A Assessoria de Imprensa do Governo do Estado publicou os resultados de um estudo mostrando que o câncer é a segunda principal causa de morte entre os catarinenses. Fica atrás apenas de doenças do aparelho circulatório. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) da Secretaria de Estado da Saúde realizou a pesquisa com o objetivo de conhecer as principais causas de óbitos em Santa Catarina e, com base nos dados, fazer um planejamento adequado das políticas públicas de saúde e medidas de prevenção das doenças.
O levantamento descreve a mortalidade por câncer no Estado segundo o sexo, idade e localização do tumor no corpo, entre os anos 2000 e 2012. Ao todo, o estudo analisou as causas de mais de 127 mil óbitos registrados no período. As doenças do aparelho circulatório, como infarto e derrame, são as que mais matam pessoas no Estado.
Segundo a epidemiologista Ana Luísa Curi, que desenvolveu o estudo, a faixa etária com maior percentual de mortes, em ambos os sexos, foi entre 60 e 69 anos, seguido pelo grupo de pessoas com idade entre 70 a 79 anos. “Como essa população vive mais, desenvolve mais doenças”, destaca Ana.
Em relação à mortalidade masculina, o câncer de pulmão, traqueia e brônquios são as principais causas de morte, em todos os anos observados no estudo. Os tumores malignos de próstata, que, entre os anos 2000 e 2005 ocupavam o terceiro lugar, em 2010 e 2012 subiram para a segunda colocação. “Esses índices mostram que, além dos homens continuarem fumando muito, o cuidado preventivo com o exame de próstata ainda é um tabu”, lembra Ana.
Conforme a epidemiologista da DIVE, o dado mais preocupante é o crescimento do câncer de pulmão entre as mulheres. O câncer de mama, que tem a maior incidência entre as mulheres, se manteve estável nos últimos anos, com taxas de 15% de mortes. O câncer de pulmão, no entanto, vem crescendo. Aumentou quase 4%, entre 2005 e 2012, se mantendo em segundo lugar entre as causas de morte.
Em Santa Catarina, nos anos estudados, houve crescimento do número de mortes por câncer, em ambos os sexos. Os homens catarinenses possuem o maior índice de óbitos, com 57,22%, em 2012. A médica explica o porquê da diferença: “As mulheres se preocupam mais com a saúde preventiva”.