Exposição de arte irá mostrar as obras de Jesivan da Silva, que emprega materiais reutilizados para confecção de suas peças.
Arte e sustentabilidade têm andado cada vez mais juntas e Jesivan da Silva traz em seus trabalhos essa junção. Usando materiais de soçobramentos ou que foram trazidos pela maré e sem fazer muitas modificações nesses itens encontrados, o artista produz suas peças, deixando-as mais sofisticadas. No Beiramar Shopping, até 03 de agosto é possível apreciar essas obras na mostra que leva o nome de Naufragados.
Após a coleta dos materiais feita na orla marítima, Jesivan avalia o objeto e o interpreta, complementando com o uso de madeiras de Canela reaproveitadas, cobre, alumínio e verniz solúvel em água para produzir a base e pedestais da obra. O tempo de produção é indefinido, podendo levar até cinco horas para que uma única peça fique pronta, como também leve o mesmo tempo para que várias peças sejam finalizadas, tudo depende apenas de como o artista interpreta aquele objeto.
Todas as peças são únicas, tendo diferentes formatos e podendo ser interpretada de diversas formas por quem as aprecia, mas cada uma tem sua história e título, sendo assinadas e datadas. A peça “Puvu”, por exemplo, tem um metro e é feita de cobre e madeira de Garapuvu que foi coletada de um barco de pesca encontrado na orla da praia do Sonho, madeira essa que é centenária e provavelmente tenha permanecida submersa por mais de trinta anos no mar até chegar à orla da praia.
Sobre Jesivan
Jesivan da Silva é consultor ambiental e começou os trabalhos como artista plástico através da esposa que, além de advogada, também produz suas peças artísticas em tela. Sendo assim, encontrou nas artes plásticas um hobby e passou a dar suas peças de presente a amigos e familiares. Porém, diante de tantos elogios, passou a comercializar em exposições e lojas de alto padrão e doá-las a instituições que realizam leilões beneficentes, como a ala de câncer do Hospital Infantil.
Legenda Foto: Peça intitulada “Puvu”, alusão a espécie arbórea Garapuvu, árvore usada pelos indígenas e posteriormente pelos portugueses que aqui aportaram na confecção da conhecida Canoa-de-um-pau-só, coletada na Praia do Sonho trazida pela maré da região de muitos naufrágios, leia-se Praia de Naufragados, com certeza centenária e pela textura provavelmente estivesse submersa a muitas décadas, detalhes em cobre puro e madeira de Canela.