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Florianópolis, 20 janeiro 2025

Em evento realizado em Florianópolis, Empreende Portugal deu dicas valiosas para investir na Europa

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Em um auditório lotado por mais de 200 participantes, o Empreende Portugal tratou em detalhes por que Portugal é a grande porta de entrada para o mercado global e por que Lisboa é a melhor cidade europeia para se viver e investir. O evento aconteceu na últimaquarta-feira, 21, no Square SC, em Florianópolis. 
 
Rui Coelho, da InvestLisboa, falou do ambiente de inovação, das políticas de fomento e de investimento. “Depois da crise em 2009 e anos seguintes, Portugal cresceu muito. Batemos recordes de todos os tempos no turismo (cresceu 22% em 2017), no ramo imobiliário fomos de prédios abandonados a leilão por espaços e houve muito empreendedorismo e captação de empresas e talentos”, contou Rui. 
 
“Mas houve muitos novos desafios: preços de imóveis aumentaram. Porém, se comparados a outras capitais europeias, ainda são preços bons. Ano passado, atraímos a Google para Lisboa. Queriam um escritório de 5 mil metros quadrados. Nesse tamanho não deu, mas conseguiram se instalar. Eles queriam Portugal de qualquer forma”.
 
“Somos um país pequeno com grande talento, melhor qualidade do mundo, o quarto mais seguro do mundo. O planeta mudou e Lisboa já não é um segredo”, encerrou Rui, destacando ainda o celeiro de startups que Portugal virou e o título de capital europeia verde que o país ganhou recentemente.
 
Sócios da Cortez, Rizzi & Miranda advogados, Ulisses Gagliano e Heitor Miranda abordaram os detalhes técnicos de como fazer negócios em Portugal. Da Sociedade Anônima às joint ventures, passando pela sociedade limitada (a mais fácil de ser constituída), deram o caminho do investimento. Ulisses deixa o recado: “É preciso saber investir no planejamento e preparação antes da mudança de local. Isso representa a maior economia no médio e longo prazo. Ao mudar de país, a chance de você errar é muito grande”, alerta.
 
Já a advogada Inês Azevedo faz outro alerta: “Saiba muito bem o que você quer fazer ou desenvolver em Portugal porque a partir daí é que se consegue definir o caminho certo do visto”. É preciso definir a estratégia do visto de forma segura para o investidor e para sua família. Inês foi responsável por definir a política migratória para Portugal. Fez ainda a reestruturação do Alto Comissariado para as Migrações, ajustando-o à nova realidade migratória portuguesa e às novas necessidades dos migrantes internacionais.
 
Uma advogada e professora que se apaixonou por um português. Esta é Ruth Manus, que foi há quatro anos para Lisboa. “Nunca tinha pensado em sair de São Paulo. Hoje tenho escritório de advocacia e sou colunista de jornal no Brasil. Trabalho à distância”. Sobre a mudança para outro país ela provoca uma reflexão: “Estou fugindo do meu país ou estou querendo viver uma nova experiência? Se estiver fugindo do país, é um tiro no pé. E, se for para morar, só vá quando as questões burocráticas estiverem todas certas”.
Ruth deixa a dica: “Não existe medo maior do que o de nunca ter tentado. Mas pense antes de mudar-se para outro país se você quer ser imigrante para o resto da vida. De alguma forma esse assunto vem à tona nos países para onde você se muda. As pessoas sempre te perguntam: ‘o que você  está fazendo aqui?”.
 
Como conseguir de 30% a 70% de rentabilidade ao ano automaticamente? O investidor Marcello Vieira, do Investidor de Sucesso, abordou esse tema desafiador. Médico por formação, tornou-se um investidor bem-sucedido há 10 anos, tendo largado a medicina há três anos. O Investidor de Sucesso é um portal educacional onde, através de conteúdos gratuitos (como artigos em blog, podcasts, webinars, lives etc.) visa ajudar as pessoas a investirem de forma dinâmica e eficiente. São mais de 15 mil alunos e clientes ao redor do mundo. 
“Estudei muito sobre investimento, rodei o mundo aprendendo e ensinando a investir com o Investidor de Sucesso”.
 
“Com dedicação e conhecimento, é possível operar no mercado financeiro usando robôs, programas que fazem os investimentos automaticamente”, explica Marcello, dando a dica da alta rentabilidade que tem obtido nos últimos anos investindo em Portugal, devido também a vários incentivos tributários e fiscais. Como dica de ouro, Marcello diz: “Não invista em algo que você não entende”.
 
Liliana Ferrarese, empreendedora, ex-fundadora da Sampa Housing, startup brasileira que ganhou diversos prêmios na área imobiliária e que, atualmente, representa o mercado brasileiro da Tamea International, falou da imagem que teve ao chegar em Portugal.
 
“Portugal é um país que se desenvolveu imensamente nos últimos tempos e no ramo das startups a expansão é gigante”. Sobre o mercado imobiliário, abordou a variedade de pessoas que chegam ao país lusitano com as mais variadas intenções, do residencial ao empreendedor. “A empresa da qual faço parte, a Tamea, auxilia nesse direcionamento e acompanhamos as soluções criativas que Portugal adotou, como término do controle de aluguel, Golden Visa, residente não habitual e incentivos fiscais”.
 
Portugal ainda é um dos países mais atraentes para se investir no setor imobiliário na Europa. “Se você pensa que perdeu o bonde, está enganado. Ainda está em tempo de investir em Portugal”, deixa a dica Liliane.
 
Victor Barosa, diretor-coordenador, do Banco Atlântico Europa, diz que “você pode investir em Portugal, mas precisa ter a capacidade de colocar o produtor também para fora do país. É preciso pensar globalmente. Portugal é uma porta para o mundo. Pensem no mercado como um todo e em trazer clientes de outros lugares”. 
 
Como oportunidades, Victor mostrou os 500 milhões de consumidores europeus, a integração econômica, livre circulação de pessoas, capitais e mercadorias. Mas alertou para os efeitos do Brexit, do qual não se sabe ainda quais serão os impactos e para a crise demográfica, com o envelhecimento da população, com reduzida taxa de natalidade.
 
Mas, afinal, por que Portugal? Baixas taxas de juros, forte incentivo ao setor tecnológico, setor do turismo crescente, incentivos financeiros e fiscais ao investimento, mercado imobiliário com forte dinâmica entra tantas vantagens. Porém é preciso estar atento ao nível elevado da dívida pública e à dependência da economia europeia.
 
Casado com Ruth, Filipe Botto, é fundador e CEO da Yonest, empresa portuguesa de produção e comercialização de iogurte de alta qualidade. Trabalhou vários anos em bancos, o que julga ter ajudado bastante no raciocínio financeiro. O negócio de iogurtes começou descobrindo como fazer o produto em casa e da vontade de mostrar esse produto para outras pessoas. Hoje é sucesso e está em três países. Filipe incentiva outras pessoas a fazerem o que ele fez e empreenderem em Portugal. Entre as razões está uma agenda nacional de empreendedorismo e vontade política claras, além de uma sociedade e mercado em acelerada modernização e internacionalização.
 
“Não é fácil, mas é possível empreender com sucesso em Portugal. O mercado é pequeno e o poder de compra é abaixo da média europeia. O recado que dou é que não desistam porque esta é a hora do nosso país (Portugal), que volta a ser relevante no mundo. Não se limitem ao mercado português, mas façam de Portugaluma ponte para a Europa, vivendo bem e em segurança”, conclui Filipe.
 
Gabriel Monteiro, da Acate (Associação Catarinense de Tecnologia), encerrou os painéis do Empreende Portugal apresentando as formas de apoio que a associação dispõe para auxiliar empreendedores catarinenses para internacionalizar seus negócios e projetos na Europa. 
 
Para o diretor-executivo do Empreende Portugal, Andres von Stockert, o evento foi um sucesso. “Apostamos no potencial que o empresário brasileiro tem de vender seu produto no exterior e a resposta foi fantástica”.