Apresentação, com preços populares, será na próxima segunda-feira (20), no Teatro do CIC
A Camerata Florianópolis, com regência do maestro Jeferson Della Rocca e solo da soprano Claudia Ondrusek, realizará seu último concerto de música erudita da Temporada 2021 no dia 20 de dezembro, às 20h, no Teatro do CIC.
Para a noite, um verdadeiro “banquete” musical composto por obras de alguns de nossos principais compositores brasileiros de diferentes épocas de nossa música. A orquestra interpreta a Sonata para Cordas de Carlos Gomes, Bachiana Nº 9 de Villa-Lobos, Andante para Cordas de Edino Krieger e faz a estreia da versão para Soprano, Piano e Cordas, da obra “Seis Sonetos de Cruz e Sousa”, do compositor Alberto Heller, homenageando desta forma o nosso grande poeta catarinense, nascido há exatos 160 anos em Florianópolis.
Produzido por Maria Elita Pereira e sua equipe, o espetáculo tem o patrocínio de Clemar Engenharia, Engie e Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura / Ministério do Turismo / Secretaria Especial da Cultura e apoio cultural do Villa Romana Shopping e Angeloni Supermercados, através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e Patrocínio da Fundação Franklin Cascaes / Prefeitura Municipal de Florianópolis e Governo do Estado de Santa Catarina / Fundação Catarinense de Cultura.
Será a quarta apresentação que a Camerata Florianópolis vai realizar após a reabertura dos teatros de Santa Catarina. Todos os protocolos sanitários, em função da pandemia, serão rigorosamente respeitados.
SOBRE AS OBRAS:
O Andante para Cordas, do compositor brasileiro nascido em Brusque Edino Krieger, é uma transcrição para orquestra de cordas do segundo movimento do Quarteto de Cordas Nº 1, composto em 1955. Um tema de caráter elegíaco (tristeza profunda) é introduzido pelas violas e retomado pela orquestra assumindo diferentes feições e texturas, dentro de uma atmosfera dramática predominante.
Para o compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos, o grande compositor Alemão Johann Sebastian Bach era o norte musical de todos os povos, a síntese de todas as riquezas sonoras. As nove Bachianas Brasileiras que Villa-Lobos compôs são o diálogo musical do compositor com o grande mestre. No entanto, não há citações diretas à obra do compositor alemão, mas sim uma constante utilização do contraponto e de procedimentos típicos do Barroco e do estilo bachiano, tais como o uso de melodias com motivos recortados em progressões.
A Bachiana Nº 9, composta em Nova Iorque em 1945, foi originalmente escrita para coro a cappella e mais tarde viria uma versão para orquestra de cordas. Trata-se na verdade de um prelúdio e fuga para orquestra de cordas e foi estreada por Eleazar de Carvalho, em novembro de 1948, regendo a Orquestra Sinfônica Brasileira. No Prelúdio: Vagaroso e místico, a melodia inicial antecipa o tema da fuga com ritmo modificado e valores aumentados. O tema da Fuga, apresentado nos violoncelos, utiliza um curioso compasso onze por oito, o que acentua seu caráter rítmico. A fuga, forma polifônica típica do Barroco, é tratada por Villa-Lobos de forma bastante livre.
Em 2001, por ocasião de uma série de homenagens ao poeta Cruz e Sousa (1861-1898), o compositor Alberto Heller selecionou seis sonetos desse grande poeta e os musicou para soprano e piano (obra que ganhou mais tarde também uma versão para coro e piano, gravada em 2007 pelo Polyphonia Khoros). Vinte anos depois, agora por ocasião da celebração dos 160 anos de nascimento de Cruz e Sousa, esses seis sonetos ganham uma nova versão: para canto, piano e cordas – versão que terá sua estreia nesta apresentação do dia 14 de dezembro no teatro do CIC com a Camerata Florianópolis, sob regência do maestro Jeferson Della Rocca, a soprano Claudia Ondrusek e o compositor Alberto Heller ao piano.
O maior compositor brasileiro do século XX, Antonio Carlos Gomes é quase sempre lembrado por sua obra operística. No entanto o compositor deixou excelentes peças para música de câmara. Um exemplo bem significativo é a Sonata para Cordas, última obra do compositor escrita em 1894 por encomenda de seu irmão, mais conhecida como Burrico de Pau (um brinquedo típico das crianças brasileiras do século XX). Dividida em quatro movimentos, a peça se destaca pela simplicidade que nos transporta ao universo da infância. Usando notável habilidade melódica, demonstrando sua habilidade para a ópera (gênero que o consagrou mundialmente), Carlos Gomes desperta imagens depositadas no inconsciente de todos nós – cenas de nostalgia e brincadeira. A obra é estruturada como serenata, bem ao gosto de outros compositores da época como Volkmann, Tchaikovsky ou Puccini, e flui de maneira clara do ponto de vista formal, apresentando a esperada estrutura da forma sonata.
O último movimento (que acabou por dar nome à obra) é o ápice desta aventura no universo da criança. Através de um envolvente exercício de imaginação, o ritmo das cordas reproduz o ritmo de um galope. Carlos Gomes em sua velhice, sonhava constantemente com o brinquedo preferido em sua infância, e através desta obra fez uma homenagem ao seu antigo velho companheiro. O Burrico de Pau e os instrumentos de cordas revelam aqui uma semelhança fundamental de um pedaço de madeira trabalhada, é possível recriar o mundo.
PROGRAMA:
– Andante para Cordas – Edino Krieger
– Bachiana brasileira n° 9 para Orquestra de Cordas (Prelúdio e Fuga) – Heitor Villa-Lobos
– SEIS SONETOS DE CRUZ E SOUSA musicados para soprano, piano e cordas – Alberto Heller (Monja (de Broquéis), O Assinalado (de Últimos Sonetos), Encarnação (de Broquéis), Surdinas (de O Livro Derradeiro), Grande Amor (de Últimos Sonetos) e Acrobata da dor (de Broquéis)
– Sonata para Cordas em Ré Maior – Antonio Carlos Gomes (Allegro animato, Allegro scherzoso, Adagio lento e calmo e Burrico de Pau (vivace)
SERVIÇO:
O QUE? Camerata Florianópolis apresenta Homenagem aos 160 anos de Cruz e Sousa
QUANDO? Dia 20 de dezembro de 2021, às 20h
ONDE? Teatro Ademir Rosa (CIC), em Florianópolis
INGRESSOS: No site da Blueticket, a R$ 30,00 (meia) e R$ 60,00 (inteira)
Fotos: Tóia Oliveira