“O assunto em pauta é Tecnologia da Informação, seu desenvolvimento na região da Grande Florianópolis”
O presidente da Câmara de Palhoça, Nazareno Martins, recebeu na sede do Poder Legislativo, 18 Presidentes de Câmaras presentes no IV Encontro do Fórum de Presidentes de Câmaras Municipais da Grande Florianópolis, realizado na quinta-feira, dia 18. O evento teve como tema o desenvolvimento da Tecnologia da Informação na região da Grande Florianópolis.
O presidente do fórum, Gean Loureiro, presidente da Câmara de Florianópolis abriu o encontro citando os fóruns já realizados. O primeiro encontro foi sobre infra-estrutura, mais especificamente sobre a duplicação da BR-101, realizado em São José. O segundo foi sobre Desenvolvimento Sustentável, realizado em Biguaçu. O terceiro encontro aconteceu no dia 26 de maio, em um almoço com a presença do Presidente da Assembléia, Deputado Jorginho Mello, onde se discutiu a implementação da região metropolitana, dentro de um projeto de lei que está para ser encaminhado pelo governador. “Hoje, surge a oportunidade de se debater sobre Tecnologia da Informação, já que os municípios da Grande Florianópolis estudam a implantação de empresas no setor. Precisamos debater políticas públicas voltadas ao incentivo da implantação de empresas na área de Tecnologia da Informação e pensar na qualificação da mão-de-obra”, explicou Loureiro.
Para esclarecer mais sobre o assunto foi convidado o palestrante Moacir Antonio Marafon, Engenheiro Civil, pós-graduado em Ciências da Computação pela UFSC, presidente do sindicato das empresas de informática de Florianópolis e vice-presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia – ACATE.
Marafon iniciou o debate apresentando dados sobre o setor em todos os níveis: global, nacional e regional. “De 2001 para cá o setor de TI teve um crescimento mundial de 8%, o Brasil 20% e Santa Catarina 30%”.
Nosso estado tem histórico neste setor. O primeiro editor de texto do Brasil foi produzido em Blumenau. A primeira urna eletrônica do mundo foi produzida em Santa Catarina. “Temos produção de softwares de gestão, jogos eletrônicos e uma característica importante é que as empresas criam sistemas para complementar um ao outro e não para concorrer.”, afirma o palestrante Para se ter idéia do crescimento deste setor na região da Grande Florianópolis, só em Florianópolis já são 450 empresas, com um faturamento de R$ 770 milhões no mercado software (dados 2008).
Num panorama dos problemas enfrentados pelo setor, a carência de mão-de-obra qualificada discara na frente. “Hoje ofertamos mais profissionais proporcionalmente do que qualquer lugar do mundo. Temos faculdades, temos cursos técnicos na área, mas o mercado só consegue absorver 15% desses profissionais”,explica Marafon. Um mercado que tem emprego, paga bem, o porquê da falta de profissionais? Segundo o palestrante o principal problema é a vocação. “É freqüente confundir pessoas que tem acesso a computador, internet, chat’s, etc, mas não se interessa necessariamente na parte de programação”, justifica.
Um mercado aquecido e com tendências de crescimento mesmo com a crise. “As oportunidades ficaram infinitas neste mundo que agora chamamos de aldeia. Temos ainda nosso grande gargalo que é o déficit na mão-de-obra do setor a nosso favor”, finalizou Marafon.
Após as informações expostas e tendo em vista a importância do desenvolvimento deste setor, foi elaborada a “Carta de Palhoça”, documento que apresenta soluções para o crescimento da TI em cada município da Grande Florianópolis.
O próximo encontro ficou previsto para agosto, retomando as atividades e os temas que ainda serão discutidos: saúde, transporte coletivo, segurança pública e educação.
O presidente da casa, Nazareno Martins agradeceu a presença de todos e ressaltou a importância do evento. “Quero agradecer o presidente do fórum, Gean Loureiro, aos presidentes das Câmaras, ao palestrante Moacir Marafon, aos representantes de empresas e universidades presentes. Aqui no Poder Legislativo é o local onde as lideranças devem se reunir para debater questões de interesse de toda a sociedade, proporcionando desenvolvimento, geração de emprego, etc”, destacou o presidente..
Soluções propostas na “Carta de Palhoça”
– Encaminhar a bancada federal de Santa Catarina (senadores e deputados federais), proposta de emenda parlamentar no orçamento da união para capacitação de mão-de-obra em Tecnologia da Informação na Grande Florianópolis.
= Solicitar ao Secretário de Estado da Educação destacar bolsas de estudo para as fases iniciais dos cursos de graduação em tecnologia da informação e comunicação.
– Solicitar um estudo da possibilidade do ISS Tecnológico firmando uma política tributária de incentivo a instalação de novas empresas na área de tecnologia.
– Propor na LOA e na LDO dos municípios a criação de rubricas na capacitação de mão-de-obra na área de tecnologia da informação.
– Solicitar o apoio da ACATE para conveniar com as prefeituras projeto para captação de recursos federais para desenvolvimento dos municípios na área de TI.
– Solicitar aos secretários municipais de educação apoio para capacitação do professores com a utilização de forma transversal do tema tecnologia de informação nas escolas municipais e estimular um projeto consorciado para capacitação dos professores através do ministério da educação e outras fontes de recursos federais.
– Estimular a criação de incubadoras de tecnologia da informação nos municípios que ainda não possuem e o apoio da prefeitura aos municípios que já possuem.