A escola de samba Beija-Flor confirmou, ontem, que poderá ter Florianópolis como o seu samba-enredo no Carnaval de 2011 do Rio de Janeiro. A decisão não foi oficializada e vai depender, principalmente, de dinheiro. O cantor Roberto Carlos, a Índia e até uma parceria com empresa privada para falar sobre os cabelos do ser humano aparecem como possibilidades.
As tratativas com autoridades da Capital estão longe de acordo. O que irá pesar na escolha é o patrocínio. Neste ano, a Beija-Flor levou para a Marquês de Sapucaí os 50 anos de Brasília e ficou em terceiro lugar. Para isso, contou com R$ 3 milhões em recursos do governo do Distrito Federal, depois de ganhar a concorrência pública com cinco interessadas.
Em Santa Catarina, ainda não há posição oficial sobre o apoio do poder público. Se houver dinheiro para isso, será preciso abrir concorrência pública ou correr atrás de apoio na iniciativa privada.
Definição deve sair até o mês que vem
Outro ponto ainda mais delicado é não criar problemas com as escolas de samba da Ilha.
– Temos um contato de mais de cinco anos com os carnavalescos daqui. A homenagem não seria apenas pela sua parte histórica, mas por suas praias, o Guga e o comportamento do povo do Sul – explica Miro Lopes, assessor de imprensa da Beija-Flor.
A escola deve definir o enredo até abril. Tradicionalmente, o resumo é concluído no máximo até julho.
Dirigentes da Beija-Flor conversaram com o prefeito Dário Berger (PMDB). O vice-prefeito da Capital, João Batista Nunes (PR), também tratou disso no Rio de Janeiro. Ele afirmou que o assunto será discutido pela prefeitura e que serão necessárias participações do governo do Estado e da iniciativa privada.
– Seria muita responsabilidade de Florianópolis arcar sozinha (com os recursos). Mas também não podemos esquecer das nossas escolas. A prioridade deve ser o nosso Carnaval – completa o vice-prefeito, ressaltando que a prefeitura ainda não oficializou nenhuma resposta à Beija-Flor.
Por enquanto, o governo do Estado não participa das negociações que poderiam captar recursos por leis de incentivo à cultura, por exemplo. Mas a homenagem a Florianópolis é vista com bons olhos pelo secretário de Turismo, Cultura e Esporte, Gilmar Knaesel. Ele considera a exibição no Carnaval do Rio de Janeiro uma oportunidade de divulgação, principalmente na mídia internacional.
(Por Diogo Vargas, DC, 03/03/2010)