O documentário Um Manezinho de Apelido Zininho, produzido pela TV Câmara, será lançado nesta quarta-feira (23/09), às 20h30, na Casa da Memória. O DVD, que traz a história do poeta Cláudio Alvim Barbosa, autor dos hinos de Florianópolis e de Joinville, será distribuído às escolas públicas da Capital e bibliotecas municipais catarinenses. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Câmara de Vereadores, Secretaria Municipal de Educação e Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC).
Com uma hora de duração, o documentário narra a vida do músico, arquivista e poeta – autor de mais de uma centena de composições, entre elas o Rancho de Amor à Ilha, que foi vencedora em um concurso municipal, em 1965, e se transformou no hino oficial de Florianópolis. Zininho também é autor da canção Joinville, Cidade das Flores –, igualmente escolhida por meio de um concurso público e transformada em hino do maior município catarinense.
Enriquecido por depoimentos de familiares e amigos do artista, a obra registra a passagem do poeta pelo setor de som da Câmara Municipal de Florianópolis e pelas rádios Diário da Manhã e Guarujá – experiências que deixaram para a cidade um rico legado composto por fitas de rolo, fotografias, fitas cassete e discos. Sob a forma de canções, radionovelas e outras gravações, Claudio Alvim Barbosa registrou um pouco da história política e cultural da cidade no período de 1940 a 1990, material que hoje integra o “Acervo Zininho”, sob a guarda da Casa da Memória/ FCFFC.
Baseado no livro Zininho, de Raul Caldas Filho, o documentário da TV Câmara tem narração de Édio Nunes e entrevistas feitas pelo jornalista Caê Martins. O roteiro leva a assinatura de Andréa Buzato e de Cláudia Barbosa, filha caçula do artista, que foi responsável pela pesquisa e produção do material.
O DVD será distribuído às 25 escolas básicas e 11 desdobradas da rede municipal, às escolas estaduais sediadas em Florianópolis, e a todas as bibliotecas municipais de Santa Catarina. O vídeo será exibido também na Casa da Memória e no Teatro da União Beneficente Recreativa Operária (UBRO), unidades da Fundação Franklin Cascaes, em sessões especiais para estudantes da rede pública e privada na Capital.
Homem dos Sete Instrumentos
Nascido na localidade de Três Riachos, em Biguaçu, em 8 de maio de 1929, Cláudio Alvim Barbosa viveu parte da infância com a avó, em Florianópolis, no Largo 13 de Maio, imediações do Hospital de Caridade – região onde atualmente situa-se a Praça Tancredo Neves. Na adolescência, mudou-se para o bairro do Estreito. Ainda criança, gostava de cantarolar as marchinhas de carnaval que ouvia no rádio e, aos oito anos, fez sua estréia cantando no palco do Teatro da UBRO, incentivado pelo ator Waldir Brazil.
A criatividade musical surgiu na juventude, estimulada por uma desilusão amorosa, mas a decisão de seguir na carreira artística veio mais tarde, após atuar em várias profissões, de motorista de táxi a dono da barbearia Salão Dó-Ré-Mi – empreendimento que até no nome explicitava a paixão do proprietário.
Talentoso, Zininho venceu vários concursos musicais na cidade, mas foi no rádio que uniu o sentimento à vocação. Na época de ouro do rádio, nas décadas de 1940 a 1960, trabalhou nas rádios Guarujá e Diário da Manhã, onde fez de tudo um pouco. Foi sonoplasta, radioator, cantor, diretor de radioteatro, produtor, compositor e criador de jingles e prefixos – o que lhe valeu o apelido de “Homem dos Sete Instrumentos”.
Ao longo da carreira, Zininho compôs mais de cem músicas, entre marchinhas, sambas-canção e marchas-rancho. Foi autor de sucessos como A Rosa e o Jasmim, Princesinha da Ilha, Largo 13 de Maio e Rancho de Amor à Ilha. Cláudio Alvim Barbosa faleceu no dia 5 de setembro de 1998.