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Neuromodulação como estratégia de tratamento da dor crônica

Meio ambienteNeuromodulação como estratégia de tratamento da dor crônica
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São Paulo – SP 22/7/2021 – A neuromodulação terapêutica pode ser definida como “a alteração da atividade nervosa por meio da entrega direcionada de um estímulo”.

Houve grandes avanços nas pesquisas relacionadas à percepção da dor e à reação de nosso sistema nervoso a vários tratamentos contra a dor.

A dor crônica é um enigma tanto para os médicos da dor quanto para os seus pacientes: difícil de entender (já que a dor de cada pessoa é diferente), difícil de tratar com eficácia e frustrante de conviver.

Houve grandes avanços nas pesquisas relacionadas à percepção da dor e à reação de nosso sistema nervoso a vários tratamentos contra a dor, possibilitando desenvolver novos dispositivos que proporcionam a muitas pessoas o alívio tão necessário e melhoram sua qualidade de vida.

Neuromodulação na dor crônica

A neuromodulação terapêutica pode ser definida como “a alteração da atividade nervosa por meio da entrega direcionada de um estímulo, como estimulação elétrica ou agentes químicos, a locais neurológicos específicos do corpo”.

Dr. Norman Shealy, um neurocirurgião, implantou o primeiro dispositivo para o alívio da dor intratável em 1967 e o seu trabalho inaugurou uma nova era para o tratamento da dor crônica.

Semelhante à maneira como um marcapasso corrige batimentos cardíacos anormais, as terapias de neuromodulação ajudam a restabelecer a função normal do sistema nervoso.

Um dos exemplos mais comuns de neuromodulação é o uso de estimulação da medula espinhal (SCS) para o manejo da dor crônica. O SCS consiste em um eletrodo muito fino que é colocado no espaço próximo à medula espinhal (conhecido como espaço epidural). Os dispositivos fornecem impulsos elétricos de baixa voltagem frequentes para a coluna vertebral, com subsequente modulação dos sinais de dor em trânsito para o cérebro.

Esses impulsos costumam ser parecidos com um leve formigamento ou zumbido (o que é chamado de parestesia) no corpo. Houve um avanço significativo no hardware e na tecnologia desde que o primeiro modelo foi colocado, e os pacientes relatam um melhor controle da dor com menos sensação de vibrações.

Neuromodulação com bomba intratecal

Outra forma de neuromodulação é a bomba intratecal, que é um dispositivo projetado para fornecer um medicamento desejado diretamente no fluido espinhal que envolve a medula espinhal. Essa técnica permite que um medicamento seja administrado em doses muito menores, pois não precisa ser metabolizado por outros sistemas do corpo antes de atingir a área-alvo.

Doses menores – na faixa de 1/300 de uma dose oral – podem significar menos efeitos colaterais, maior conforto do paciente e melhor qualidade de vida.

Outros exemplos de neuromodulação que não estão especificamente relacionados à dor incluem a estimulação:

Cerebral profunda (DBS) no tratamento da doença de Parkinson;
Do nervo sacral para distúrbios pélvicos e incontinência;
Do nervo vago para enxaquecas;
Na medula espinhal para distúrbios isquêmicos envolvendo o coração e doença vascular periférica.

Além disso, os dispositivos de neuromodulação podem estimular uma resposta onde antes não havia nenhuma, como no caso de um implante coclear que restaura a audição em um paciente surdo.

Tecnologias de neuromodulação no gerenciamento da dor

Os tratamentos de neuromodulação normalmente têm sido oferecidos aos pacientes somente após eles terem tentado as opções convencionais de tratamento, como:

medicamentos;
terapia física e ocupacional;
cirurgia.

A tomada de decisões clínicas e a cobertura de seguro estão mudando, e a neuromodulação agora está sendo considerada muito mais cedo no planejamento do tratamento.

Vários estudos têm mostrado que o tratamento precoce com essas modalidades é custo-efetivo. Pois podem reduzir as visitas ao consultório e ao pronto-socorro, as hospitalizações, os procedimentos cirúrgicos ineficazes ou arriscados. Também ajuda a reduzir o uso indevido de medicamentos opioides.

Riscos e resultados

As complicações gerais podem incluir sangramento, infecção, coágulos sanguíneos e reações a medicamentos (no caso de uma bomba intratecal).

E como o sistema nervoso de cada pessoa é único, a resposta a esses tratamentos pode variar de um paciente para outro. Por essas razões, um teste é realizado antes de um dispositivo ser implantado permanentemente.

Pessoas que tentaram vários tratamentos, incluindo cirurgias que não proporcionaram um alívio significativo da dor, podem desejar experimentar tecnologias de neuromodulação.

Modalidades de neuromodulação são terapias promissoras quando o tratamento existente se torna problemático. Isso pode ser devido ao uso a longo prazo e desenvolvimento de tolerância, ao vício ou aos efeitos colaterais adversos.

Dr. Victor Barboza Neurocirurgião
Av. Ibirapuera, 2907 – Conjunto 1618
CEP: 04029-200
São Paulo – SP
Telefone: (11) 3522-9515

Website: https://victorbarboza.com.br/