Uma equipe da Estratégia de Saúde da Família, com apoio de assistente social e psicóloga atende a população de rua em Florianópolis por meio do programa Consultório na Rua. Os atendimentos, uma média de 500 por mês, são feitos in loco, ou seja na própria rua. Além destes, uma média de 70 pessoas em situação de rua recebem atendimento mensal também através do centro de saúde de referência, na Prainha. As informações são da assessoria de imprensa da Prefeitura.
A maioria destes usuários mantém acompanhamento regular em saúde, alguns recebendo atendimento constante por parte da Equipe do Consultório na Rua na perspectiva de cuidado longitudinal. De acordo com a diretoria de Atenção Primária, não é possível precisar o número de mulheres em situação de rua, considerando aspectos característicos da população itinerante e limitações do serviço. Estima-se que 8,7% sejam pessoas do sexo feminino.
Gestantes
A equipe atende a pessoas em situação de rua em suas necessidades de saúde, incluindo mulheres relatando atraso menstrual, além de fazer a busca ativa de mulheres com suspeita de gravidez identificadas por outros serviços ou pela comunidade. O acompanhamento de gestantes em situação de rua é realizado in loco e também com acompanhamento no centro de saúde referência para consultas, vacinas e exames.
Doenças
.A população em situação de rua tem um perfil muito especifico que faz com que aceitem intervenções em saúde no momento em que o quadro se agrava. As doenças mais diagnosticadas são hepatites, HIV, sífilis e questões de saúde mental. Outra situação que merece atenção são os casos de tuberculose.
Houve aumento da incidência de tuberculose em populações vulneráveis e as altas taxas de abandono do tratamento da doença entre essas pessoas estão no alvo de ações que envolvem as secretarias de Saúde e Assistência Social e o Ministério Público. Em 2015, uma comissão intersetorial foi formada para fazer o levantamento de dados sobre o problema e iniciar um trabalho conjunto de enfrentamento da situação.
Cerca de 10% dos casos registrados de tuberculose na Capital são de pessoas privadas de liberdade (população carcerária) e 5,9% são casos de pessoas em situação de rua. “Este problema é antigo e difícil de resolver pela dificuldade de manter o tratamento da doença, que é longo e tem efeitos colaterais severos, em alguns casos”, afirma Ana Cristina Vidor, gerente de Vigilância Epidemiológica de Florianópolis.
Um dos grandes riscos nessa situação é de que o paciente desenvolva doenças concomitantes ou tuberculose super-resistente. A comissão faz reuniões periódicas para discutir as soluções para o problema. ”Percebemos que só uma ação conjunta poderá nos ajudar a conter a incidência da doença entre as pessoas que estão em situação vulnerável, incluindo também aqueles com dependência de drogas e álcool”, diz Ana Cristina.