Doze pessoas foram presas pela Polícia Civil durante operação coordenada pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Santa Catarina, nesta terça-feira, 7. Três prisões ocorreram em Mossoró, no Rio Grande do Norte e os outras noveem cidades da Grande Florianópolis.
Os detidos fazem parte de investigação iniciada em 2015. Eles foram identificados por repassar informações que vinham de líderes de uma facção criminosa catarinense que estão detidos no Complexo Penitenciário Federal, em Mossoró, no Rio Grande do Norte. O total de mandados de prisão preventiva eram 15, destes, três ainda estão foragidos.
“Hoje concluímos mais uma fase, desarticulamos um grupo que era responsável pelo tráfico de informações. A facção perde o fluxo de comunicação com as lideranças. A Polícia Civil vem monitorando as facções criminosas que atuam em Santa Catarina de forma permanente. Procuramos apurar as pessoas envolvidas com esse tipo de delito e apresentá-las à justiça para uma tentativa de desestabilizar e desorganizar essa modalidade criminosa”, informou o delegado da Deic, Procópio Batista Silveira Neto.
De acordo com Neto, entre os envolvidos está um dos autores do assassinato da agente penitenciária Deise Alves, em 2012. “Essa pessoa voltou a ser identificada com participação ativa na facção criminosa, teve seu mandado de prisão expedito, mas está foragido”, disse.
A ação, chamada de Operação Íris, envolveu 70 policiais civis de Santa Catarina com o apoio da Polícia Civil de Mossoró. “Recebeu esse nome, pois relaciona a personagem da mitologia grega que era responsável por levar as mensagens para Olimpo”, contou o delegado.
Como funcionava o tráfico de informações
O delegado explicou que existia, em Mossoró, uma casa de apoio, custeada pela facção criminosa. No local, moravam duas esposas de detentos líderes do grupo. O objetivo da casa era dar suporte às pessoas de Santa Catarina que iam visitar os seus parentes presos. A partir do momento que essas pessoas iam para Mossoró com custos pagos pela facção, elas também tinham o dever de repassar e receber informações durante as visitas íntimas.
“Elas recebiam oralmente ou por bilhetes as informações e difundiam para o grupo em Santa Catarina por meio de redes sociais ou aplicativos de conversas. Os detentos recebiam as diretrizes da organização criminosa vindo de SC e, então, conversavam e davam a resposta do que fazer a partir do comunicado”, relatou Neto.
Conforme ele, a ação coletou diversas informações como anotações, pagamento de contas, contabilidade da facção e mensagens enviadas por celulares apreendidos. A pessoa que recebia a prestação de contas e era responsável por efetuar os pagamentos para o custeio da "casa de apoio", também foi presa. Dos mandados de prisão, cincos são homens e dez mulheres. Os foragidos são dois homens e uma mulher.
Com informações da assessoria de imprensa do Governo do Estado.