Filósofo mineiro Rodrigo Duarte atualiza tese da Teoria Crítica de Adorno para os tempos da globalização e cultura internáutica
A série Café Filosófico deste semestre encerra na sexta-feira, (25/11), às 19 horas, no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), com o filósofo Rodrigo Duarte falando sobre “Indústria cultural 2.0”. Com acesso público e gratuito, o ciclo de encontros deste semestre iniciou em agosto promovendo uma série de palestras seguidas de debates dedicados à temática Estética e Filosofia da Arte. Presidente da Associação Brasileira de Estética e natural de Minas Gerais, Duarte é bacharel e mestre em Filosofia pela UFMG com a dissertação “O Conceito de Natureza em O capital”, de Marx. Realizou doutoramento na Universität Gesamthochschule Kassel, na Alemanha, onde defendeu a tese sobre o filósofo Theodor Adorno, considerado o grande crítico da indústria cultural.
Professor titular do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais, Duarte é autor do livro Teoria crítica da indústria cultural, publicado pela Editora UFMG em 2003, no qual faz uma abordagem crítica sobre o fenômeno da indústria cultural em relação ao capitalismo até chegar à cultura internáutica. O autor traça um percurso histórico desde a fundação da Escola de Frankfurt até os desdobramentos econômico-políticos atuais do fenômeno da globalização da cultura de massa, passando pelas formulações de Marcuse, Benjamin e detendo-se em Adorno. As principais áreas de atuação do conferencista são: Estética e Filosofia Social.
Mesmo ciente das diferenças entre o mundo globalizado e o estágio capitalista dos anos quarenta, quando atuaram os teóricos dessa escola, Rodrigo Duarte procura mostrar o quanto a crítica de Adorno e Horkheimer ainda permanece válida. Mostra como todo o aperfeiçoamento da tecnologia da indústria cultural teve a orientação de enfatizar o tratamento que ela dispensa a seus consumidores, tratados sempre como objetos de investigação estatística. Permanece, na indústria cultura, a “invariável tentativa de mantê-los em um estado de manipulação e de menoridade através de estereótipos e formas que privilegiam sempre a resignação perante o sistema como um todo”, explica o Verlaine Freitas, professor do Departamento de Filosofia da UFMG, em comentário à obra. A professora Cláudia Drucker, do Curso de Artes Cênicas, que também foi palestrante dessa série será debatedora nesta rodada.
Realizado desde 2009 pela Secretaria de Cultura e Arte com apoio da Pós-Graduação em Filosofia e Núcleo de Investigações Metafísicas, o ciclo Café Filosófico promove o encontro mensal de estudantes, professores e pesquisadores com grandes filósofos da contemporaneidade para a discussão de temas atuais e emergentes abordados por renomados estudiosos. “É uma forma de democratizarmos o acesso ao saber filosófico e divulgarmos a obra dos pensadores que mudaram nosso modo de pensar e ver a realidade”, pontua a secretária de Cultura e Arte da UFSC, Maria de Lourdes Borges. As exposições são marcadas pelo caráter introdutório e acessível ao grande público e se encerram sempre com uma mesa de café.