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Florianópolis, 25 novembro 2024
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Com o programa Bombeiros Comunitários, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina conquista quem procura de uma oportunidade para ajudar o próximo

Comunidade e Corpo de Bombeiros encontram um jeito de cooperação que permite aos cidadãos se envolver nas atividades práticas da corporação, enquanto apoiam a atuação dos profissionais. Trata-se do programa Bombeiros Comunitários que conta com a colaboração voluntária de milhares de pessoas em várias cidades catarinenses. Surgido em 1996, o programa ganhou força com a aprovação da Lei do Voluntariado dois anos depois. Hoje representa a felicidade dos voluntários e uma ajuda e tanto para quem se dedica a salvar vidas.

Esse é o caso de Angelita Helena Timm, que encontrou no programa uma paixão. Aos 43 anos, a técnica de enfermagem dedica dezenas de horas todo mês ao trabalho voluntário no Corpo de Bombeiros Militar de Florianópolis. E não pensa em parar tão cedo. “É uma paixão e também uma terapia, pois há uma troca constante. A pessoa presta o serviço voluntário e tem o retorno por ajudar os outros. Quero ficar aqui por muito tempo.” Após quatro anos de sua formatura, Angelita está na linha de frente do apoio pré-hospilar e fica na retaguarda em ações de combate a incêndio.

A atuação dos bombeiros comunitários representa uma importante ajuda aos bombeiros militares no cumprimento de missões. Essa visão é respaldada pelo coordenador de projetos comunitários do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, coronel José Luiz Masnik. “Eles atuam em parceria com os bombeiros militares, principalmente em eventos adversos da natureza, como, por exemplo, as enchentes no Vale do Itajaí, e outras calamidades que afetam a comunidade catarinense.”

Mais de sete mil pessoas já fizeram parte do programa, que está presente em 85 municípios do Estado. Em atividade ou no curso de formação são 2.370 cidadãos. Os dados são de novembro de 2009.

Para participar, o principal limite é a idade — o programa está aberto apenas para maiores. Boas condições de saúde também são pedidas. Os voluntários participam de um curso de capacitação nas cidades onde quererem trabalhar e depois precisam realizar, ao menos, 24 horas de serviços por mês para se manterem em atividade.

Em alguns municípios, o programa abre espaços especiais. Em Lages, por exemplo, senhoras idosas auxiliam na preparação de alimentos para os bombeiros de prontidão. Já em Pinhalzinho, no Oeste Catarinense, há bombeiros comunitários cadeirantes trabalhando nas centrais de operação.

Contratação

A consolidação do programa teve como suporte a Lei do Voluntariado, de 1998. Por essa legislação, a prestação de serviço voluntário não gera vínculo empregatício nem obrigação trabalhista ou previdenciária para as instituições que recebem os voluntários.

“A Lei do Voluntariado foi fundamental para a legalização do programa no Corpo de Bombeiros Militar, pois permitiu a prestação de serviço voluntário em órgãos públicos, o que até então era vedado, por questões de responsabilidade civil do Estado sobre o cidadão”, explica Masnik.

Para o autor da lei, o deputado federal Paulo Bornhausen (DEM-SC), milhares de pessoas beneficiadas com o trabalho voluntário saíram ganhando com a legislação. “O importante dessa lei é que ela permite a doação do tempo sem que haja prejuízos para as partes envolvidas na prestação do serviço voluntário”, comemora.