A psicóloga Beatriz do Amarante, a fonoaudióloga Bianca Brunetti Durieux Lopes, a pedagoga Silvana Maria Venâncio e a pediatra Cláudia Maria de Lorenzo, que integram o Núcleo Desenvolver da Divisão de Pediatria do Hospital Universitário da UFSC proferem a palestra “Avaliação Interdisciplinar: Experiências bem sucedidas no atendimento de crianças” no 1º Seminário de Dificuldades de Aprendizagem – Dislexia em foco. O evento acontece entre os dias 18 e 20 de setembro, no Golden Executive Hotel, em São José, na Grande Florianópolis. Promovido pelo Instituto Psicopedagógico e Saúde da Família (Afamel) o seminário tem o objetivo de debater conceitos e práticas que possam ser utilizadas com alunos disléxicos em sala de aula.
Com a intervenção de profissionais das áreas de medicina, psicologia, fonoaudiologia, assistência social, pedagogia e educação física, serão abordados conceitos e sintomas da dislexia, técnicas de trabalhar as competências na leitura e escrita, atuação da família, processo de aquisição da leitura e escrita, a dislexia e as comorbidades, a genética e a dislexia. A programação conta com conferências, palestras, mesas redondas, minicursos e lançamento de livros. Os minicursos em oferta são: PEI – Programa de Enriquecimento Instrumental / Reuven Feurstein; Panlexia – Intervenção Hospitalar; Da escrita, da leitura: Do es(ins)crever; O raciocínio lógico matemático e implicações ao dislexo; Jogos Boolle e outras intervenções pedagógicas; Arte-Terapia e o desenvolvimento criativo do dislexo; Psicomotricidade e Dislexia.
Para a pedagoga Silvana Maria Venâncio, que em parceria com profissionais da área de fonoaudiologia, medicina, assistência social, educação física e psicologia, atende crianças disléxicas no Núcleo Desenvolver do HU, dislexia “é um dom que a pessoa tem de ser diferente”. Ela descarta qualquer associação da dislexia com doença e é enfática ao declarar que “a doença do disléxico é a ignorância de uma sociedade que não sabe tratá-lo”. De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), entre 5 e 17% da população mundial são disléxicos.
Silvana explica que a dislexia é um transtorno caracterizado por uma dificuldade de leitura que persiste durante toda a vida escolar. “A compreensão dos sintomas da dislexia exige um entendimento científico, mas o tratamento acontece na área educacional”, complementa. Ela destaca que os portadores de dislexia são crianças inteligentes, possuem boa audição, boa visão, pois se fosse de outra forma a dificuldade em codificar signos teria outra origem. Entre disléxicos famosos temos Albert Einstein, Thomas Edison e Bill Gates.
Caracterizada como uma forma diferente de processar os signos da leitura, da escrita e da fala, os portadores de dislexia sofrem constrangimento nas escolas, muitas vezes sendo rotulados por professores e colegas como preguiçosos e burros. Para garantir o acesso dessas pessoas à educação pública e de qualidade, onde a diferença seja incluída e compreendida, foi criado, em janeiro de 2009, o Programa de Identificação e Tratamento da Dislexia na Rede Estadual de Ensino. O programa se transformou na Lei nº 14.648, em que está previsto o preparo dos profissionais da escola para reconhecer e trabalhar esta e outras diferenças.
Mais informações sobre a dislexia e o acesso ao atendimento multidisciplinar oferecido pelo Núcleo Desenvolver são obtidas através do telefone 3721-9144. Para realizar inscrição no Seminário e outros detalhes, acesse www.seminariodislexia2009.com.br.
Por Mara Paiva / Jornalista na Agecom