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Florianópolis, 23 novembro 2024

Casa Cor Santa Catarina valoriza a edificação emblemática de Florianópolis

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Primeira mostra Casa Cor do calendário 2010 promoverá resgate urbano ao valorizar edificação emblemática de Florianópolis

Com investimento que atinge R$ 1,5 milhões e o envolvimento de mais de 100 arquitetos, decoradores e paisagistas, a CASA COR Santa Catarina promete deixar os visitantes atentos às novas tendências do setor, na primeira edição de 2010. Marcada para o mês de março, o evento na capital catarinense dará início às mostras por todo o Brasil.

Em 2010 os organizadores estarão focados, principalmente, na sustentabilidade, com o tema nacional “Sua casa, sua vida, mais sustentável e feliz”. Porém, como nos últimos anos a cultura também é objetivo do evento, a tendência segue com a escolha de locais históricos e de importância regional.

A CASA COR costuma surpreender o público pela escolha dos locais de realização. Desta vez, não será diferente. Terá como palco, em Florianópolis, o Centro Integrado de Cultura (CIC), mais importante referência da cultura no estado. Fundado em 1982, o local foi criado com o intuito de abrigar as diversas formas da cultura catarinense. Lá estão localizados os espaços da Fundação Catarinense de Cultura, o Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), Galeria de Arte Lindolf Bell, o Museu da Imagem e do Som, o Espaço das Oficinas, a Sala Multimídia. O Teatro Ademir Rosa, o Clube de Cinema e da Academia Catarinense de Letras também têm suas sedes no local.

Acostumado a receber cerca de três mil pessoas ao dia, o CIC, que ao possui uma área de 9 993 m2, está fechado para obras na ala sul desde maio de 2009. A fim de auxiliar nas melhorias para este importante ícone catarinense, a mostra CASA COR, em 2010, ocupará mais de 3,3 mil metros da ala norte e fará importantes reformas no setor. Além disso, o evento inicia um processo de reaproximação do público com o local, que reabre as portas após um longo período. Durante a exposição, a expectativa de visitantes é de mais de 20 mil pessoas.

Vale lembrar que o evento terá como parceiro a Fundação Catarinense de Cultura, que auxiliará na disseminação da cultura do estado durante a mostra. Dos 60 ambientes, ao menos seis terão o objetivo de interagir junto à cultura catarinense e seus inúmeros artistas.

Ao mesmo tempo em que resgata ícones culturais, o evento terá a proposta do Lixo Zero e a utilização de materiais recicláveis na composição de diversos espaços. Uma série de benefícios ficará no local.

Exemplos

Nos últimos anos, a escolha de lugares diferenciados possibilitou o resgate de pontos importantes dos municípios, que receberam benefícios com a realização do evento. O objetivo é o de apresentar um desafio para os arquitetos envolvidos, com ênfase no resgate de coisas importantes para as cidades.

Foi o caso, este ano, da mostra de Curitiba (PR). A 16ª edição do evento aconteceu no Asilo São Vicente de Paulo, que recebeu melhorias na infraestrutura. A repaginação do local envolveu projetos de paisagismo que trabalharam com a manutenção de características básicas e homenagearam os 100 anos de nascimento do artista brasileiro Roberto Burle Marx.

Os 53 ambientes trouxeram ideias de arquitetura e decoração com a utilização de novos materiais, muitas cores e soluções sustentáveis, como as construções erguidas com concreto ecológico, produzido a partir de resíduos de obras. Quinhentos metros quadrados foram construídos especialmente para a mostra. Novos banheiros, pisos e pinturas agora são aproveitados pelas idosas que residem na instituição. Lavabos e copas auxiliares, resultados das reformas nos pavilhões, também permaneceram no Asilo São Vicente de Paulo após o evento.

Foi devido ao compromisso com ações sociais, como a reconfiguração do asilo, que a idealizadora e coordenadora da CASA COR no Paraná, Marina Menegotto Nessi, recebeu o título de cidadã honorária de Curitiba.

No Rio de Janeiro, parte do Jockey Club foi revitalizada para a 19ª edição da CASA COR Rio, e agora herda um jardim de 1.400 m² criado e produzido pelo escritório do próprio Burle Marx, além de outros espaços reformados para o evento. A edição 2009 da CASA COR Campinas (SP) é outro exemplo, e deixará como herança as benfeitorias instaladas, como pinturas nas áreas externas e internas, substituição de telhas quebradas, banheiros adaptados para deficientes físicos e um protótipo de uma casa inteiramente sustentável.

O Rio Grande do Sul não ficou de fora. A 18ª mostra apresentou 41 ambientes e uma temática ousada: ’Luxo é ser sustentável’. Distribuídos em uma residência antiga na capital gaúcha, os ambientes trouxeram opções modernas, mas que não ignoraram as necessidades de mudança de alguns hábitos em favor do meio ambiente. O uso de madeira certificada e de demolição, assim como o uso de lâmpadas led (que propiciam menor consumo de energia) e a reutilização de materiais, foram algumas das soluções sugeridas.

Fundada em 1987, a CASA COR consagrou-se como a maior mostra de arquitetura, decoração, design e paisagismo da América Latina. As mostras, que acontecem anualmente, são abertas ao público.