatura (“A parede no escuro”, romance), encontra Rafael Gallo, vencedor do Prêmio Sesc de Literatura (“Réveillon e outros dias”, contos) e duas das mais importantes vozes da literatura no estado de Santa Catarina: os poetas, tradutores e contistas Sérgio Medeiros (“O desencontro dos canibais”, contos) e Péricles Prade (“Alçapão para gigantes” e “Ao som do realejo”, contos).
21 de maio – Quarta-feira
20h – Pico na veia, com Daniel Pellizari (RS), André Sant’Anna (SP), Paulo Sandrini (PR) e Fábio Brüggemann (SC). Mediação de Demétrio Panarotto.
Quatro dos mais inventivos contistas brasileiros fervilhando ao redor da máxima “um bom conto é pico certeiro na veia”, de Dalton Trevisan. Daniel Pellizari (“O Livro das Cousas que Acontecem” e “Ovelhas que Voam se Perdem no Céu”, contos) fervilha com o contista, romancista e músico André Sant’Anna (“O Brasil é bom” e “Inverdades”, contos) e, também, com o contista Paulo Sandrini (“Códice d’incríveis objetos & Histórias de Lebensraum” e “O estranho hábito de dormir em pé”, contos) e Fábio Brüggemann (“Riomadrenses” e “Fabulário de ilustres desconhecidos”, contos).
22 de maio – Quinta-feira
20h – Solidão na ponta da vírgula, com Fernando Bonassi (SP), Sérgio Fantini (MG), Luiz Roberto Guedes (SP) e André Timm (SC). Mediação de Demétrio Panarotto.
O ato solitário da escrita, a vírgula como uma faca que espreita a solidão dos personagens. Fernando Bonassi (“O Amor em chamas” e “Passaporte”, contos), Sérgio Fantini (“Novella” e “A ponto de explodir”, contos), Luiz Roberto Guedes (“Dez romances breves” e “Alguém para amar no fim de semana, contos”) e André Timm (“Insônia”, contos) com as mesmas vinte palavras girando ao redor do sol que as limpa do que não é faca (trecho do poema de João Cabral de Melo Neto para Graciliano Ramos).
23 de maio – Sexta-feira
20h – Contofantasma, com Márcia Denser (SP), Noemi Jaffe (SP), Cíntia Moscovitch (RS) e Luísa Geisler (RS). Mediação de Katherine Funke.
O olhar afiado de quatro grandes contistas sobre suas próprias produções, num encontro clássico de gerações e estilos. Márcia Denser (“Tango Fantasma” e “Diana Caçadora”, Contos), Noemi Jaffe (“A verdadeira história do alfabeto”, contos), Cíntia Moscovich (“Arquitetura do arco-íris” e “Essa coisa brilhante que é a chuva”, contos) e Luísa Geisler (“Contos de mentira”, contos) no limite da linguagem.
24 e 25 de maio – Sábado e Domingo
1ª etapa Programa Sesc de Criação Literária, com Sérgio Fantini
Das 14h30 às 19h30
Parte do Programa Sesc de Criação Literária 2014, é um espaço de troca de experiências entre participantes, sob a mediação do escritor Sérgio Fantini, para a construção compartilhada de textos em prosa. O curso tem duração de 20 horas/aula. A segunda etapa será realizada nos dias 21 e 22 de junho, com a mesma turma inscrita nesta primeira. Para participar, é necessário se inscrever na Central de Atendimento do Sesc Florianópolis (Prainha). Valores: R$ 25,00 para comerciário e R$ 50,00 para usuários.
Sérgio Fantini nasceu em Belo Horizonte. A partir de 1976, publicou zines e livros de poemas; realizou shows, exposições, recitais e performances. Publicou os livros “Diz Xis”, “Cada Um Cada Um”, “Materiais”, “Coleta Seletiva”, “A ponto de explodir”, “Camping”, “Silas” e “A Baleia Conceição”. É autor do texto e co-roteirista do curta Terra, dirigido por Sávio Leite.
24 de maio – Sábado
20h – Performance “Quem matou Porfíria Reis?”
(50 minutos, 12 anos)
Livremente inspirada no livro de contos “Quem matou Porfíria Reis?”, de Fred Paiva e Suelen Rocha, a performance une música, teatro e literatura, num convite às inúmeras possibilidades de uma mesma história. Adaptação e música de Fred Paiva e Suelen Rocha.
25 de maio – Domingo
20h – Espetáculo de encerramento do 4a Festival Nacional do Conto:
“PRELÚDIOS – em quatro caixas de lembranças e uma canção de amor desfeito”, com Susana Fuentes (RJ)
(60 minutos, Livre)
O desenlace da vida de uma mulher, às voltas com suas lembranças depois de uma decepção amorosa. O espetáculo reúne na linguagem teatral a mímica, a música e o texto. Criação, texto e interpretação de Susana Fuentes, autora do livro de contos “Escola de Gigantes”, e direção da cineasta Eunice Gutman. Música original de Susana Fuentes e Fernando Guilhon. O mote vem das palavras Gabriel García Márquez em “Cem Anos de Solidão”, na voz de um certo cigano de passagem pelo livro: “As coisas têm vida própria. Tudo é questão de despertar a sua alma”. Em foco o tempo e o olhar, tempo para acordar a casa. O espetáculo foi selecionado para o Festival Internacional de Teatro Fringe NYC, em agosto de 2012, e participou de uma série de apresentações no The Gene Frankel Theatre, Soho, Manhattan, NY.