Para seguir as medidas de prevenção de combate ao coronavírus e evitar a transmissão da doença, a Câmara Municipal de Florianópolis realizou a sua primeira sessão virtual do Legislativo, nesta segunda-feira (30/03). Os vereadores participaram de forma remota por aplicativos que permitiram videoconferência e acesso aos seus computadores no plenário, através de seus logins e senhas próprios já utilizados em sessão. Presencialmente, apenas o presidente Fábio Braga e dois funcionários da diretoria Legislativa responsáveis pelo andamento da sessão extraordinária.
A sessão teve início com o Grande Expediente, solicitação de todos os vereadores, que teve a presença online do secretário Municipal de Saúde, Carlos Alberto Justo da Silva, conhecido como doutor Paraná, e também do prefeito Gean Loureiro, explicando as ações de combate ao Covid-19 na Capital e os próximos passos para evitar uma maior propagação do vírus na cidade.
No atual momento "estamos vivendo uma guerra contra o coronavírus", essas foram as primeiras falas do prefeito sobre o momento em que vive a cidade. “Sei que vivemos em um momento crítico e que temos pontos ideológicos diferentes, mas neste momento estamos absorvendo força juntos contra um inimigo muito forte em Florianópolis. O objetivo é salvar vidas. Nossa preocupação não é só com o Covid-19, mas o risco de colapso no sistema da saúde, pois nós temos que acompanhar a evolução e ver qual passo podemos dar para proteger as pessoas em um panorama geral", afirmou Gean Loureiro.
Com a presença online de 22 vereadores e apenas uma ausência justificada, o secretário Paraná apresentou algumas informações sobre evitar um colapso no sistema da saúde e respondendo a diversas perguntas dos parlamentares, uma delas do vereador Rafael Daux (MDB), sobre o relatório que embasou a decisão sobre a quarentena e se ela poderia ser disponibilizada para vereadores.
“O relatório que embasou a quarentena veio de reuniões periódicas, são informações elaboradas por um corpo técnico de seis a oito pessoas, que são discutidas em consenso. A parte técnica não impõe a decisão política, e baseado nessas informações o prefeito toma as providências para a cidade,” destacou o secretário.
Ele ainda acrescentou que existe uma preocupação por parte da equipe com a saúde mental das pessoas e de tentar garantir um contato lento e gradual da população com o vírus de maneira mais leve e para que se tenha um suporte para saúde.
“O sistema de saúde da cidade não pode entrar em colapso, porque temos outros pacientes que podem precisar, com outras enfermidades. Abrir a cidade sem um colapso de contaminação e trabalhar na diminuição. Se não tivermos material suficiente para a saúde trabalhar, não tem como as coisas estarem funcionando normalmente”, ressaltou Paraná.
O presidente da Comissão de Saúde da CMF, vereador Renato da Farmácia (PL), acredita pode haver uma maior contaminação do vírus porque tem percebido diversas pessoas não respeitarem o isolamento social. “Ontem e hoje tinha muita gente na rua, e assim teremos uma crise ainda maior. Somos o nono país mais desigual. Como presidente da Comissão de Saúde da Casa, acredito que os hotéis da cidade que tem um volume menor de hóspedes fossem disponibilizados para pessoas contaminadas que moram com mais de seis pessoas em uma casa pequena, onde é complicado o isolamento domiciliar”, enfatizou Renato, buscando uma solução para pacientes que contraírem a doença com sintomas leves ou sem sintomas.
Na Ordem do Dia, os parlamentares discutiram e aprovaram o Projeto de Resolução 2.390/20, da Mesa Diretora da CMF, que torna válido o Sistema de Deliberação Digital (SDD), ferramenta visibiliza temporariamente as discussões e votações digitais de matérias na Casa, enquanto houver o isolamento social. “Precisamos continuar o trabalho pela cidade, não só no combate ao coronavírus, mas em todo o seu desenvolvimento. Com certeza vamos vencer essa pandemia e a população de Florianópolis vai se recuperar e também a nossa economia”, afirmou o presidente da CMF, vereador Fábio Braga (PTB).