Prestes a completar 25 anos, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) realizará um feito inédito: vai investir sozinha e pela primeira vez mais de R$ 56 milhões em bolsas de mestrado e doutorado. Os valores serão disponibilizados ao longo dos próximos 48 meses.
Até então, o investimento mais robusto e recente feito pela fundação foi de quase R$ 29 milhões em 2017, em chamada pública lançada em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A chamada pública vai contemplar todos os programas de pós-graduação de universidades públicas e privadas sem fins lucrativos com registro no Ministério da Educação. Antes, os coordenadores precisarão fazer um credenciamento para receber as bolsas.
“Somos um Governo que acredita na ciência, na pesquisa, na educação e na capacidade dos catarinenses de transformar esses investimentos em conhecimento e melhorias para toda a sociedade. Esta é mais uma entre tantas iniciativas do Governo do Estado em favor da educação em todos os níveis”, destaca o governador Carlos Moisés.
Segundo o presidente da fundação, Fábio Zabot Holthausen, Santa Catarina faz um investimento intenso em ciência, tecnologia e inovação através da Fapesc. “A ideia é que esses pesquisadores possam contribuir com a busca de soluções para o Estado de Santa Catarina ao mesmo tempo em que, com a formação e qualificação, acessem o mercado de trabalho e contribuam para o desenvolvimento das instituições”, enfatiza.
“A educação é a base do crescimento do Estado. A abertura de bolsas de mestrado e doutorado vai ao encontro dos desafios frente à retomada econômica ao investir em profissionais altamente qualificados para o mercado de trabalho”, defende o secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Luciano Buligon.
Os exatos 56.217.600,00 serão investidos em 744 bolsas de mestrado e 190 de doutorado. Cada curso receberá quatro bolsas de mestrado – duas agora e duas depois de 24 meses, quando encerra o ciclo para esse tipo de pesquisa – e mais duas de doutorado. Hoje, são elegíveis para receber esse investimento 186 cursos de mestrado e 95 de doutorado de todas as regiões de Santa Catarina.
O professor Amauri Bogo, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapesc, reforça a importância da participação dos cursos de pós-graduação e do credenciamento dentro do prazo da chamada pública. “Estaremos à disposição para sanar dúvidas e orientar no que for preciso para que cada programa de pós-graduação consiga suas bolsas e ajudem novos pesquisadores a avançarem com seus projetos, resultando em mais conhecimento e novas soluções para os desafios que enfrentamos hoje”, destaca.
A cerimônia de lançamento será realizada na próxima quarta-feira, 1 de dezembro, em live transmitida nas redes sociais da Fapesc. As inscrições para o edital vão até 31 de dezembro na plataforma da Fapesc.
Reajuste
O investimento recorde em bolsas não é a única novidade. A Fapesc também vai aumentar os valores que mestrandos e doutorandos receberão a partir de 2022. O aumento contemplará somente os aprovados a partir deste edital.
O valor das bolsas de mestrado sobe de R$ 1.500 para R$ 1.800. Já o de doutorado passa de R$ 2.200 mil para R$ 2.640. Nos dois casos, o aumento é de 20%.
“Este reajuste se dá em atenção à defasagem da atualização das bolsas das agências públicas de fomento que não sofrem reajustes desde o ano de 2013”, explica a gerente de Eventos em Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapesc, Ana Paula Netto Carneiro, também responsável pelas bolsas.
Bolsa + pesquisa = conhecimento e reconhecimento
Essa é a fórmula que levou um mestrando em Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) a ganhar destaque nacional. Vitor Hochsprung recebeu o segundo lugar no Prêmio da Associação de Linguística (Abralin) em 2021, na categoria Divulgação e Popularização da Ciência Linguística.
O reconhecimento veio após uma ação super divertida de Vitor para popularizar a sua área de atuação: a divulgação de vídeos nas redes sociais para analisar a partir de aspectos linguísticos temas que viralizaram.
Vitor destaca que a rotina de um pesquisador não é fácil: é preciso cursar disciplinas que exigem um grande volume de leitura, participar de eventos e grupos de estudos, fazer estágio em docência e, o mais importante, escrever a dissertação.
“Além de dedicação, ser acadêmico exige tempo. Muitos colegas, os quais respeito e admiro, atuam paralelamente em outros setores laborais, o que, como eles mesmos apontam, acaba dificultando um pouco o processo. Ser bolsista Fapesc faz com que eu possa centrar meus pensamentos para a minha prática acadêmica, o que contribui para uma organização mais saudável da minha rotina enquanto pesquisador”, comenta.
Você pode acompanhar os materiais criados por Vitor no Instagram em @vitorlinguistica.
Editais de bolsas mais recentes
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Fapesc e Capes
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