O setor empresarial de Santa Catarina entregou à pré-candidata à presidência da República, Marina Silva, documento com seis demandas do Estado que contemplam as prioridades nas áreas de infraestrutura, logística e energia. Ela participou de encontro com representantes do Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina (COFEM), nesta quinta-feira, 19, na Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), em Florianópolis.
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O presidente em exercício da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, salientou que Santa Catarina tem grande importância para a economia brasileira, mas não tem sido contemplada com recursos do governo federal. “Não queremos nenhuma vantagem. Queremos condições para crescer. Sempre que o Estado recebe investimentos dá uma reposta rápida e representativa em termos de retorno ao governo. Pretendemos ter uma economia forte e sustentável”, disse, lembrando que a indústria tem uma participação relevante na composição do PIB catarinense.
Ele lembrou que o Estado é o primeiro na produção de suínos e o segundo em aves, com as carnes representando cerca de 30% das exportações do Estado. Contudo, alertou que Santa Catarina corre o risco de perder essa colocação por conta das deficiências em infraestrutura. “O Estado é muito focado no modal rodoviário e a própria greve dos caminhoneiros mostrou isso. É um erro estratégico. Já tivemos uma malha ferroviária maior do que temos hoje”, lembrou, ressaltando que as más condições das estradas afetam a capacidade de transporte dos produtos fabricados pela indústria de forma geral, mas, sobretudo, pelas agroindústrias, que enfrentam entraves para escoar a produção para os mercados consumidores e para receber os insumos, como o milho, que abastece as granjas.
Aguiar também defendeu a reforma tributária e lembrou que em recente participação no Encontro Nacional da Indústria, em Brasília, Marina reconheceu a dificuldade de reduzir a carga tributária pelo tamanho do Estado. “Mas o que o setor produtivo defende é a simplificação. Há um trabalho oneroso ao setor produtivo para atender a complexa legislação”, ressaltou.
Marina informou que os economistas de sua equipe estão trabalhando nas diretrizes gerais do seu plano de governo, mas adiantou que sem a reforma da previdência não se resolve o problema do déficit público. Quanto à reforma tributária, ela declarou que o objetivo é buscar simplificação, impessoalidade para acabar com a guerra fiscal, e a não regressividade. “Vamos trabalhar também com o princípio da descentralização. Hoje a maioria dos municípios vive de mesada do governo federal. Estamos trabalhando numa proposta de simplificação de impostos juntando os cinco tributos mais complexos para ajustar aquilo que é uma demanda de todos”, afirmou.
O documento entregue à candidata destaca o planejamento e investimentos visando à intermodalidade e à eficiência logística, diversificando a matriz de transportes e considerando a cabotagem e os projetos ferroviários, o fortalecimento do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), a articulação para garantir recursos para investimentos rodoviários federais, investimentos para a melhoria dos portos catarinenses, reforço nos investimentos do programa de incentivo à aviação regional do governo federal, além de alternativas ao fornecimento e transporte de gás natural para a região Sul.
O COFEM é integrado pelas federações empresariais da indústria (FIESC), comércio (FECOMÉRCIO), Agricultura (FAESC), Transportes (Fetrancesc), das Associações Empresariais (FACISC), das CDLs (FCDL) e das micro e pequenas empresas (Fampesc).
As informações são da Assessoria de Imprensa da FIESC.