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Florianópolis, 30 dezembro 2025
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Comissão Estadual da Verdade entrega relatório ao Executivo, Legislativo e Judiciário

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A coordenação da Comissão Estadual da Verdade (CEV) entregou na noite desta quarta-feira, 26, aos representantes dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo o Relatório Final, encerrando assim 18 meses de atividades. As informações são da Agência de Notícias da Assembleia Legislativa (AL).

Segundo apurou a CEV, em Santa Cataria foram realizadas mais de 700 prisões, que resultaram no assassinato de sete catarinenses, três desaparecidos e quatro mulheres barbaramente torturadas.

“Resgatamos uma parte da história do estado e esclarecemos a morte do ex-prefeito de Balneário Camboriú, Higino Pio, único morto pela repressão em solo catarinense”, destacou Anselmo da Silva Livramento Machado, representante da OAB/SC e coordenador da comissão.

Higino Pio foi assassinado em 3 de março de 1969, no “camarote do capelão” da Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina, na Avenida Max Schramm, no bairro Estreito, em Florianópolis.

A secretária de Assistência Social, Trabalho e Habitação, Angela Albino, lembrou a dificuldade para denominar a estrada que liga Penha a Piçarras de “rodovia Paulo Stuart Wright” e cobrou do Legislativo o paradeiro do memorial do ex-deputado e líder da Ação Popular (AP) em Santa Catarina. “O silêncio não nos basta mais”, declarou Angela.

Dirceu Dresch (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Assembleia Legislativa, elogiou o esforço dos integrantes da comissão e defendeu que as histórias reveladas pela CEV precisam ser conhecidas pelos catarinenses. Dresch pediu ao governo do estado a impressão de 5 mil exemplares do Relatório Final para distribuir nas escolas.

Revisão da Anistia

Ivete Caribe, integrante da Comissão da Verdade do Paraná, defendeu a revisão da Lei da Anistia, promulgada há 36 anos. “A revisão da anistia é a principal conclusão da Comissão Nacional da Verdade. Aparentemente a anistia daria um perdão aos militares, mas o texto não fala em anistiar torturadores e não é possível perdoar quem até hoje esconde corpos.”

Os assassinados

– Arno Preis, de Forquilhinha, advogado, assassinado em Tocantins, militante do Molipo
– Frederico Eduardo Mayr, de Timbó, universitário, assassinado em São Paulo, do Molipo
– Hamilton Fernando Cunha, de Florianópolis, gráfico, assassinado em São Paulo, militante da VPR
– Higino João Pio, de Itapema, prefeito de Balneário Camboriú, assassinado em Florianópolis, do Partido Social Democrático (PSD)
– Luiz Eurico Tejeda Lisboa, de Porto União, estudante, assassinado em São Paulo, militante da ALN
– Rui Osvaldo Pfutzenreuter, de Orleans, jornalista, assassinado em São Paulo, do movimento Posadista
– Wânio José de Mattos, de Piratuba, capitão da Polícia Militar, morto no Chile, da VPR

Os desaparecidos

– Divo Fernandes d'Oliveira, marinheiro, de Tubarão, desaparecido no Rio de Janeiro, militante do PCB
– João Batista Rita, universitário, de Criciúma, desaparecido no Rio de Janeiro, militante do 3MGM
– Paulo Stuart Wright, deputado, de Herval do Oeste, desaparecido em São Paulo, era dirigente da Ação Popular (AP)

As torturadas

– Clair de Flora Martins, militante da AP
– Derlei Catarina De Luca, da AP
– Marlene de Souza Soccas, do PCB
– Terezinha Moliterno Nunes Garcia
– Militares catarinenses que sofreram repressão
– Nery Clito Vieira, coronel da Polícia Militar, de Chapecó. Foi preso e cassado, pertencia ao PCB
– Wânio José Fernandes, tenente da Polícia Militar, preso em 1964, posteriormente cassado, banido e assassinado no Chile, de Piratuba, militante da VPR
– Alfred Darcy Addsion, tenente da cavalaria, preso e cassado, de São Francisco do Sul, sindicalista
– Augusto Luis de Brito, oficial da Marinha Brasileira, preso e cassado
– Ari Lorenzetti, da Marinha Mercante
– César Brumm, oficial da marinha, expulso em 1964

Sacerdotes catarinenses presos

– Antonio Alberto Soligo, de Caçador. Integrado na produção com os metalúrgicos, no ABC, foi preso em 1969 e bastante seviciado em São Paulo, militava na AP
– Osni Carlos Rosenbrock, vigário de Tubarão, preso em 1964 por ajudar na organização do Sindicato Rural
– Paulo Martinechen Neto, vigário de Joaçaba, preso em 1964