Palestra, dança do ventre e técnicas de maquiagem marcaram o 19 de outubro no hospital
No dia D do Outubro Rosa no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh), os participantes de um evento programado no auditório da instituição foram convidados a fazer uma reflexão sobre a importância de priorizar o que realmente é importante na vida e, ao mesmo tempo, a focar na confiança e na autoestima. O Outubro Rosa é o período do ano em que são reforçadas ações de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e câncer de colo do útero.
As mensagens foram transmitidas pela psiquiatra Armando Rufino, que falou sobre o tema “Importância do autocuidado e autoestima para a mulher” e convidou o público a uma reflexão sobre suas prioridades na vida, sobre seus relacionamentos e sobre a importância de focar no que realmente faz diferença, através de uma série de perguntas, e pelo grupo de dança Satyoga, conduzido pela pesquisadora e bailarina Elisa Binnaz, que apresentou um espetáculo de dança do ventre terapêutica e convidou todos os participantes a dançarem juntos, celebrando a importância da autoestima e da valorização da vida.
Armanda Rufino explicou que muitas vezes o profissional de saúde e outras pessoas que se dedicam a ajudar cuidam dos outros, mas esquecem de si. “Frequentemente, achamos que o melhor que podemos fazer para colaborar com o mundo é cuidar da saúde das outras pessoas sem pensar na gente, mas na verdade o que podemos fazer de mais essencial é cuidar também de nós mesmos”, disse a psiquiatra, lembrando que muitas vezes a doença se torna a oportunidade de buscar o autoconhecimento e o autocuidado.
Além da palestra e da apresentação de dança, o evento contou com a participação do maquiador André Henrique de Almeida, que fez um tutorial para as mulheres presentes, mostrando técnicas de automaquiagem, sempre com foco na valorização e na autoestima da pessoa.
As atividades do dia D do Outubro Rosa foram organizadas pela Unidade de Saúde da Mulher e a Unidade de Oncologia do HU-UFSC/Ebserh. Os participantes, que compareceram de rosa, em sua maioria, receberam brindes e um laço cor-de-rosa para lembrar da mensagem sobre os cuidados da saúde da mulher e do Outubro Rosa.
O Outubro Rosa é um movimento internacional criado no início da década de 90 e que tem iniciativas em instituições de saúde, órgãos públicos, empresas e escolas de todo o Brasil. No Brasil, a Lei nº 13.733/2018 instituiu o Mês de conscientização sobre o câncer de mama, período em que devem ser desenvolvidas atividades, tais como, iluminação de prédios públicos com luzes de cor rosa, promoção de palestras, eventos e atividades educativas, veiculação de campanhas de mídia e disponibilização de informações sobre a prevenção ao câncer.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, excluídos os cânceres relacionados a tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, com taxas mais altas nas regiões Sul e Sudeste. Já em relação aos óbitos, constitui na primeira causa de morte por câncer na população feminina em todas as regiões do Brasil, exceto na região Norte, onde o câncer do colo do útero ocupa essa posição.
Para o ano de 2022 foram estimados 66.280 casos novos de câncer de mama, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres. A taxa de mortalidade, ajustada pela população mundial, foi 11,84 óbitos/100.000 mulheres, em 2020, com as maiores taxas nas regiões Sudeste e Sul, com 12,64 e 12,79 óbitos por 100 mil mulheres, respectivamente.
Um artigo científico brasileiro publicado na revista Public Health in Practice, neste mês de setembro, aponta que as campanhas do Outubro Rosa aumentam as ações preventivas de combate ao câncer de mama: o volume de busca por mamografia aumenta em 39% no período da campanha e nos meses imediatamente seguintes, segundo a publicação.
Os principais sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama são: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja; alterações no mamilo e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região das axilas.