Artigo escrito por Doreni Caramori Júnior – Presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (DC, 13/01/2010).
Quem andou pelas ruas de Florianópolis, nos últimos dias, pôde perceber que a cidade precisa disciplinar o uso do solo e repensar seu futuro com urgência. A falta de planejamento, a ocupação de espaços de forma quase irresponsável, a carência de infraestrutura viária e de saneamento e uma série de outras deficiências da Capital podem colocar em risco a saúde da cidade que, graças a méritos indiscutíveis, caiu nas graças de paulistas, gaúchos, americanos, argentinos e europeus, para ficar só em alguns dos emissores de turistas para nossas praias. A equação a solucionar não é simples. De um lado, é preciso garantir à população, no mínimo, a manutenção do atual nível de qualidade de vida alcançado. Ao mesmo tempo, precisamos nos equipar com legislação e aparato de fiscalização para proteger o meio ambiente local, elemento essencial do modo de vida que faz de Florianópolis a capital diferenciada que é. Para muitos, o ponto mais complexo da equação é a necessidade de estímulo ao desenvolvimento econômico.
O empresário precisa ter segurança para investir em Florianópolis. Sem o crescimento econômico, vale lembrar, não há desenvolvimento social, essencial tanto para a preservação do meio ambiente quanto para a manutenção de bons indicadores de qualidade de vida. Cabe à sociedade, através de seus representantes – eleitos ou não – e pela participação direta, estabelecer, já em 2010, uma profunda discussão do futuro da cidade. O passo inicial é a criação de um bom plano diretor, do qual derivem todas as políticas de desenvolvimento urbano (planejamento, fiscalização de empreendimentos, proteção do meio ambiente). Com essa ferramenta, associada ao estímulo crescente às atividades não poluentes, como a inovação tecnológica, certamente Florianópolis preservará suas belezas, sua qualidade de vida.