Equipamentos facilitam o dia-a-dia do deficiente
Visando estreitar relações entre instituições que têm universos distintos, alunos do curso de Design , sob orientação do professor Douglas Ladik Antunes, estão criando projetos para a APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São José, na Grande Florianópolis. “Estamos desenvolvendo projetos, mas não inventamos a roda. Muitas demandas já estavam pré-conceituadas pelos próprios profissionais da APAE. Assim, procuramos aperfeiçoar os projetos e sistematizar suas operacionalizações”, diz o professor.
Como pré-requisito, os alunos buscam utilizar materiais acessíveis à Tecnologia Assistiva – termo utilizado para identificar o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência, promovendo vida Independente e inclusão. “Além de exequíveis, os projetos têm baixo custo. Assim podem ser produzidos pelos próprios professores e técnicos da APAE”, diz Douglas.
Os projetos desenvolvidos estão relacionados a atividades pedagógicas, à educação física, à alimentação e ao apoio cotidiano para o deficiente. Assim, os alunos vêm criando produtos como: prancheta para cadeirante; raquetes de pingue pongue adaptadas; colheres emborrachadas e copos com alças especiais.
Segundo Fabiano de Jesus , coordenador Coordenador Técnico da APAE DE SÃO JOSÉ, a parceria entre as instituições vem gerando conhecimentos aplicáveis no dia-a-dia da APAE, além de possibilitar uma importante troca de informações. “Estamos satisfeitos com o desenvolvimento dos projetos e, embora não tenhamos tido ainda a oportunidade de vivenciar a aplicação dos produtos, não tenho duvidas que vão contribuir muito para melhorar o cotidiano dos alunos da APAE”.
Sobre alguns projetos
As alunas Giovana Moser, Julia Sardinha e Aline Bordignon desenvolveram adaptadores de tesoura e engrossadores de lápis e de pincel. “O projeto foi positivo. O pessoal da APAE pode ter maior conhecimento da atuação do designer e ver que é uma área que eles podem buscar ajuda. E nós, como estudantes, pudemos atender a uma demanda que ainda não havia recebido atenção durante o curso”, conta Giovana.
Os projetos da colher e do copo foram desenvolvidos por Deise Albertazzi e Nina Moreno. “A colher que desenvolvemos é para atender a deficientes que não conseguem se alimentar sozinhos e, além disso, possuem uma reação nervosa ao ter contato com o ‘gelado’ do metal de uma colher comum, fechando a boca com força, podendo machucar os dentes”, explica Deise.
A aluna conta que o projeto, além de atender aos requisitos, tinha que ser simples e barato, devido às restrições econômicas da APAE. “Assim, chegamos a uma solução que utiliza exclusivamente uma colher comum, luva cirúrgica e fita dupla-face”. Uma medida simples que faz toda a diferença na vida dos deficientes. O pessoal da APAE só dispunha de colheres infantis e inadequadas ou colheres adequadas, porém, caras (R$ 15,00 custo unitário) e com rápido desgaste. “Desenvolvemos uma colher que não machuca a boca do deficiente, tem custo baixo (inferior a R$3,50 a unidade) e é facilmente reproduzida por qualquer pessoa”.
O copo desenvolvido pelas alunas é destinado a deficientes que se alimentam sozinhos, mas não conseguem segurar um copo comum. “Ele tem duas grandes alças laterais com abertura na parte inferior, permitindo a pega por deficientes que não conseguem segurar um copo comum”. Ou seja, o copo ajuda o deficiente a realizar uma atividade básica, porém vital: beber água e de forma independente. “Novamente, alcançamos uma solução barata, eficiente e capaz de ser reproduzida na APAE”, diz Deise.
A lista de estudantes e seus respectivos projetos