A Semana do Meio Ambiente, comemorada de 5 a 9 de junho, é a oportunidade para lembrar do papel de cada um na preservação do ambiente e, no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh) existe um programa de aproveitamento de resíduos sólidos que, além de inserir o hospital neste esforço mundial por um mundo mais sustentável, atende a determinações legais e beneficia famílias que vivem da reciclagem de material.
A enfermeira Mírian Campos, fiscal técnica dos contratos de manejo de resíduos do hospital, explicou que existe todo um fluxo de destinação do material segregado nos setores da instituição no dia a dia. Os itens que podem ser reciclados – papelão, papel branco, plástico e outros itens recicláveis – são armazenados em contêineres num abrigo externo, onde equipes da Associação de Recicladores Esperança (Aresp), que fica na comunidade do Monte Cristo, Florianópolis, recolhem o material para aproveitamento.
Na prática, a medida beneficia mais de 20 famílias que fazem parte da associação. Para se ter uma ideia, de janeiro a abril deste ano foram coletadas 8 toneladas de material reciclável (uma média mensal de 2 toneladas), o que rendeu R$ 6.172 para a cooperativa em quatro meses. O manejo de resíduos no HU-UFSC é uma atividade desenvolvida pelo Setor de Hotelaria Hospitalar, que está dentro da estrutura da Divisão de Logística e Infraestrutura Hospitalar/Gerência Administrativa.
A coleta seletiva no HU está dentro do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) e atende a uma exigência do Decreto nº 5940/2006, que estabelece que todas as instituições públicas têm de destinar resíduos recicláveis a cooperativas de catadores. Desta forma, a coleta seletiva de resíduos cumpre uma função legal, além de trazer benefícios ambientais e sociais, explicou a enfermeira Mírian Campos.
Ela lembra que o volume de material aproveitado e o valor repassado para a cooperativa variam conforme vários fatores – como o fluxo de pessoas no hospital, por exemplo – e uma forma de aumentar ainda mais estes números é a conscientização de cada um na hora de segregar os resíduos.
Segundo estudos realizados pelo setor, no HU são produzidas cerca de 35 toneladas de lixo por mês, sendo que metade é resíduo comum (aí entram orgânicos, como restos de comida, papel molhado, papel toalha e outros) e o reciclável representa aproximadamente 8% do total. A ideia é alterar esta balança, reduzindo o lixo comum e aumentando o lixo reciclável. Isso pode ser feito na hora do descarte correto.
Todo o material segregado no HU é armazenado em contentores internos e levado para a área de transbordo, onde cada tipo de resíduo – infectante, químico, reciclável, orgânico e comum – tem sua destinação correta. É dali que saem as cerca de 2 toneladas mensais de resíduos recicláveis que geram renda para famílias de catadores de Florianópolis.
“O HU dispõe de lixeiras adesivadas com orientações para cada tipo de resíduo e é preciso fazer esta segregação interna corretamente para garantir o aproveitamento dos recicláveis”, disse Mírian Campos, explicando que jogar restos de alimento, por exemplo, na caixa destinada a papéis, acaba inviabilizando o aproveitamento destes resíduos. “Assim, fazer a segregação corretamente é uma forma de se inserir neste esforço que, como resultado final, beneficia o hospital, o meio ambiente e as famílias que vivem deste trabalho”, finaliza.