A preocupação com a preservação ambiental faz empresas de diferentes áreas como Intelbras, Engevix, Portonave, Unimed Grande Florianópolis, Iceport, Riovivo, Farmácia Dermus e Floripa Shopping, investirem em projetos e ações para colaboradores e clientes
Nesta sexta-feira (5) comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia. Porém, a preservação de rios, da fauna e flora, enfim, o cuidado com o meio ambiente não está presente nas empresas apenas nesse dia. Projetos internos e externos fazem, cada vez mais, parte das ações diárias de grandes e pequenos empreendimentos.
A preocupação com o meio ambiente faz parte do “negócio” da Engevix. De acordo com o vice-presidente, José Antunes, com investimentos em empreendimentos de grande impacto e alto valor, a empresa está comprometida a questão ambiental e para isso segue uma política focada no respeito à legislação. “Em qualquer projeto, a viabilidade ambiental está acima de interesses econômicos. Já modificamos um projeto inteiro por conta do meio ambiente”, afirma o empresário. E foi isso que aconteceu no projeto da hidrelétrica de Cubatão, em Joinville (SC). A Engevix decidiu modificar completamente o projeto, contestado pelos ambientalistas e hoje tem o aval inclusive do SOS Mata Atlântica, que aprovou as mudanças realizadas na forma construtiva. Mesmo com um aumento no valor do investimento, a empresa realizou as mudanças para reduzir os impactos. “A imagem da empresa precisa associar qualidade técnica ao respeito ambiental”, completa Antunes.
Reaproveitamento diminui impacto ambiental
A Portonave S/A – Terminais Portuários de Navegantes também veste a camisa da reciclagem, literalmente. O Terminal adota como uniforme camisetas confeccionadas com garrafas de plástico recicladas, as garrafas PET, que são derretidas e transformadas em fios de poliéster. Esses fios substituem o poliéster normal, sendo utilizado para confecção de tecidos com a aparência e toque idênticos a um tecido normal. Para a fabricação de cada camiseta, mais de duas garrafas PET deixam de ser jogadas na natureza. A preservação dos recursos hídricos e da biodiversidade também estão entre as preocupações da Portonave. O Terminal é o único no Brasil que mantém uma APP – Área de Preservação Permanente – dentro do próprio Terminal. São 40 mil metros quadrados para preservação da fauna e da flora nativas da região.
Já a Intelbras garante o uso racional, a reciclagem e reaproveitamento de matéria-prima na produção. Com reaproveitamento de materiais e destinação correta de resíduos, a empresa minimiza o impacto ao meio ambiente, reduz custos operacionais e gera renda a empresas com atuação no setor de reciclagem. Em 2008, a Intelbras reaproveitou 5,9 toneladas de borra de solda e 53,3 toneladas de borra de injeção. Além disso, encaminhou 133,7 toneladas de papel e 42,3 toneladas de plástico para reciclagem. Desde 2006, a política da empresa é reconhecida pela certificação ISO 14001 e, por meio do PIPA (Programa Intelbras de Preservação Ambiental) a empresa já conquistou importantes premiações ambientais.
A Iceport – Terminal Frigorífico de Navegantes S/A utiliza um sistema que aproveita a água da chuva e do degelo da Câmara Fria, ajudando a cortar gastos e a preservar o meio ambiente. O sistema coleta a água da chuva através de grandes tubos com filtros e armazena-a em tanques para que seja utilizada na limpeza dos caminhões, de equipamentos, do pátio e até para refrigerar o prédio administrativo da Iceport, juntamente com a água do degelo da Câmara Fria. A refrigeração é feita com a água coletada que, a uma temperatura média de 4°C, circula pelos tubos do ar condicionado. O aparelho, então, retira o frio da água e libera-o no ambiente, gastando muito menos energia do que os aparelhos convencionais e sem liberar gases poluentes, como o clorofluorcarbono, mais conhecido como CFC, um dos principais agentes da destruição da camada de ozônio. Com a reutilização da água, a Iceport deixa de gastar mais de R$400 mil por ano.
Ações ambientais chegam aos clientes
Em muitas empresas, as ações voltadas a preservação ambiental não são apenas aos colaboradores, mas se estendem aos clientes. A Unimed Grande Florianópolis, por exemplo, trabalha com a Coleta e Reciclagem de Pilhas, Baterias e Lâmpadas Fluorescentes. Segundo a coordenadora do projeto, Cleci Albieiro, a iniciativa surgiu a partir do movimento dos colaboradores dentro da empresa, mas logo chegou aos clientes. “Eles nos procuravam querendo se desfazer desses produtos da forma correta. Agora nós recolhemos e damos o melhor destino a eles evitando que sejam jogados no lixo doméstico. O projeto deu certo e abrimos para clientes, cooperados e outras empresas”, explica. Inaugurado em agosto de 2008, a iniciativa já coletou 166kg de pilhas e baterias e 355 unidades de lâmpadas fluorescentes. A Cooperativa também está implantando o Projeto Carbon Free, com o intuito de compensar a emissão de de gás carbônico produzido na confecção das revistas da cooperativa com o plantio de árvores na Grande Florianópolis.
A farmácia Dermus também desenvolve ações socioambientais na capital. O projeto das sacolas ecologicamente corretas foi iniciado no ano passado pelo Núcleo Setorial de Farmácias Magistrais da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF), e continua com força em 2009. O farmacêutico Gerson Appel, proprietário da Dermus, é o responsável pelo projeto que conta com mais 18 farmácias participantes. O objetivo é substituir as sacolas plásticas, usadas para empacotar os medicamentos, pelas ecobags (sacolas de papel), que são menos poluentes. Neste ano, a novidade foi a compra de 50 mil sacolas de papel, das quais 5 mil serão destinadas à Dermus.
O Floripa Shopping também está envolvido com ações ambientais. O empreendimento comemora o Dia do Meio Ambiente com a participação na Semana do Alimento Orgânico, que busca esclarecer à população sobre os benefícios ambientais e nutricionais dos alimentos orgânicos. Para isso, realiza exposição de produtos orgânicos, oficina de educação ambiental para confecção de horta suspensa, atendimento de nutricionista, bate papo com produtores, agricultores, técnicos e especialistas da área, que vão falar sobre a cultura sustentável de produto e os benefícios para a saúde e para o meio ambiente. “Aqui os participantes terão a oportunidade de aprender a aproveitar restos de alimentos e a cultivar uma horta orgânica dentro de casa”, conta José Cavalcante Barbosa, educador ambiental.
Projeto em andamento
Florianópolis vai receber, em outubro de 2010, um projeto turístico-ambiental inédito no país. Trata-se do Projeto Ceca (Centro de Cidadania Ambiental), que alia turismo e ecologia a uma forma inovadora de ensinar as pessoas, especialmente as crianças, sobre a importância de conservar o meio ambiente. Entre as atrações estão aquário interativo, cinema 4D e simulador submarino virtual, no qual os visitantes embarcam em uma viagem pelas profundezas do oceano. Para Leonardo Fontenele, arquiteto da Imagic Brasil e responsável pela concepção interna do Projeto Ceca, a experiência de “edutenimento” – educação por meio do entretenimento – oferecida pelas atrações do centro de cidadania facilita a compreensão por parte dos visitantes. “O entretenimento é utilizado para ampliar a percepção do conteúdo por meio de uma maior quantidade de sentidos, gerando uma compreensão visceral das ideias e valores apresentados”, garante.
Solução contra mau cheiro
A Riovivo Ambiental, empresa que administra a Estação de Tratamentos de Efluentes de Brusque, iniciou o processo de cobertura dos tanques da estação e instalação de exaustores para que os gases gerados no interior dos tanques sejam encaminhados para um filtro biológico. Esse filtro será o responsável por liberar apenas gases inodoros e não nocivos à atmosfera. Para o presidente da Riovivo, Ceciliano Ennes, o investimento soma à preocupação constante da empresa com o meio ambiente. “O nosso trabalho não se limita em beneficiar apenas a rede pluvial da região do Vale Itajaí-Açu. Estamos sempre preocupados em incrementar a economia catarinense sem agredir o meio ambiente como um todo”, salienta. Com a cobertura, a estimativa é que o odor resultante dos resíduos tratados seja reduzido em 100%.