Dezenove pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) voltaram ao habitat natural na manhã desta segunda-feira, 15, em Florianópolis. Os animais foram soltos na Praia do Moçambique, após reabilitação no Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM), sob os cuidados da Associação R3 Animal através do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).
Este é o segundo grupo de pinguins-de-magalhães que são soltos nesta temporada, a primeira soltura aconteceu no início de setembro. Naquela ocasião, haviam 34 pinguins em reabilitação, mas também apenas 19 animais tinham condições de voltar para casa.
Todos os anos, desde o início do inverno, é comum essas aves aparecerem na nossa região. Elas saem de colônias na Patagônia, na Argentina, em busca de alimento acompanhando as correntes marítimas de água fria. Infelizmente, alguns não conseguem retornar às colônias de origem e são encontrados mortos em nosso litoral. Outros chegam às praias cansados, debilitados, desidratados, muitos com quadro de pneumonia, e necessitam de cuidados.
Nestes casos, os animais são resgatados pelas instituições que executam o PMP-BS e levados para Unidades de Estabilização, para depois serem transferidos para Centros de Reabilitação de Animais Marinhos, como é o caso do CePRAM.
Desses 19 pinguins, 15 vieram de instituições parceiras que também executam o PMP-BS: são quatro da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC/Laguna), sete foram resgatadas pela equipe da Universidade da Região de Joinville (Univille), dois pelo Instituto Australis/Projeto Baleia Franca, um da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e um do Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC) de São Paulo.
“A vinda de um animal de outro estado para ser solto pela R3 Animal se justifica pelo fato de pinguins serem gregários (animais que vivem em bandos ou grupos) e o recomentado é que a soltura seja feita com no mínimo 10 indivíduos”, explica a médica veterinária, Marzia Antonelli.
Vão continuar em tratamento 22 pinguins, até que tenham condições de voltarem à natureza.
O CePRAM fica localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, unidade de conservação sob responsabilidade do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC), em parceria com a Polícia Militar Ambiental.
Caso encontre um mamífero, tartaruga ou ave marinha morta ou debilitada, ligue 0800 642 3341.
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.
Com informações do setor de Comunicação da Associação R3 Animal.