Prédio inaugurado em março deste ano abrigará espaços de pesquisa para a cadeia produtiva do leite. (Fotos: Assessoria de Imprensa Udesc)
Santa Catarina é o quarto maior produtor de leite do Brasil, sendo responsável por mais de 3 bilhões de litros por ano, o que corresponde a 9,3% da produção nacional. A maior parte dos produtores catarinenses, 80%, se localiza no Oeste, mesorregião que recebeu em 2024, o Núcleo de Ciência, Tecnologia e Inovação do Leite (NCTI), no campus de Pinhalzinho da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). O prédio foi inaugurado em março deste ano e no final de junho, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e a Udesc lançaram um edital para fomentar projetos para a estruturação do NCTI, no valor de R$ 32 milhões.
Destinado para pesquisadores da Udesc, a chamada pública 33/2024 https://fapesc.sc.gov.br/edital-de-chamada-publica-fapesc-no-33-2024-nucleo-de-ciencia-tecnologia-e-inovacao-do-leite-ncti/
quer apoiar o desenvolvimento de projetos para implantar práticas de pesquisa, tecnologia e de inovação voltados para implementação e estruturação dos laboratórios do NCTI, pensados para gerar tecnologia e difundir conhecimento entre os diversos elos da cadeia produtiva do leite.
O presidente da Fapesc, Fábio Wagner Pinto, chama a atenção para a importância da cadeia produtiva do leite para a economia catarinense, uma vez que o estado que possui 1% do território nacional e é responsável por 9,3% da produção de leite nacional. “Temos uma produção bastante densa e várias indústrias que trabalham com beneficiamento do leite e temos que olhar a cadeia como um todo. Nosso projeto junto com a Udesc, é tem um centro de ciência e tecnologia para desenvolver e melhorar essa produção em todas as fases”, afirma o presidente da Fapesc. Ele enfatiza ainda que o Governo do Estado aposta fortemente na ciência e na tecnologia como um grande diferencial em prol do produtor e da garantia da competitividade do produtor e da indústria catarinense do leite.
A diretora de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapesc, Valeska Tratsk, comenta que atualmente Santa Catarina depende de laboratórios de outros estados para avaliar pontos como a qualidade do leite, a produtividade e doenças eventuais. “O NCTI será um local com equipamentos, profissionais e pesquisadores qualificados e vai abrigar laboratórios para a prática de pesquisa tecnológica, criação de novos produtos e testes voltados ao leite. Com ele, todas essas pesquisas serão feitas em Santa Catarina”, reforça.
Edital prevê a contratação de até três bolsistas por proposta
Os recursos para o edital 33/2024 são oriundos dos orçamentos da Fapesc e da Udesc, sendo que cada uma investiu valores de R$ 16 milhões.
A chamada pública prevê que os projetos selecionados contratem até três bolsistas por proposta submetida. As vagas são para bolsas Acadêmicas, nas modalidades de Mestrado e Doutorado (destinadas para alunos); e de Ciência, Tecnologia e Inovação, na modalidade Desenvolvimento Científico Regional (vaga para doutores) e Fixação e
Capacitação de Recursos Humanos (vaga para profissionais com mestrado).
Os pesquisadores interessados em participar do edital 33/2024, têm até 29 de julho para enviar projetos para edital interno da Udesc. https://www.udesc.br/proreitoria/proppg/editais/udesc
NCTI terá laboratórios e indústria de lácteos em escala piloto
O Núcleo de Ciência, Tecnologia e Inovação do Leite vai funcionar em um espaço com 3.948m² de edificações, incluindo laboratórios e espaços para capacitação. Entre os espaços do NCTI, estará o Laboratório da qualidade do leite, que passará pelo processo de credenciamento junto ao Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa). Atualmente, os laboratórios credenciados mais próximos ficam no Rio Grande do Sul, no Paraná e em São Paulo.
As atividades desenvolvidas pelo Núcleo estarão dentro de três principais áreas:
Laboratório da qualidade do leite: com equipamentos específicos para análise da qualidade do leite, incluindo contagem de células somáticas (CCS) – que são células indicativas da saúde do animal; contagem padrão em placas (CPP) – que quantifica bactérias aeróbias do leite cru; análise de contaminantes, medicamentos e parâmetros físico-químicos. Os dados servirão de subsídio para o estudo da cadeia produtiva, podendo indicar alternativas para a melhoria do gado leiteiro, através de estudos de melhoramento genético e implantação de novas técnicas de nutrição animal.
Laboratório de pesquisa e inovação em leite e derivados: serão instalados equipamentos de alta tecnologia para a caracterização do leite e de produtos lácteos. O laboratório será voltado para a pesquisa aplicada em busca de soluções diante das necessidades do setor lácteo, com estudo de componentes, produtos e processos para toda a cadeia produtiva.
Indústria de lácteos em escala piloto: terá equipamentos para o processamento de leite e derivados, em escala piloto, e será utilizada para cursos, treinamentos, teste de ingredientes, desenvolvimento e melhoramento de produtos. O objetivo é promover a inovação, diversificação de produtos e otimização de processos.