Evento acontece na Lagoa da Conceição, em Floripa.
Mais que uma retrospectiva do reconhecido projeto Cinema na Favela, a Mostra Brasil de Cinema, que vai para sua terceira edição em 2009, busca construir uma opção de (in)formação e intercâmbio social e cultural entre jovens de diferentes classes sociais, utilizando como veiculo desta integração, o cinema nacional e a chamada cultura de rua ou hip hop. O grupo Nação Hip Hop, que produz este projeto, busca, além de permitir o acesso aos bens culturais, aproximação entre as pessoas,entidades nacionais e regionais, que atuam na produção de conhecimento e de novas tecnologias sociais.
O objetivo é mostrar, debater e (re)conhecer o trabalho produzido por estes grupos na construção de opções de cultura aliada ao exercício da cidadania, dando visibilidade a invisibilidade destes jovens, mas sempre tendo em mente que as expressões artísticas são também é um caminho para a paz, e que ela é possível, desde que pensada para todos e com justiça social.
A Mostra Brasil de Cinema é composta de exibição de Filmes e/ou Documentários, com acesso livre e gratuito, seguidos de debates com personalidades ligadas ao Filme (ator, diretor, produtor, escritor) ou ao tema que o filme aborda(educadores, artistas, politicos, intelectuais, jornalistas…) somados a participação de profissionais de entidades nacionais de carater social que vão monitorar as oficinas.
Mostra de Cinema Brasileiro 2009, com a participação dos atores Serjão Loroza, André Ramiro, Maxwwell Nascimento e Vinicius de Oliveira.
– Show de encerramento com MVBill, no dia 16.
A programação do evento inclui exibição de filmes brasileiros e oficinas de Produção de Cinema, Edição e Montagem e de Circo.
Local das apresentações
Praça Bento Silvério – Lagoa da Conceição – Florianópolis-SC
PROGRAMAÇÃO DOS FILMES
Dia 12/5 (terça-feira):
20h: Querô
(Direção: Carlos Cortez – 90 minutos)
Filho de uma prostituta, Querô é um adolescente pobre e órfão, que vive sozinho na região portuária de Santos. Achando-se dono do próprio destino, Querô não se dobra à disciplina opressora da Febem, ao jogo fácil do tráfico de drogas e, muito menos, aos policiais corruptos que o perseguem. Querô – Uma Reportagem Maldita foi escrito em 1976 e adaptado para o teatro pelo próprio Plínio em 1979. Antes de Carlos Cortez, Reginaldo Faria já havia, em 1977, contado no cinema a história do garoto, em um longa-metragem que, em vez de Querô, levou o nome de Barra-Pesada.
Dia 13/5 (quarta-feira):
20h: Linha de Passe
(Direção: Daniela Thomas e Walter Salles – 108 minutos)
São Paulo. 22 milhões de habitantes. 200 quilômetros de engarrafamentos. 300 mil motoboys.
No coração da cidade em transe, quatro irmãos tentam se reinventar. Reginaldo – o mais novo e único negro na família – procura seu pai obsessivamente; Dario sonha com uma carreira de jogador de futebol, mas, aos dezoito anos, se vê cada vez mais distante dela; Dinho se refugia na religião e o mais velho, Dênis, pai involuntário de um menino, tem dificuldade em se manter. Sua mãe, Cleuza, empregada doméstica que criou sozinha os quatro filhos, está grávida novamente de mais um pai desconhecido.
O futebol e as transformações religiosas pelas quais passa o Brasil, o exército de reserva de trabalhadores que alimenta a cidade, a questão da identidade e da ausência do pai estão no coração da história de Linha de Passe.
Dia 14/5 (quinta-feira):
20h: O Veneno e o Antídoto
(Direção: Estevão Ciavatta – 52 minutos)
O documentário mostra a procura da Colômbia por caminhos para a paz, em meio a um violento conflito interno. A tranquilidade aparente dos dois principais centros urbanos colombianos contrasta com os enfrentamentos do interior do país, nas pequenas cidades e no campo.
– Maciço
(Direção: Pedro MC – 79 minutos)
Documentário produzido em Florianópolis, que tem como tema a vida, as expectativas e, principalmente, a voz dos moradores de 17 comunidades do Maciço do Morro da Cruz, localizadas na região central da Capital. É o retrato de uma Florianópolis que ninguém vê, a não ser os próprios moradores de suas vielas e ruas que não têm nome.
Dia 15/5 (sexta-feira):
20h: Jardim Ângela
(Direção: Evaldo Mocarzel e Marcelo Moraes – 71 minutos)
Jardim Ângela é um documentário sobre a periferia de São Paulo, mais precisamente sobre o Jardim Ângela, como sugere o título, bairro que, durante muitos anos, liderou o ranking das regiões mais violentas da Grande São Paulo.
O documentário foi feito a partir de uma oficina de cinema ministrada pela Associação Cultural Kinoforum, que, há seis anos, vem promovendo uma espécie de inclusão audiovisual na periferia da cidade, proporcionando aos alunos a possibilidade de documentar a comunidade onde vivem em curtas de ficção, documentários, filmes de animação ou trabalhos mais experimentais.
Jardim Ângela focaliza uma região dividida pelo tráfico de drogas. Há os que aceitam a convivência promíscua com os traficantes e há os que jamais se envolveram com o crime. O documentário focaliza a visão de mundo desses jovens, que também querem mostrar o lado positivo da periferia de São Paulo.
– L.A.P.A
(Direção: Emílio Domingos e Cavi Borges – 75 minutos)
Filme sobre o universo do hip-hop carioca, que vai além das rimas dos MCs e mostra o cotidiano de quem busca sobreviver através da música.