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Florianópolis, 29 novembro 2024
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Consumo de gás natural em Santa Catarina bateu recordes históricos em agosto

NegóciosConsumo de gás natural em Santa Catarina bateu recordes históricos em agosto
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Santa Catarina atingiu três recordes históricos simultâneos de volume distribuição de gás natural em agosto. Foram distribuídos 59.972.653 m³ de gás no mês, numa média de 1.934.602 m³ por dia, tendo o pico de vendas sido registrado no dia 9 de agosto, com 2.081.766 m³ entregues – todas as marcas são as maiores registradas desde abril de 2000, início das operações da SCGÁS (Companhia de Gás de Santa Catarina).

Concessionária do serviço de distribuição de gás natural em Santa Catarina, a SCGÁS possui um contrato de fornecimento junto à Petrobras até 2019 que autoriza a venda de 2 milhões de metros cúbicos diários, que são importados pela petroleira da Bolívia e transportados até o Estado pelo Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). Distribuindo acima de 2,1 milhões m³/dia a empresa é multada.

Os números refletem a situação do esgotamento da oferta de gás natural em Santa Catarina. Sem alternativas para aumentar a sua cota, a SCGÁS mantém uma lista de espera de clientes que já possui mais de 60 empresas. A companhia ainda aguarda resposta da Petrobras à solicitação formal encaminhada pelos membros do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul, formado pelos governadores do MS, PR, SC e RS), na qual pede-se uma solução para o aumento do suprimento para o Sul do Brasil.

As alternativas possíveis são o aumento do volume de compra da SCGÁS do Gasbol por meio de permutas entre os Estados consumidores, a construção de um terminal de gás natural liquefeito em um dos portos de Santa Catarina, que permitiria a compra de gás de qualquer fonte, e o desenvolvimento de uma alternativa de transporte à costa do gás produzido nos campos de exploração de petróleo no Estado e que são queimados diariamente. De acordo com o Boletim Mensal de Acompanhamento da Indústria de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia (MME), foram queimados no mês de julho 3,7 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural no Brasil, 16% a mais que o mês anterior.

Desempenho

Aos 13 anos de operação, a SCGÁS logrou alcançar uma posição de destaque entre as distribuidoras de gás natural no Brasil. Foram construídos 1.030 quilômetros de rede de distribuição (terceira maior malha do Brasil), que atendem com o insumo mais de 100.000 consumidores entre usuários de gás natural veicular (GNV), indústrias, estabelecimentos comerciais e condomínios residenciais.

O contrato de fornecimento de gás junto à Petrobras, assinado em 1996, teve seu o seu volume máximo alcançado em pela primeira vez em julho de 2012, quando foram ultrapassados pela primeira vez os 2 milhões de metros cúbicos diários a que a concessionária tem direito — 7 anos antes do fim do período de contrato.

A distribuidora catarinense conduz atualmente o maior projeto de ampliação de rede de distribuição de gás natural em curso no Brasil, o Projeto Serra Catarinense, que levará o energético de Indaial a Lages, passando por 16 municípios. Serão construídos 230 km de rede com investimentos de R$200 milhões.

"Ao mesmo tempo que refletem o sucesso da implementação do fornecimento de gás natural em Santa Catarina, os números demonstram enorme potencial da economia do estado e a urgência de ampliação desta energia limpa, barata e sustentável", ressalta o presidente da SCGÁS, Cósme Polêse. "Os catarinenses não podem mais ficar reféns da inércia do planejamento energético brasileiro para crescer. A necessidade é imediata", completa.

Competitividade
Atualmente, a tarifa praticada aos consumidores de gás natural de Santa Catarina é a menor – http://www.infragas.com.br/analise-economica – entre os Estados que operam com gás boliviano (MS, SP, PR, SC e RS). Esta política estimula a consolidação do gás natural como um energético estratégico para o desenvolvimento sustentável e a competitividade de Santa Catarina e do Brasil no mercado internacional.

Contudo, de acordo com Cósme Polêse, o sistema de precificação do gás importado, que é indexado em dólar, coloca os consumidores do Sul em desvantagem e cria um cenário de privilégios entre os estados da Federação. “Pagamos em média 26% a mais do que os estados que compram gás brasileiro, que também é comercializado pela Petrobras. Esta desigualdade gera uma situação de instabilidade financeira principalmente para as indústrias”, explica Polêse.