Estudo mostra evolução do ecossistema no qual mais de 75% empresas operam nos modelos de negócio B2B e/ou B2B2C
A maioria das startups que integram a rede ACATE atendem o Varejo (29%), têm apenas até dois sócios full-time (40,17%) e atuam nos modelos de negócio B2B e/ou B2B2C (75%). O perfil das empresas associadas à ACATE (Associação Catarinense de Tecnologia) está no levantamento Mapeamento Startups, pesquisa feita em parceria com o Sebrae.
De acordo com o estudo realizado com 270 startups associadas, 32,42% delas estão em fase de validação e 30,77% já atendem geração de demandas. Sobre investimentos, cerca de 80% das startups nunca receberam aportes e 80,32% tem mais de 90% do equity nas mãos dos sócios. Mais de 75% tem modelo de negócio B2B e/ou B2B2C, ou seja, desenvolvem soluções para empresas. Apenas 9% atuam diretamente com o consumidor final (B2C).
Na avaliação do presidente da ACATE, Iomani Engelmann, os números mostram as oportunidades do setor de tecnologia integrado à entidade. ” O fato de termos um ecossistema com modelos de negócio predominantemente B2B e B2B2C nos garante maior resiliência. Vemos que os programas de capacitação continuam crescendo e o interesse em criar novas startups para atender novos mercados, uma característica do nosso ecossistema, segue avançando. O resultado disso é que temos mais oportunidades a serem exploradas”, Engelmann.
Apoio ao ecossistema
A maioria das respondentes da pesquisa está em estágio inicial. Dessa forma, o faturamento de 34,9% das startups associadas é menor de R$ 10 mil por mês e 24,4% superam esse valor. Já 5,45% acumularam entre R$ 1,3 milhões e R$ 2,4 milhões em receita em 12 meses.
Santiago Edo, diretor do Programa ACATE Startups, considera que o fato de as startups terem suporte de uma associação com a expertise da ACATE garante que elas saiam da fase inicial e partam para a tração. Santiago lembra que a entidade oferece desde conhecimento técnico quanto aproxima as startups de corporates.
“O investimento para projetos, ideias e, principalmente, empreendedores bons, nós temos. Na verdade, sobram oportunidades. O mais difícil, no meu entendimento, não é o investimento, mas sim a falta de conexões sólidas e bem estruturadas entre as empresas e as startups. Para startups realmente em fase inicial, nada é mais vital que a validação da proposta de valor. Essas conexões precisam evoluir mais, aproximando startups dos seus futuros clientes”, afirma.
ACATE Startups
O ACATE Startups é o programa de desenvolvimento do qual fazem parte mais de 600 startups, majoritariamente de Florianópolis. Dentro do programa, as startups possuem acesso a uma rede de mais de 70 mentores. O programa oferece mais de 50 benefícios, workshops mensais com temáticas direcionadas ao desenvolvimento de startups e a comunidades internas de Marketing & Vendas e Devs. Além disso, os empreendedores associados podem participar de programas de aceleração, como o Jornada Startups e o BRDE Labs. Em 2022, foram mais de 20 eventos dentro do programa com mais de 800 participantes.
“Estamos buscando novas parcerias e incentivo ao nosso ecossistema. Temos uma força de empreendedorismo muito grande no Estado. Para 2023, vamos continuar buscando apoios e aproximação do poder público para fortalecer a ACATE para fomentar ainda mais o ecossistema. Temos uma indústria forte, bastante diversificada, empresas de tecnologia que atendem várias verticais, como saúde, fintechs, turismo, smart cities. Fazer as empresas catarinenses escalarem para atender empresas de outras regiões do Brasil é um desafio, mas isso tem mudado”, complementa Diego Ramos Brites, vice-presidente de Relacionamento da ACATE.