A partir da próxima semana entra em cartaz a mostra “Tapeçarias de Tirelli”, no Museu Histórico de Santa Catarina / Palácio Cruz e Sousa, espaço cultural administrado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC). A exposição conta com tapeçarias do artista maranhense que ficaram conhecidas por adornar o Aeroporto Hercílio Luz, na capital, e foram doadas à FCC em 2020. Antes de serem expostas, passaram por um longo processo de higienização realizado pela equipe do Ateliê de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Atecor). As peças poderão ser vistas de perto até março de 2022, com entrada gratuita.
A abertura da exposição será na quarta-feira, 22, às 18h, junto com o lançamento do Livro “O ocaso e o acaso da vida e obra de Almir Tirelli em Santa Catarina”, de Sandra Makowiecky.
Sobre o artista e as obras*
Almir Tirelli (1926-2012) nasceu em São Luiz (Maranhão) em 1926. Chegou em Santa Catarina no ano de 1966 e foi embora para Minas Gerais no ano de 2000. Passado alguns anos, em 2008, sentindo falta do mar, mudou-se para Guarapari (Espírito Santo), aos 82 anos de idade. Faleceu em 2012, aos 86 anos de idade. Realizou uma prolífica produção de obras de arte, entre desenhos, pinturas e tapeçarias.
O artista utilizava, em suas telas, tinta acrílica e nas tapeçarias, ponto smirna com lã, onde prepondera como tema o Brasil colonial, suas edificações, costumes e folclore, destacando aspectos arquitetônicos e culturais da cidade.
Como artista festejado e reconhecido, sob patrocínio de empresários locais, realizou uma série de tapeçarias que hoje é patrimônio de Santa Catarina e considerada a maior tapeçaria já confeccionada artesanalmente no Brasil. O painel dividido em três peças, cada uma com aproximados 2,85 x 3,85 metros, totaliza como painel, 36 metros quadrados. Ele destaca-se pela profusão de cores e de imagens. Um olhar apenas não basta para compreender a grandiosidade do trabalho do artista. Mais duas obras estão presentes nesta exposição, totalizando cinco tapeçarias, sendo que as outras duas medem 1,37 m x 1,95 metros. A dimensão grandiosa é destaque no conjunto das obras.
As tapeçarias de Tirelli foram colocadas no saguão do antigo Aeroporto Hercílio Luz pois foram criadas exclusivamente para recepcionar os viajantes que chegavam ao aeroporto da cidade, inaugurado em 1976. A ideia sempre foi a de que as obras ficassem expostas em sua porta de entrada mais sofisticada, o hall do aeroporto, na área de desembarque, para que os visitantes pudessem apreciar a arte, os costumes e a arquitetura da época colonial de Florianópolis. Durante a construção do novo aeroporto, as obras foram para Curitiba e lá permaneceram (2018 a 2020).
No ano de 2020, as tapeçarias de Almir Tirelli voltaram para Santa Catarina após assinatura de termo de doação entre Fundação Catarinense de Cultura e Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), em Curitiba (PR), onde a obra estava salvaguardada. As tapeçarias passaram por um processo de higienização, por especialistas em conservação e restauração da Fundação Catarinense de Cultura. Agora, as tapeçarias estão prontas para serem exibidas ao público. Pois o bom filho à casa tornou.
* Por: Sandra Makowiecky, Historiadora da Arte / Membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte – ABCA e do Conselho Consultivo do Museu de Histórico de Santa Catarina
Serviço:
Mostra Tapeçarias de Tirelli
Abertura: 22 de dezembro, 18h
Visitação: até 12/03/2022, nas segundas-feiras, das 13h às 17h; de terça a sexta-feira, das 10h às 17h; sábados, das 10h às 14h.
Entrada gratuita.
Classificação indicativa livre.
Foto: Carolina Rios/FCC