Projeto Yvyrupá Território, do fotógrafo Radilson Carlos Gomes da Silva, apresenta 120 fotografias; abertura da mostra será no dia 10 de junho no Museu da Imagem e do Som de SC
A exposição Yvyrupá Território: Retratos e Relatos dos Povos Indígenas em Santa Catarina, do fotógrafo Radilson Carlos Gomes da Silva, será aberta a partir das 19h da sexta-feira, dia 10 de junho no Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina (MIS/SC), em Florianópolis. A entrada é gratuita.
Ao todo 120 fotografias, no formato 3×4 captadas por com uma Câmera Fotográfica Artesanal Lambe-Lambe de 1915, que foi restaurada, e dois vídeos mostrando os bastidores e relatos da ação, integram a mostra que apresenta parte significativa das identidades dos povos indígenas Guarani, Kaingang e laklãnõ-xokleng, em Santa Catarina. Yvyrupá Território: Retratos e Relatos dos Povos Indígenas em Santa Catarina poderá ser visitada gratuitamente até 17 de julho de 2022.
Para a realização dos registros em aldeias indígenas das cidades de Biguaçu, Major Gercino e José Boiteux, o fotógrafo teve autorização das lideranças locais. “Todos os registros dos 120 indígenas foram feitos com equipamento analógico, e para a execução da mostra fotográfica elas foram digitalizadas e utilizadas nos diversos formatos”, compartilha Radilson.
O fotógrafo conta que a expressão Yvyrupá ou Yurupá (como se lê) é utilizada pelos Guaranis para designar uma espécie de estrutura que sustenta o mundo terrestre. “Seu significado evoca o modo de ocupação do território pelos Guarani, sempre de maneira livre, respeitosa e harmônica”, destaca.
Radilson destaca ainda que os retratos em formato 3×4 formam um grande mosaico de identidades e rostos explicitando de forma visual traços das etnias, de suas linguagens e costumes. “A proposta é colocar em evidência a questão dos territórios indígenas a partir de sua identidade: olhar para os povos indígenas e reconhecer em seus rostos o direito originário ao território´´”, ressalta.
O projeto foi contemplado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura, promovido pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) em 2020, com o 1º lugar na categoria Povos Indígenas, e conta com apoio do Museu da Imagem e do Som (MIS/SC) e da SóClick.
A visitação gratuita poderá ser feita de terça-feira a domingo, das 10h às 21h, até o dia 17 de julho no Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina (MIS/SC), que fica no Centro Integrado de Cultura (CIC), localizado na Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600, bairro Agronômica, em Florianópolis/SC.
Câmera Lambe-Lambe
Além da exposição, o fotógrafo promove dois encontros para fazer registro de pessoas com a Câmera Lambe-Lambe. A ação gratuita será realizada nos dias 11 de junho e 10 de julho, das 17h30 às 18h30, no MIS/SC.
Sobre o uso da câmera fotográfica artesanal lambe-lambe
Radilson destaca que desde o final do século XIX, no Brasil e no Mundo a captação de retratos fotográficos para identificação dos indivíduos na sociedade teve como uma das principais protagonistas as câmeras fotográficas de jardins, as chamadas câmeras lambe-lambes ou câmeras minuteras.
No entanto, o fotógrafo destaca que foi a fotografia lambe-lambe que democratizou o acesso da população de baixa renda aos retratos de identidade. “A partir de 1º de maio de 1943 com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) quando instituída a Carteira de Trabalho obrigatória e por muitos anos o retrato de identidade feito por uma lambe-lambe representava o primeiro acesso a carteira de trabalho de boa parte da população brasileira. Dessa forma, registrar os povos indígenas com um ‘aparelho de retrato de identidade’, queremos vincular sua identidade ao território”, completa.
Serviço: Exposição Yvyrupá Território: Retratos e Relatos dos Povos Indígenas em Santa Catarina
Abertura: 10 de junho de 2022 – às 19h
Local: Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina (MIS/SC) (que fica no Centro Integrado de Cultura (CIC) na Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600 – Agronômica, Florianópolis/SC)
Visitação: 11 junho a 17 de julho de 2022, de terça-feira a domingo, das 10h às 21h
Entrada gratuita
Foto: Montagem com fotografias de Radilson Carlos Gomes da Silva – crédito Divulgação