No sábado, encontro no parque vai reunir crianças nascidas prematuramente e suas famílias e profissionais da área de saúde
O dia 17 de novembro é o dia D da campanha do Novembro Roxo, o mês dedicado à sensibilização pela causa da prematuridade. Nesta data, profissionais de saúde em todo o mundo lembram da importância da prevenção do nascimento prematuro e do cuidado humanizado aos recém-nascido pré-termo. No Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh), estão previstos roda de conversa, curso sobre o tema e a participação em uma caminhada no próximo sábado.
De acordo com a Agência Brasil, o parto prematuro é a principal causa global da mortalidade infantil antes dos 5 anos de idade e o Brasil é o 10º colocado no ranking mundial dos países com mais nascimentos prematuros. O bebê é considerado prematuro quando nasce antes da 37ª semana de gravidez – uma gestação completa varia entre 37 e 42 semanas. Por isso, a campanha Novembro Roxo – que tem 17 de novembro como o Dia Mundial da Prematuridade – leva um alerta às famílias e à sociedade sobre o crescente número de partos prematuros, suas causas e consequências.
O HU-UFSC/Ebserh tem toda uma cadeia de cuidado humanizado voltado para a gestante, a família e o recém-nascido e desempenha um papel especial na atenção ao bebê prematuro. O HU é pioneiro em Santa Catarina na implantação da Política de Atenção Humanizada ao Recém-nascido – Método Canguru (MC), caracterizado como um modelo de assistência perinatal voltado para o cuidado humanizado, que reúne estratégias de intervenção biopsicossocial.
O Método Canguru tem como o objetivo contribuir com a mudança de postura dos profissionais nos cuidados com o recém-nascido e sua família. É um modelo de assistência que alerta para a importância das boas práticas no cuidado neonatal com vistas a neuroproteção do recém-nascido visando a redução dos danos no desenvolvimento, destaca a psicóloga do HU/UFSC, Zaira Aparecida Oliveira Custódio, consultora do Ministério da Saúde para o Método Canguru. Sabemos que quanto menor a idade gestacional e o peso ao nascer, maior é o risco de problemas desenvolvimentais e, por isso, maior a necessidade de prestar uma assistência humanizada e de qualidade ao recém-nascido e sua família”, disse a psicóloga.
Uma das estratégias do MC é o contato pele a pele entre o recém-nascido e sua mãe/pai, proporcionando uma série de benefícios reconhecidos pela literatura científica, o que é corroborado com o tema global do Dia Mundial da Prematuridade deste ano: “Garanta o contato pele a pele com os pais desde o momento do nascimento”. “Esta temática chama a atenção dos profissionais e instituições de saúde para a adoção desta prática que pode repercutir em benefícios propostos pela Organização Mundial de Saúde como aumento da duração do aleitamento materno exclusivo e redução dos índices e de mortalidade infantil”, reitera Ivanessa Ferreira Vieira, chefe da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do HU-UFSC/Ebserh.
Quem está passando por esta experiência no HU é Tamires Cristina Costa Louzada, que, juntamente com seu filho, tem recebido este cuidado. Ela disse que o Método Canguru, que garante o contato pele a pele, está sendo positivo para o desenvolvimento do pequeno Henry, que nasceu com 32 semanas e três dias, 2,15 quilos e 43,5 centímetros.
Dentre as atividades internas no HU/UFSC/Ebserh os tutores do MC da Unidade Neonatal estão promovendo rodas de conversa com as equipes da unidade acerca deste tema e atividade grupal promovendo o cuidado com o cuidador; externamente promovem Curso de Sensibilização para o Método Canguru aos profissionais das Maternidades de Biguaçu e Santa Luiza de Balneário Camboriú. Ainda ocorrerá a IV – Caminhada da Prematuridade, no dia 19/11 às 9hs, no Parque Coqueiros, que marca o encontro de crianças nascidas prematuramente e suas famílias, e profissionais de saúde perinatal das maternidades da Grande Florianópolis.
Foto: “Garanta o contato pele a pele com os pais desde o momento do nascimento” é o tema da campanha deste ano (Sinval Paulino)