Na sexta-feira (03), a Comissão de Educação realizou reunião ampliada para debater a situação do arquivo do jornal O Estado que foi fundado em 1915. A solicitação foi do vereador Jaime Tonello (DEM) após ter recebido um vídeo que mostra a deterioração do material. Ex-funcionários, representantes do poder público municipal, a deputada Ângela Albino (PCdoB) e os vereadores Márcio de Souza (PT), Renato Geske (PR), Ricardo Vieira (PCdoB) e vereador Jaime Tonello (DEM) participaram da reunião.
Entidades, como o Instituo Karl Hoepcke e a Casa da Memória, ligada a Fundação Franklin Cascaes, estão dispostas a receber a doação e preservar o material. Max Muller, representante do Instituto Karl Hoepeck destacou que a reunião foi um momento importante em prol do patrimônio jornal O Estado. “Procuramos a família Comeli, mas não tivemos resposta sobre o desejo de guardar e preservar o material”.
Denis Rautz, coordenador da Casa da Memória, ressaltou que a Casa tem estrutura técnica para abrigar e catalogar o acervo. “Essa é a nossa política: conservar a memória da cidade. Além da capacidade técnica, temos caminhos para buscar recursos de manutenção do jornal”, lembrou Denis.
Jornalistas que trabalharam no jornal destacaram a importância do resgate do acervo. A memória da cidade e de Santa Catarina passam pelo material que está se perdendo. O jornalista e historiador, Celso Martins, lembrou que em 2005 o Ministério Público instaurou inquérito para apurar as condições do arquivo. Mas, a família também não deu retorno às solicitações.
A FENAJ e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Santa Catarina destacaram a colaboração dos jornalistas e profissionais que passaram pelo jornal. Muitos já não recebiam salários e o vale semanal que era entregue já nos últimos anos de atividade. “A Câmara tomou a iniciativa para salvar a memória coletiva. Agora, vamos unir forças para que as soluções práticas se tornem realidade”, solicitou Sérgio Murilo – presidente da FENAJ.
Uma das propostas apresentadas foi digitalizar o acervo com parceria das empresas de tecnologia com sede em Florianópolis. Os jornalistas Marcelo Passamai e Ricardo Medeiros consideram fundamental para que o material, após ser acondicionado em local acessível, seja preservado para pesquisas e divulgado nos meios eletrônicos.
A deputada Ângela Albino representou a Frente Parlamentar em Defesa da Cultura e a Assembléia Legislativa que também estará presente na Comissão de Trabalho. “Tenho acompanhado as notícias tristes sobre a situação do arquivo. Foi um jornal que formou uma geração de profissionais e porta a memória e a história do nosso povo. Precisamos agir com urgência”, destacou a deputada.
O vereador Jaime Tonello que ficou satisfeito com a formação de uma comissão que irá buscar tornar o acervo em patrimônio público. O vereador Renato Geske irá liderar a comissão de trabalho. O primeiro passo será entrar em contato com a família Comelli e o Ministério Público.
Formam a comissão a Câmara Municipal de Florianópolis, Assembléia Legislativa, Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Santa Catarina, Associação Catarinense de Imprensa, Instituto Karl Hoepcke, Instituto Histórico Geográfico de Santa Catarina, Secretaria Municipal de Educação, Fundação Franklin Cascaes.
