Finalizou na última sexta-feira (23) o CASE Startup Summit 2020, maior evento online de empreendedorismo e startups da América Latina, transmitido desde o dia 19 — foram cinco dias com 24 horas diárias de conteúdo. O encontro, realizado pelo Sebrae, ACATE e Associação Brasileira de Startups reuniu mais de 25 mil pessoas e contou com 150 palestras ministradas por 300 grandes nomes do cenário nacional e internacional de inovação. Santa Catarina foi o maior estado em participação, com mais de 6 mil inscrições, 27% do total.
O Startup Awards, principal premiação do ecossistema de startups brasileiro, revelou os vencedores das categorias durante o Case Startup Summit. A Transfeera, plataforma open banking de gestão e processamento de pagamentos, e o Darwin Startups, foram os vencedores catarinenses de 2020 na categoria de Startup Revelação e Aceleradora, respectivamente.
Confira algumas das principais lições que aprendemos no evento com empreendedores do ecossistema catarinense de inovação:
Transformação digital acelerada
“A transformação digital que era para acontecer em 10 anos vai acontecer em 3 ou 4, como consequência da COVID-19”, destacou Eric Santos, CEO da Resultados Digitais, empresa especializada em marketing digital, durante a sua palestra no CASE Startup Summit 2020. Segundo o executivo, os investidores de risco estão cientes desta transformação e tendem a investir em empresas que ofereçam soluções tecnológicas.
Diversidade e inclusão como fator estratégico para compor os negócios
Talita Matos, CEO do Impact Hub Floripa, conversou com Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e com André Krummenauer, CEO da Involves, sobre diversidade como fator estratégico para os negócios. Um estudo de 2018 da consultoria McKinsey and Co., citado por Matos, mostra que as chances de ter soluções eficazes são 21% maiores entre empresas com diversidade de gênero, o número sobe para 33% quando a variedade de perfis é cultural ou étnica. Para Ana Fontes, palestrante do painel e criadora da plataforma RME, que apoia cerca de 750 mil mulheres empreendedoras, “é fundamental que as empresas olhem para a diversidade não só como justiça social mas como economia”.
Personalizar e incorporar serviços como estratégia de crescimento
Aumentar a base de clientes não é o único jeito de crescer no mercado. O assunto foi abordado em uma conversa mediada por Rafael Assunção com Daniele Amaro, CEO da Paytrack, empresa de tecnologia que desenvolve uma plataforma para gestão de despesas corporativas, e Jonatan Hartmann, CEO da Rede Vistorias, startup de serviços para imóveis. Os palestrantes conversaram sobre a possibilidade de incorporar e personalizar serviços para aumentar o ticket médio e agregar valor para o cliente. Amaro diz que “entrar no mundo do cliente e botar a mão na graxa”, para trazer soluções que facilitam a vida do cliente foi uma das estratégias de crescimento adotada pela Paytrack.
Lições de um empreendedor brasileiro no Vale do Silício
Além de ser berço da AMD, Adobe, Apple e outras empresas de tecnologia, o Vale do Silício abriga executivos brasileiros como Elton Miranda, diretor de produto da GrowthHackers, empresa especializada em marketing de crescimento. Miranda trouxe lições americanas para o evento, como a cultura Give First – “dar primeiro e dar sem esperar nada em troca” – que possibilita o apoio mútuo e crescimento conjunto entre as empresas do Vale. Na hora de desenvolver um negócio, o ensinamento é ter em mente que “você não está tentando nada, você vai fazer”. O empreendedor ainda fala sobre Serendipity, o costume de fazer conexões reais com pessoas do ecossistema que mais tarde podem vir a ser clientes, parceiros e investidores. Por último, Miranda explica a importância de entender que “o conhecimento deles [empresas do Vale do Silício] não é melhor nem pior do que o nosso, é diferente”.