A Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF) está articulando junto à classe empresarial do Estado a criação da Agência Catarinense de Promoção de Investimentos (API). A agência terá o papel de atuar na atração de investimentos estrangeiros e nacionais, alinhando Santa Catarina a um movimento que já acontece em outros Estados do Brasil e em diferentes países. “A crise mundial está acirrando ainda mais a busca por esses recursos e precisamos unir poder público e iniciativa privada para fortalecer nossa posição nesta disputa”, afirma Doreni Caramori Júnior, empresário e 1º vice-presidente da ACIF.
A ACIF já tem elaborada a proposta inicial e o próximo passo será a discussão em um amplo seminário a ser realizado em março, reunindo os principais empresários catarinenses e representantes de agências internacionais que já estão operando com excelentes resultados como as de Madri, Catalunha e Holanda. “Com isso, iremos abordar as demandas do setor produtivo do Estado e ainda conhecer as iniciativas que estão tendo sucesso no mundo, que podem servir de exemplos”, afirma Marcelo Fett Alves, coordenador do projeto. O documento final será entregue ao governo do Estado, a quem cabe instituir uma estrutura deste porte e com este fim.
Segundo Caramori Júnior, a criação de uma agência de captação de investimentos para o Estado se faz necessária em razão do contexto internacional e também de problemas locais. A crise internacional está reduzindo consumo e produção em vários segmentos, tendo como conseqüência o crescimento do desemprego e a falência de grandes corporações. “Aqui em Santa Catarina, temos ainda outro problema a enfrentar, que é a necessidade de se investir cerca de R$ 9 bilhões – cerca de 10% do nosso Produto Interno Bruto (PIB) – na recuperação dos prejuízos causados pelas enchentes”, argumenta ele. “Com isso, precisamos de uma política agressiva, baseada em ações, para garantir acesso aos investimentos que estão sendo planejados pelo mundo”.
Santa Catarina atende uma série de requisitos para ser competitiva nesta disputa: mão-de-obra qualificada, o quarto maior parque industrial do país, infra-estrutura de logística, um dos melhores índices de educação e de qualidade de vida. “É preciso lembrar ainda que outros Estados já têm suas agências – caso do Ceará – ou estão adotando a iniciativa, como São Paulo, que criou sua estrutura em dezembro passado”, afirma Caramori Júnior. Ele cita ainda o exemplo da agência da Catalunha, responsável pela captação de oito bilhões de euros entre 2004 e 2007.