Nesta terça-feira, 7, o Conselho de Ética da Câmara de Vereadores de Florianópolis tomou o depoimento do engenheiro civil do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF) Lírio Legnani. O servidor, que atua há 38 anos no órgão, prestou esclarecimentos a pedido da defesa do vereador César Faria, ex-presidente da casa, investigado por quebra de decoro parlamentar por envolvimento na Operação Ave de Rapina.
Lírio Legnani destacou que não participou do processo licitatório para a contratação de empresa para a operacionalização e manutenção do sistema de radares em Florianópolis. A licitação gerou um processo judicial entre as duas primeiras classificadas, Engebrás e Kopp. Em dezembro de 2012, a justiça definiu a Kopp como a vencedora do processo.
“Quando mudou a administração, recomendei ao superintendente do IPUF na época, Dalmo Vieira Filho, que encaminhasse todo o processo ao Comitê Gestor. Foi encaminhado. Um ou dois meses depois, o processo voltou com o parecer do Comitê de que estava tudo certo e autorizando a dar ordem de serviço”, esclareceu o depoente.
Seguindo o edital, foram instalados 73 equipamentos e o sistema começou a operar em 4 de junho de 2013. O contrato com a Kopp seguiu até 20 de dezembro de 2014, quando foi suspenso pela Prefeitura depois das denúncias apontadas pela operação da Polícia Federal.
“Sobre os R$ 30 milhões, eu fiquei surpreso porque nos meses em que a Kopp prestou o serviço, a Prefeitura arrecadou cerca de R$ 7 milhões com multas e pagou para a empresa em torno de R$ 2,9 milhões. Não vejo como chegar a R$ 30 milhões”.
Sobre o contrato com a Focalle, que era responsável pelos semáforos em Florianópolis, não foi pago nenhum centavo, de acordo com o depoente. Em relação à Sinasc, empresa contratada para operar a sinalização na cidade, Lírio Legnani afirmou que o repasse dos recursos para a empresa também não foi autorizado. “Por isso, é impossível chegar a R$ 30 milhões”, reiterou o depoente.