No aniversário do Estatuto da Criança e do Adolescente, pediatra destaca atendimento multidisciplinar e conceito amplo de saúde
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que completa 31 anos neste dia 13 de julho, é um conjunto de normas que coloca a criança e o adolescente com até 18 anos incompletos como cidadãos brasileiros, sujeitos de direito com proteção e garantia específicas. E um dos direitos básicos destes cidadãos é o acesso prioritário à saúde, entendida de uma forma ampla. O pediatra e chefe da Unidade de Cuidado da Criança e do Adolescente do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh), Fábio Schneider, disse que, neste contexto, o profissional de saúde tem de ter ciência destes direitos, sabendo que neste filme o ator principal é a criança, que precisa ser tratada com suas especificidades.
“Tratar com respeito, carinho, paciência e, quando possível, orientar a criança sobre os procedimentos, exames e tratamentos aos quais ela será submetida, lembrando, obviamente que se trata de criança e adolescente e que a forma de abordagem é diferente daquela usada com o adulto. Muitas vezes utiliza-se desenhos, músicas ou personagens para desmitificar situações e deixar a criança mais calma”, disse o especialista.
Segundo ele, procura-se estimular durante a internação caminhadas e exercícios físicos próprios para o ambiente. Um exemplo no HU é a existência de um setor nomeado brinquedoteca, onde há presença de livros, estímulo a leitura, jogos educativos e também jogos em tela, onde a equipe, junto com os responsáveis, aproveita a oportunidade para fazer a educação do tempo de tela do paciente, ou seja, o tempo que ele gasta diante de celulares e tablets. “É um tema bastante atual, uma vez que há limites diários de tempo de uso e podemos educá-los a respeito”, disse.
Saúde é entendida em um conceito amplo
Schneider disse que o HU conta com um serviço multiprofissional, com reuniões semanais onde se discute o paciente e não somente sua doença. “Obviamente, damos ênfase ao motivo de internação (doença), porém entendemos que é um momento para pensar saúde como um todo, o bem-estar físico, mental, social, nutricional. Para isso tomamos decisões em equipe, que envolvem além da medicina e enfermagem, a psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia, serviço social, terapia ocupacional, nutrição, pedagogia, entre outros”, afirmou.
De acordo com o médico, os resultados da humanização são os melhores possíveis. “Vai desde o entendimento da doença em si possibilitando a explicação, tirar as dúvidas de pacientes e familiares, o que os envolve no tratamento e resulta em maior adesão e finalmente melhor resultado”, explicou.
Para garantir este atendimento humanizado e multidisciplinar, o HU conta com três setores destinados à criança e ao adolescente, sendo que na enfermaria com 15 leitos, há uma equipe multiprofissional, com pediatria, psiquiatria, enfermagem, psicologia, fonoaudiologia, serviço social, terapia ocupacional, nutrição, pedagogia, fisioterapia, residentes, estudantes, técnicos administrativos e de higienização.
A emergência hoje funciona em um ambiente organizado com dois consultórios e três observações, sendo que será inaugurada neste ano uma nova área com três consultórios e cinco leitos de observação com sistema de classificação de risco que iniciara como teste e com a elaboração de protocolos de atendimentos de urgência e capacitação de profissionais, residentes e estudantes para o atendimento rápido do paciente grave e sua estabilização.
A terceira área é o ambulatório, que conta com pediatria geral com foco em puericultura, que é a base da prevenção e diagnóstico precoce na pediatria, diversas especialidades médicas, como pneumologia, endocrinologia, neurologia, nutrologia, dermatologia, cardiologia, entre outros.